É impressionante como a Justiça Eleitoral segue, praticamente em todo o Brasil, à passo de cágado para julgar casos de extrema importância para a população e que poderiam dar mais celeridade, evitando assim grandes injustiças.

O caso recente mais emblemático aconteceu no Tocantins. A Justiça Eleitoral demorou quase quatro anos, ou seja quase o tempo do mandato, para confirmar que o então governador Marcelo Miranda foi reeleito graças a captação ilícito de recursos.

A demora absurda no julgamento de Marcelo Miranda fez com que ele, de maneira injusta, fosse o governador por três anos e quatro meses. Ou seja, passando a nítida impressão que “o crime compensa”. Além disso, a Justiça Eleitoral conseguiu fazer com que em menos de seis meses, os eleitores do Tocantins fossem as urnas duas vezes para eleger dois governadores. A decisão ainda acarretou um enorme prejuízo ao erário público.

No Maranhão, a cidade de Santa Luzia vai vivendo uma situação semelhante. A população segue ansiosa por uma decisão final da Justiça Eleitoral sobre a prefeita Francilene Paixão Queiroz, mais conhecida como França do Macaquinho.

A atual prefeita, que foi reeleita em 2016, já foi cassada no fim de 2018 no Tribunal Regional Eleitoral, mas segue como comandante do município, uma vez que recorreu da decisão.

O julgamento do recurso de França do Macaquinho estava previsto para o início de abril, mas foi retirado de pauta. O mês de maio praticamente já chegou e o TRE-MA ainda não se posicionou sobre a situação em Santa Luzia.

Pior é que aliados da prefeita França do Macaquinho seguem comemorando, mesmo com a derrota inicial do TRE-MA. Eles alegam que já conseguiram adiar o julgamento e que, desta vez, sairão vitoriosos na Justiça Eleitoral.

O certo é que França do Macaquinho, que está sendo acusada de captação ilícita de sufrágio e o abuso do poder político e econômico, segue como prefeita, mesmo já tendo sido cassada pelo TRE.

Enquanto a Justiça Eleitoral, em todo o Brasil, seguir com essa demora toda para julgar em definitivo situações como essa, vai sempre passar a impressão de que o  eventual “crime compensa”, afinal França do Macaquinho já vai para dois anos e cinco meses de um mandado que, pela primeira decisão do TRE-MA, não seria seu.

É aguardar, conferir e torcer por uma celeridade maior, afinal a população de Santa Luzia espera e merece.