andreaDe O Estado – A deputada estadual eleita Andrea Murad (PMDB) afirmou a O Estado que cobrará transparência na administração pública estadual e nos atos da Assembleia Legislativa durante o seu mandato. Ela admitiu que é praticamente irreversível a vitória do deputado Humberto Coutinho (PDT) na eleição para a presidência da Mesa Diretora da Casa e garantiu que ficará vigilante em relação ao tratamento que será dispensado pelo Executivo ao Poder Legislativo. Murad mantém candidatura de protesto para a Mesa.

A deputada afirmou que o Parlamento Estadual precisa atuar com independência e autonomia, sem que haja qualquer tipo de interferência do Governo do Estado nas decisões da Casa. “O que temos visto desde o início das discussões da eleição da Mesa é a atuação do governo no processo, principalmente com a imposição de candidatura. E em relação a isso precisamos ficar vigilantes, para que não haja essa mesma interferência na Casa ao longo de nosso mandato. A Assembleia não pode caminhar sob o que determina o Executivo”, disse.

Murad também afirmou que não aceitará tratamento desigual da direção da Mesa Diretora em relação aos deputados que compõem o plenário. “Não é correto, por exemplo, que gabinete de um colega tenha certa estrutura e o meu não, só porque não pertenço à base governista ou porque não votei na chapa ‘X’. Membros do atual governo pregam o fim dos privilégios. Então, que haja isso na prática. Vamos exigir transparência, publicação de todos os atos, fim dos privilégios e um parlamento livre”, completou.

Andrea Murad foi a primeira a se manifestar contrária a candidatura do deputado Humberto Coutinho à presidência da Casa. A justificativa é o fato de Coutinho ter sido, segundo a peemedebista, uma imposição do governador Flávio Dino (PCdoB).

Murad também tem questionado atos do Executivo, principalmente os que dizem respeito às despesas do Estado e no tocante à administração da rede de saúde. A parlamentar tem utilizado a sua página em rede social para fazer as denúncias.

Isolado ­ Murad também comentou o fato de o PMDB, partido que elegeu a maior bancada na Assembleia Legislativa ao lado do PV, ter ficado sem membros indicados para a Mesa Diretora da Casa.

Ela divergia com membros da sigla em relação ao apoio ­ já oficializado ­ a Humberto Coutinho. Defendia o lançamento de candidatura própria e veto ao nome do pedetista.

O partido acabou definindo posicionamento em relação a eleição da Mesa somente no sábado, quando as demais siglas já haviam feito a composição Blocos Parlamentares e da Mesa. Com isso, o partido ficou sem representatividade na direção da Casa.

“‘O desejo’ [de apoiar Humberto] dos deputados encaixou­se bem com a estratégia do novo governo, que era o de deixar o PMDB isolado. De nada adiantou a defesa fervorosa do partido à candidatura de Coutinho. Isolado está e isolado permanecerá”, finalizou.