A pífia, imatura e fútil justificativa do deputado Marco Aurélio

por Jorge Aragão

O mês de setembro na Assembleia Legislativa tem sido marcado pela falta de entendimento total entre governistas e oposicionistas para a apreciação das votações da pauta diária, ou seja, na apreciação da Ordem do Dia.

Os governistas, na maioria das vezes sem número suficiente, querem aprovar as inúmeras medidas provisórias encaminhadas pelo incoerente governador Flávio Dino, enquanto que a Oposição tenta obstruir as votações, mesmo que concorde em algumas com o mérito, para demonstrar sua insatisfação com o desrespeito do Executivo com o Legislativo, justamente pelo número absurdo de medidas provisórias.

O embate, apesar de fazer parte da política, tem deixado as sessões ordinárias enfadonhas, e o pior é que a “corda deve seguir sendo esticada”, já que um acordo, pelo menos nesse momento, parece improvável.

Só que na sessão de terça-feira (19), o deputado estadual Marco Aurélio, que parece não compreender o tamanho do cargo que ocupa, conseguiu encontrar uma justificativa pífia e no mínimo bajuladora para justificar a quantidade de medidas provisórias encaminhadas pelo governador Flávio Dino a Assembleia Legislativa.

Enquanto oposicionistas questionavam o atropelo e o desrespeito com a Casa do Governo Flávio Dino, que já encaminhou mais medidas provisórias que projetos de lei, o deputado comunista, imaginando que ainda estava num debate de grêmio estudantil, saiu com a seguinte afirmação:

“Desde a semana passada, a mesma história, o mesmo mimimi. É o mimimi da MP, não pode Medida Provisória. Ora, quem decide se é Medida Provisória ou se é Projeto de Lei é o Chefe do Executivo. Se alguém aqui quer ter essa prerrogativa, tenha 2 milhões de votos que aí vai ter a prerrogativa de decidir se vai ser MP, se vai ser Projeto de Lei, o que vai ser. É simples assim”, afirmou Marco Aurélio.

Além de demonstrar uma submissão incrível, o parlamentar parece que tem memória curta. Flávio Dino, enquanto deputado federal chegou a lançar um livro criticando o instituto da Medida Provisória (reveja).

O que é o deputado Marco Aurélio deveria entender é que a população votou em Flávio Dino, assegurando esses dois milhões de votos a ele, justamente por aquilo que ele pregava e prometia, não pelos desmandos que está cometendo hoje.

Agindo assim, fica apenas evidenciado um estelionato eleitoral, afinal pregava algo antes de se eleger, justamente para ganhar esses dois milhões de votos, mas depois de eleito faz algo bem diferente do que afirmava.

Sendo assim, por mais que tenha que cumprir seu papel de deputado governista, até para garantir suas emendas parlamentares, o deputado Marco Aurélio precisa, no mínimo, ter um pouco de equilíbrio e bom senso.

Ou seja, era melhor ter ficado calado, do que apresentado uma justificativa imatura, pífia e fútil para a quantidade de medidas provisórias .

Quem diria: Flávio Dino se tornou o Rei das Medidas Provisórias

por Jorge Aragão

Este Blog já afirmou e demonstrou que o governador Flávio Dino, como político, tem como sua característica principal: a incoerência. E mais uma vez ficará demonstrado, agora na questão das Medidas Provisórias, essa latente e triste peculiaridade do comunista.

Inicialmente é bom explicar que as Medidas Provisórias têm força de lei e por esse motivo deveriam ser utilizadas apenas em casos de emergência e/ou urgência. Através das Medidas Provisórias, o Executivo acaba atropelando o Legislativo, já que caberá praticamente apenas chancelar, em até 60 dias, a vontade dos governantes.

O atual governador do Maranhão, quando foi deputado federal, escreveu conjuntamente com o hoje deputado federal Wadih Damous (PT), o livro: “Medidas Provisórias no Brasil: origem, evolução e novo regime constitucional”.

Naquela oportunidade, Flávio Dino era um árduo crítico do uso das Medidas Provisórias, chegando a afirmar, através de seu livro, que o dispositivo era uma espécie de resquício da ditadura brasileira, que as Medidas Provisórias eram frutos da ditadura e uma forma de repreender e de atropelar assim os parlamentos.

Só que depois que conseguiu chegar efetivamente ao poder no Maranhão, transformando-se em governador, Flávio Dino mudou e mudou muito de ideia sobre as Medidas Provisórias.

Nesta quinta-feira (14), o jornal O Estado do Maranhão fez um levantamento e constatou que em 2017, o Governo Flávio Dino editou 25 Medidas Provisórias contra 24 Projetos de Lei, ou seja, o governo do comunista encaminhou mais Medidas Provisórias que Projetos de Lei para a Assembleia Legislativa.

Ao longo dos dois anos e oito meses de gestão, o Governo Flávio Dino editou 68 Medidas Provisórias, o que dá uma média absurda de mais de duas Medidas Provisórias por mês na gestão do comunista.

Agora imaginem se Flávio Dino não fosse um crítico ferrenho das Medidas Provisórias, chegando inclusive a escrever um livro sobre o assunto .

Pelo visto a única mudança que teve de verdade na gestão comunista foi a maneira de pensar de Flávio Dino, já que antes de se eleger pensava de uma forma, mas depois de eleito pensa bem diferente.