O deputado estadual César Pires, utilizando a Tribuna da Assembleia Legislativa, fez na manhã desta terça-feira (20), um duro discurso contra algumas medidas adotadas pelo Governo Flávio Dino.

César Pires, um dos oradores mais brilhantes do atual parlamento, fez uma cronologia dos fatos para demonstrar que hoje, infelizmente, o Maranhão vive um regime fascista. As fortes palavras do parlamentar são pelas mudanças antidemocráticas nos conselhos estaduais em todos os setores.

“A Constituição, sem preocupação cronológica, de 1824, que era a condição do Império, excluía toda e qualquer participação das vilas e vilarejos em relação à receita que era levada ao imperador. Eram os quintos dos infernos, mais ou menos assim, porque tudo que era produzido tinha que ir e nada voltava. A Constituição de 1946, e aí eu não quero aqui cronologia, mas das sete constituições pelas quais o Brasil passou, já permitia a eleição para prefeitos e alguns repasses para os municípios. A de 67 retirava tudo isso. O estado-nação concentrava todas as riquezas e os municípios eram reféns e escravos da decisão do poder central. O AI5, em 1968, agravou ainda mais essa situação. Passado um tempo, nós vimos o fascismo de Mussolini que pregava naquela época que o proletariado, quando ascendesse ao poder, à nação seria dado o direito de repartição dos recursos aferidos. Ledo engano. Na verdade, ele era um antiparlamentarista e não dava nada e destruía as ordens e as lutas de classe. Será que tem alguma coisa parecida com o governo quando tira também dos conselhos representações? Com certeza me parece um regime fascista, um regime que está agora em vigor aqui no Maranhão, excluído o fato de que naquela época o fascismo, era anticomunista’, afirmou.

César Pires também lamentou o pouco investimento que tem sido feito pelo Governo do Maranhão, principalmente no setor da Saúde. O parlamentar apresentou, em números, a enorme diferença de repasses que eram feitos em 2014 para o Governo Flávio Dino.

“Digo a vocês que, em 2014, o Estado passava para a Saúde fundo a fundo, 210 milhões de reais. Em 2015, no governo atual, foram apenas 106 milhões; em 2016, 146 milhões, aumentou um pouco. Em 2000, a participação da receita era de 4.3, agora é de 2.4 para a saúde”, salientou.

Pires lembrou ainda que os repasses e convênios fundo a fundo entre o Estado e os Municípios praticamente inexistem, o que tem dificultado muito para boa parte dos prefeitos no interior do Maranhão.

“Os investimentos dos municípios eram de 185 milhões de reais em 2014; hoje, 11.9 milhões de reais. Eu vou repetir, saiu de 185 milhões para 11.9 milhões de reais. Ou seja, uma participação na receita de 3.8 para 0,2%”, lamentou César Pires.

Lembrando que contra fatos e números, não sobram argumentos, pelo menos plausíveis.