Até os leões que o governador Flávio Dino (PCdoB) prometeu em 2015 que não iriam mais rugir contra o povo maranhense sabiam o destino que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, daria às denúncias de que o comunista recebeu propina de R$ 200 mil da Odebrecht em 2010.

Dependesse de Janot, que tem um irmão de Flávio Dino como principal assessor, essa denúncia jamais prosperaria, diziam lideranças políticas de vários coturnos.

Dito e feito. Pedra cantada, parada dada. Sob orientação do procurador-geral, os representantes do Ministério Público no Superior Tribunal de Justiça pediram o arquivamento da acusação feita pelo delator José Carvalho Filho.

Alegaram os procuradores que o ex-executivo da Odebrecht não conseguiu definir o local exato onde o governador maranhense teria recebido a propina. Não restou ao ministro Félix Fischer nenhuma outra decisão a não ser acatar o pedido do MPF.

Janot deixa o posto de procurador-geral da República cumprindo, assim, a agenda em favor de aliados e amigos e com bombardeio intenso contra quem ele julga adversário.

Há pelo menos uma centena de casos envolvendo delações contra políticos em que o delator sequer sabia a quem entregar a tal propina. Exemplos não faltam: Renan Calheiros (PMDB), José Sarney (PMDB), o próprio presidente Michel Temer (PMDB), Aécio Neves (PSDB), Lula e Dilma (PT). Em outros exemplos – como os de Roseana Sarney e Edison Lobão -, ele, no mínimo, pediu mais prazo para confirmar as denúncias, só arquivando depois de tanto relutar.

Apenas no caso de Flávio Dino – cujo irmão, repita-se, é seu principal assessor – Rodrigo Janot entendeu a necessidade de arquivamento puro e simples.

Coluna Estado Maior