Pelo visto as deleções dos proprietários e diretores da JBS ainda vão alcançar muita gente, principalmente aqueles que se julgavam verdadeiros arauto da moralidade.

O diretor da JBS Ricardo Saud, em delação premiada, descreveu uma listagem com doações que estariam somando quase R$ 600 milhões para 1.829 candidatos de 28 partidos das mais diferentes ideologias.

Com essa contribuição, Saud assegura que a empresa conseguiu eleger 167 deputados federais de 19 siglas, bancou 28 senadores da República e fez 16 governadores. A extensa lista de políticos beneficiados já foi entregue ao MPF.

Ricardo Saud afirmou ainda que só o PCdoB, partido do governador do Maranhão, Flávio Dino, teria recebido algo em torno de R$ 13 milhões para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.

De acordo com a deleção de Ricardo Saud, o pagamento ao PCdoB foi uma ideia do tesoureiro de campana de Dilma Rousseff, Edinho Silva. O repasse era autorizado por Guido Mantega. Em um dos trechos, o delator afirma que só o ex-ministro Orlando Silva (PCdoB) recebeu R$ 3 milhões.

“Orlando Silva chegava com o pessoal do PCdoB, ficava um pouco atrás e dizia ‘O meu é por fora, hein, não tem nada a ver com esse povo dos 10 milhões, não’”, afirmou Saud.

Essa não é a primeira vez que o PCdoB é citado em delação premiada. O ex-deputado federal e delator da Operação Lava Jato, Pedro Corrêa, relatou aos procuradores um esquema de corrupção vinculado ao programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Entre os partidos beneficiados estava o PCdoB.

O delator afirmou que mais oito partidos – PMDB, PSD, PDT, PP, PR, PROS, PV e PRB – também foram ‘cooptados’ para apoiar a chapa Dilma/Temer nas últimas eleições gerais.

Em 2014, quando o PCdoB teria recebido a suposta propina, a prioridade do partido era eleger o seu primeiro governador no Brasil e conseguiu, afinal Flávio Dino foi eleito para comandar o Governo do Maranhão.