A vice

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) passou a enfrentar um problema adicional – além da briga por candidaturas a senador – na montagem de sua chapa para as eleições de 2018. A vaga de vice passou a despertar interesse, sobretudo, pelo fato de que o contemplado pode, em caso de reeleição do comunista, assumir em 2022 já com projeto de ser candidato à reeleição.

E por este motivo, nessa briga entram figuras tão reluzentes quanto improváveis, como os prefeitos Edivaldo Júnior (PDT), de São Luís, e Luis Fernando Silva (PSDB), de Ribamar; os deputados federais Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS) e Waldir Maranhão (PP) – que ora pleiteiam vaga de senador – e até adversários do governador como o senador Roberto Rocha (PSB) e o deputado estadual Eduardo Braide (PMN).

A opção por adversários passou a ser admitida no Palácio dos Leões como medida para minimizar os riscos do pleito de 2018. Os dinistas entendem que, com menor número de candidatos ao governo, maior são as chances de vitória rápida, diante da polarização inevitável.

Mas a articulação não consta somente de chamar um Roberto Rocha ou um Eduardo Braide e abrir-lhes a vaga na chapa. É necessário contemplar aliados com outros espaços e evitar desgastes. Por isso a dificuldade de Flávio Dino no trato das questões envolvendo a montagem de seu palanque. Questões que só devem aumentar à medida que se aproxima a campanha.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

PSDB ainda sem rumo

por Jorge Aragão

Em confronto direto no PSDB, o vice-governador Carlos Brandão e o ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira devem iniciar uma guerra aberta pelo comando regional do partido.

Até então acuado, Brandão resolveu reagir e está arregimentando prefeitos eleitos pela legenda em 2016, para forçar a cúpula nacional a liberar a aliança com o PCdoB também nas eleições de 2018. O vice entende que apenas com esta liberação poderá manter o sonho de continuar no governo comunista. Em posição contrária, Madeira tenta o controle do partido para sair da zona de influência de Flávio Dino e, quem sabe, até lançar um candidato competitivo ao Governo do Estado.

A princípio, Carlos Brandão, até pela própria lógica do desenho político nacional, poderia ser classificado como derrotado nesta guerra. Mas ele tem vencido batalhas importantes, o que mantém acesa a chama da possibilidade de ficar onde está.

Uma das vitórias do vice-governador foi o adiamento da decisão da direção nacional sobre o futuro do partido no Maranhão. Madeira esperava esta decisão ainda no mês de março. Já se chegou a abril e não há sinal de quando a cúpula tucana decidirá a questão.

Para o ex-prefeito de Imperatriz, é fundamental que o problema de posicionamento do PSDB seja decidido agora, até para dar tempo de – no caso de defecções dos dinistas – conseguir novos nomes de peso para a disputa proporcional e majoritária de 2018.

Usando da força do cargo, Brandão também tem oprimido levantes em vários setores do partido. Usa todas as suas forças, mas ainda não está consolidado no controle da legenda. Mas Madeira também não.

 

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão