É preciso aprender!

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Vou tentar explicar como penso e como me comporto em quase tudo na vida, para que vocês tenham a mínima capacidade de entender os motivos de alguns de meus posicionamentos políticos.

Entre todas as pessoas do mundo, a minha mãe é aquela que eu mais amo. Ela se dedica a nós com a maior das devoções e nos prepara pelo menos duas vezes por semana almoços fantásticos, cujo mais saboroso ingrediente é o amor. Ocorre que minha mãe quer nos surpreender o tempo todo, enquanto nós queremos apenas estar com ela e comer as comidinhas caseiras que ela sempre fez para nós, e não pratos sofisticados.

Eu e meu irmão Nagib temos atitudes diferentes quanto a isso. Ele come bem quietinho as novidades que mamãe prepara com todo amor, enquanto eu digo que preferiria que fosse aquele seu maravilhoso arroz de toucinho com salada de camarão seco, ou aquela carne de grelha acompanhada do suculento feijão mulata gorda, e não o peixe a dorê com legumes gratinados…

É exatamente assim que eu penso e ajo em tudo em minha vida, principalmente na política. Nós precisamos de coisas simples, eficientes, eficazes e efetivas, sem muita sofisticação, arroz com feijão mesmo. Algo que surta o efeito pretendido e esteja em nosso cardápio de desejos e necessidades.

Não é porque minha mãe seja a pessoa que eu mais amo que eu não vou dizer a ela o que eu quero comer, ou o que eu penso do almoço. Imagine se vou ter esse pudor com o prefeito, o governador ou o presidente da República, apenas para citar os membros do Poder Executivo!

Votei e apoiei Roseana Sarney todas as vezes em que ela se candidatou e nem por isso deixei de dizer tudo que eu pensava a respeito de suas ações ou omissões, tanto administrativas como políticas, e não será agora que vou poupar alguém na mesma condição que ela, muito menos o presidente da República que elegemos na tentativa de nos livrarmos de políticos aparelhadores do estado, que resolveram se apoderar das instituições públicas e sociais através de táticas e ações de domínio e controle filosófico e midiático, tentando incutir em todos seu padrão como sendo o único aceitável e impedindo, de forma subliminarmente autoritária, a diversidade e o antagonismo das ideias.

O fato de eu ter votado em Jair Bolsonaro não significa que eu apoie incondicionalmente a ele, a seu governo ou a seus ministros. Votei nele, em primeiro lugar, para eliminar do poder, o PT e seus asseclas da esquerda, e em segundo lugar para que tivéssemos no comando alguém capaz de nos colocar nos trilhos da ordem e do progresso, palavras que definem o nosso destino como povo e nação, sendo a sinopse do filme de nossa existência como pátria.

Bolsonaro logo mais vai completar 100 dias de governo, seu destempero pessoal e seu despreparo para o exercício do poder precisam ser superados a qualquer custo. Tenho certeza que ele consegue se tornar uma pessoa mais sensível, um homem mais sútil, um político maior… Deputados podem ser toscos, evangélicos ou comunistas, podem ser dos mais variados tipos, pois existem 513 deles e são escolhidos para representar DIRETAMENTE o povo, e como ele, o povo, podem ter suas características, virtuosas ou defeituosas.

O presidente da República pode até ter sido um deputado e ter tido todas essas características, mas quando ele se torna presidente da República, precisa se transformar. Ele não pode mais ser desajeitado, ou colocar sua religião acima das demais, ou mesmo impor sua ideologia à sociedade.

Eu votei no candidato Jair Bolsonaro, que foi deputado durante 28 anos, mas ao se eleger presidente, ele deixou de ser deputado para assumir um outro papel, para o qual sabíamos que ele não estava preparado. No entanto, não tínhamos escolha, era ele ou continuarmos no caos que começou a se instalar em nosso país fazia 24 anos, nos governos de esquerda, sendo que os últimos 16 foram desastrosos.

Precisamos que Bolsonaro e sua turma aprendam rápido essas lições para se transformarem em nossos líderes. Bons líderes!

Quando Lula se elegeu presidente, pouco ou nada sabia sobre a liturgia do cargo. Não sabia comer com talheres para peixe, nem conhecia vinhos. Oito anos depois além de afogar nossas esperanças e quebrar nosso país, ele aprendeu a apreciar e saborear os melhores e mais caros vinhos, e comia com talheres de peixe, como se tivesse nascido em Buckingham ou Balmoral.

Vamos dar mais um tempinho para ver se Bolsonaro aprende!…

Para Haickel, Brandão disputando sua própria sucessão é “imbatível”

por Jorge Aragão

O ex-deputado e analista político Joaquim Haickel, depois de fazer um texto extremamente interessante sobre o posicionamento do vice-governador Carlos Brandão no tabuleiro político (reveja), voltou a comentar sobre a disputa eleitoral de 2022.

Para Haickel, Brandão como governador, quando Flávio Dino deixar o governo para disputar a eleição de 2022, é imbatível. Ele fez questão de lembrar do senador Weverton Rocha, que também é apontado por alguns como um forte candidato para o Governo do Maranhão em 2022, mas Haickel acredita que o senador não se “aventure” em 2022 e aguarde um novo momento.

É aguardar e conferir.

À espera de sua hora

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Dentre os assuntos de minha predileção se destacam cinema e política e hoje vou tentar traçar um sutil paralelo entre eles.

Eu sempre preferi os atores coadjuvantes aos principais. De astros mais antigos como Walter Brennan, Walter Huston e Peter Ustinov, até os mais recentes como Gene Hackmam, Robert Duvall e Mahershala Ali, os coadjuvantes, a meu ver, realizam trabalhos muito importantes para que os atores principais se notabilizem e brilhem.

Feito este preâmbulo, adentro propriamente ao assunto deste texto. Os personagens coadjuvantes da política conseguem manter-se em evidência por mais tempo e com mais efetividade, eficiência e eficácia que os personagens principais, que estão mais sujeitos aos desgastes ocasionados pela maquiagem e os holofotes. Falo isso para comentar sobre uma pessoa que se manteve durante toda sua vida atuando num segundo plano, nunca gostou dos flashes, nunca ocupou os lugares centrais do palco, e apesar disso sempre desenvolveu o seu trabalho com extrema dedicação e perícia, algumas vezes até bem mais que era esperado.

O nosso personagem nasceu em uma família bem estruturada, foi criado no respeito aos bons costumes, comuns aos anos de 1960. Estudou em um colégio tido como repassador de ótimo conteúdo e de rígida disciplina, ingredientes indispensáveis para formar um bom cidadão. Quando jovem não era o primeiro aluno da turma, mas estava sempre entre os seus líderes. Atleta, nunca foi o craque do time de basquete, mas era um dos titulares. Foi assim durante toda sua vida: Sempre entre os melhores.

Seu pai destacou-se na vida pública. Foi deputado estadual, secretário de estado e conselheiro no Tribunal de Contas do Maranhão. Chefe político no sertão maranhense, onde seus filhos o sucederam, tanto nos negócios quanto na política.

Estou falando de Carlos Orleans Brandão Júnior, político que teve a paciência e a perseverança de aguardar o seu momento, passando por cargos de assessoramento, sendo secretário de estado, deputado federal, chegando gravitacionalmente ao cargo de vice-governador e agora é a bala na agulha para ser o próximo governador do estado do Maranhão.

Você poderia me perguntar! Que méritos ele tem para ser governador!? Ao que eu lhe responderia sem pestanejar: Inteligência física e emocional; capacidade de entendimento da realidade e do jogo político; competência administrativa e diplomática; maturidade como pessoa e como político; idade e experiência suficiente para saber que o sucesso de um político hoje em dia depende menos de dinheiro, poder ou mesmo de votos e muito mais de respeito, confiança e credibilidade, como no tempo em que ele começou seu aprendizado, na escola política onde seu pai e os amigos dele eram mestres, tempo em que os políticos eram respeitados e bem quistos pelas pessoas.

Brandão foi coadjuvante do então governador José Reinaldo Tavares, foi coadjuvante quando esteve na Câmara dos Deputados e tem sido um coadjuvante privilegiado como vice-governador de Flávio Dino, onde sempre demonstrou grande capacidade de diálogo e aglutinação, coisas para as quais seu superior só tem demonstrado propensão de pouco tempo para cá.

Tenho certeza que com Carlos Brandão o Maranhão vai ter a oportunidade de resgatar as boas práticas da política das décadas de 1960 e 1970, mas com valores humanísticos do século XXI.

Muitos astros que ganharam prêmios de melhores atores coadjuvantes se tornaram os maiores intérpretes de seu tempo e ganharam depois prêmios de atores principais como Anthony Quinn, Robert de Niro e Denzel Washington. Tenho a impressão que o mesmo acontecerá com Carlos Brandão, pois está chegando a hora dele protagonizar seu próprio filme e penso que ele não abrirá mão disso.

Carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Prezado presidente,

Sou Joaquim Haickel, maranhense, casado, empresário, escritor e cineasta. Fui político durante 32 anos, tempo em que exerci mandatos de deputado estadual, deputado federal constituinte e secretário de estado.

Devo lhe dizer que na eleição de 2018 não iria votar no senhor, minha intenção era votar em um candidato mais preparado para enfrentar os imensos desafios que esses tempos complicados e difíceis exigiriam de um presidente.

Poderia votar no Meireles, mas a eleição era pra presidente e não para ministro da Economia! Minha esposa tentou cabalar meu voto para Amoedo, mas disse a ela que ele não decolaria. Álvaro Dias seria outra opção… Mas não… A grande decepção foi mesmo o Alckmin, que era minha primeira escolha e também foi minha primeira desistência, quando vi que ele não entendera o que estava acontecendo!…

Nunca cogitei em votar no Boulos, no Haddad, na Marina ou no Ciro, nesta escala de desimportância.

Meu irmão, desde o começo encampou a sua candidatura e essa chama se alastrou em nossa família, não tendo atingido apenas parte dos membros mais jovens, que haviam sido contaminados pelo aparelhamento gramscista da nossa sociedade, implementado pela esquerda, nas últimas décadas.

Desde que percebi que para nos livrarmos da péssima influência da esquerda, o único caminho possível era apoiar a sua candidatura, não tive dúvida em fazê-lo, porém o fiz da mesma forma como sempre agi na política, de modo franco, direto e aberto, sempre deixando claro que a minha opção era pelo candidato menos pior, já que em minha análise não havia nenhum que se pudesse dizer que fosse um bom candidato.

Minha tese era pragmática e simples: “Não sei o que se pode esperar de Bolsonaro, ele é uma grande dúvida, uma incógnita. Já com Haddad e tudo o que ele representa e o grupo que ele tem por trás de si, tenho a garantia de continuarmos sofrendo as agruras impostas pelo PT e seus asseclas.”

Agora, depois de empossado, o senhor não é mais um capitão do Exército brasileiro, não é mais vereador do Rio de Janeiro, nem deputado federal. O senhor é presidente da República Federativa do Brasil e como tal deve se comportar e agir.

O senhor e seus ministros devem agir como presidente e ministros, não “twitadores”, youtubers” ou “blogueiros”. As opiniões de vocês não são mais apenas suas, são dos representantes do governo. A sua opinião não é mais a opinião de um candidato, mas a do presidente de todos os brasileiros. Entender, aceitar e agir de acordo com isso é decisivo para o sucesso de seu governo e consequentemente, de nosso povo, de nossa economia e de nosso país.

A campanha eleitoral já acabou!…

Seus filhos, mesmo sendo eles um senador, um deputado federal, um vereador, e um casal de jovens estudantes, são tão somente isso, seus filhos, em sua casa e até mesmo no Palácio da Alvorada. Nas ruas, para a população de um modo geral, eles são apenas seus filhos e como tal têm que se comportar. Os filhos de um presidente da República precisam entender que como seu pai, eles estão submetidos às mesmas obrigações e precisam respeitar e honrar o povo brasileiro. Coloque ordem na casa, presidente!… Faça o seguinte! Pergunte para seus filhos se eles querem ser lembrados como o são os filhos de Lula!?

Presidente, nós não o elegemos para se perder no caminho. O elegemos para nos livrar de 24 anos de governos de esquerda.

O que temos visto é algo parecido com o que eu imaginava. O senhor não estava preparado para ser presidente. Em compensação, de início, quase ninguém está! Mas o senhor está exagerando no despreparo. Age como se ainda fosse um deputado! O senhor é presidente, homem!

Precisamos que o senhor nos lidere no intento de sairmos do fundo do poço em que nos colocou o PT e seus aliados. É preciso que o senhor ponha ordem em sua casa, e falo isso em três níveis. Sua casa familiar, sua casa governamental e política, e sua casa nacional.

As suas atitudes decidirão como o senhor será lembrado no futuro. Existem exemplos que o senhor pode se guiar para se espelhar. O senhor quer ser lembrado como o são os presidentes militares? Quer ser lembrado como é o Sarney? O Collor? O FHC? O Lula? Ou a Dilma? Eu se fosse o senhor, iria preferir ser lembrado por ter sido o presidente que reabilitou a confiança do povo brasileiro em si e em sua pátria e de lambuja recuperou nossa economia. Para isso é preciso que o senhor tome tenência!…

Sigo confiando que meu voto, assim como o voto da maioria dos brasileiros foi dado ao candidato menos pior, mas desejando fortemente que o senhor prove que eu e muitas outras pessoas estávamos errados, e que na verdade votamos no melhor dos candidatos disponíveis.

Sem mais para agora,

Abraço, Joaquim Haickel.

Preparando a tela para pintar

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

O jogo político é sempre intrincado!… O quadro surgido depois da eleição de outubro de 2018 confirmou o estabelecimento de um novo poder hegemônico na política maranhense. Destrona-se o grupo Sarney, e agora, ao que parece, definitivamente, passa a reinar o grupo Dino.

A última frase do parágrafo anterior pode confundir e enganar os incautos, mas os astutos e experientes sabem que o novo coronelato de nossa política assume também os ônus do poder, e não apenas os bônus, coisa que alguém mais desatento possa não ter imaginado.

A hegemonia traz em si doenças que são comuns a todas as de sua espécie. Gigantismo, hipoglicemia, pressão alta, diabetes, enfisema, depressão… Isso, se nós formos comparar o grupo no poder com pessoas, ou seja, muita gente para aquinhoar, muita gente precisando de “docinhos”, intolerância ao sal do suor, intolerância ao açúcar da compreensão, pouca capacidade de respirar, devido certas intoxicações, desespero por ver que a situação está complicada… Isso sendo metafórico ou ao constatar os defeitos, idiossincrasias e necessidades de alimentar e manter uma tropa composta de peças assim tão díspares, como sempre ocorre em casos como esse.

A primeira coisa que acontecerá logo nos próximos meses é a sedimentação do novo grupo. Os mais tolos dirão: como assim, novo grupo!?… Eu, pacientemente, explico! Flavio Dino foi muito astuto ao ter passado os seus primeiros quatro anos de governo, como se estivesse ainda na oposição, mas agora que ele sucede a si mesmo, isso será muito difícil de fazer! As pessoas, não mais vão aceitar que ele coloque na conta de seus adversários, todas as mazelas que nos assolam! Essa é a sedimentação de que falei!

A segunda coisa que irá acontecer é a construção e o estabelecimento de torres de poder nas muralhas do novo castelo da política maranhense. Uma dessas torres será construída pelo político que pode ser visto como a luz no fim do túnel, o político por cujas mãos, irremediavelmente, passará, de um jeito ou de outro, a decisão de rumo e futuro deste grupo, e quem sabe de todo nosso estado, o vice-governador Carlos Brandão.

A outra torre será construída pelo jovem senador Weverton Rocha, único político deste grupo que tem pessoalmente a capacidade de articulação partidária e política consolidada, excetuando-se, é claro, o governador.

Apaixonado por história lembro-me das dezenas de vezes em que um rei velho teve que administrar as tensões entre seu herdeiro natural e seu duque mais poderoso… Mas imagino que esse rei ainda não esteja velho o suficiente para essa comparação e que o herdeiro natural e o duque mais poderoso irão se entender, para seu próprio bem.

Ocorre que, como já disse diversas vezes, a mecânica da política não faz distinção de pessoa, grupo, ideologia ou modus operandi. Como a natureza, ela flui como sempre fez, faz e fará para sempre.

Flavio Dino vai dirigir seu grupo como sempre o fez, mas a cada dia que se passar, vai enfraquecendo, à proporção que os ocupantes das torres ao seu redor irão se fortalecendo. Isso é natural e acontece com todos na mesma condição.

O único jeito de Carlos Brandão não ser o fiel da balança deste grupo, será se Flavio Dino não se desincompatibilizar ao final deste mandato para se candidatar a outro cargo eletivo!

O único jeito de Weverton Rocha perder espaço e poder será se ele não conseguir eleger uma boa quantidade e qualidade de prefeitos em municípios importantes, na eleição de 2020.

Como afirmo no título desta crônica, ela corresponde apenas ao trabalho que o pintor de quadros realiza ao preparar uma tela para nela colocar sua obra.

PS: Poderia ter citado outros personagens que compõem esta “pintura”, mas ao seu tempo comentarei sobre os deputados Eduardo Braide e Josimar de Maranhãozinho, entre outros.

Aberta a temporada de caça

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

As eleições municipais de 2020 devem transcorrer mais ou menos da mesma maneira de sempre. Haverá uma decisiva da política estadual e nacional em algumas cidades importantes, como é o caso de Imperatriz, São José de Ribamar, Caxias, Timon, Santa Inês, Codó, Balsas, entre outras.

No caso de São Luís a coisa será bem mais complicada, pois será este o cenário que servirá de laboratório para a eleição de governador em 2022.

Flávio Dino escolheu para seu vice um político de sua confiança, alguém que se não é uma potência eleitoral, o é quanto ao seu conhecimento do bom jogo da política. Carlos Brandão é peça fundamental no cenário político estadual.

Enquanto de agora em diante o poder e a importância do governador só vão caindo a cada dia, do vice, só vão crescendo, pois ele DEVERÁ estar sentado na cadeira de primeiro mandatário do estado na eleição de 2022.

Em outra cadeira, não tão importante quando a de Brandão estará o senador Weverton Rocha. Sua cadeira não tem uma coisa que a de Brandão tem, o poder da caneta, em compensação tem outro poder que a de Brandão não possui, o poder do tempo, ou seja, quatro anos a mais.

Digo isso para estabelecer os contendores da eleição de prefeito de São Luís, e veja que eu ainda não citei os dois maiores mandatários executivos do cenário, o governador e o prefeito!

Para Flávio Dino a eleição é importante, mas para Edivaldo ela é crucial, só não sei se ele tem consciência disso.

Há uma outra peça de fundamental importância neste intrincado jogo de tabuleiro. O recém-eleito deputado federal Eduardo Braide. Quem conseguir a vantagem de tê-lo ao seu lado como seu candidato terá dado um passo decisivo para vencer a eleição de prefeito de São Luís em 2020.

Quando eu digo quem conseguir ter a vantagem de tê-lo como seu candidato, penso imediatamente em Flávio Dino e Weverton Rocha, pois o primeiro irá querer eleger seu sucessor e este pode muito bem não ser o segundo!… Ou não!… E a prefeitura de São Luís é importante para isso.

Quem conhece Carlos Brandão sabe que ele é leal a Flávio Dino, mas não cometerá haraquiri político por ninguém. Com mais de 60 anos, jamais terá outra chance de ser governador, e estando ele sentado na cadeira mais alta do estado, abrir mão de uma automática candidatura, só se for para ser algo que seu pai foi antes dele, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão. Pode ser que aconteça! Quem sabe!?

Mas, há a possibilidade de Flávio Dino querer eleger para seu sucessor, alguém seu, de sua mais irrestrita confiança, e tendo deslocado Brandão para o TCE, colocando em seu lugar esse tal alguém, eleito governador tampão, na Assembleia, como Roseana deveria ter feito com Luís Fernando em 2014, Flávio abrirá caminho para eleger quem deseje!

É aí que entra Weverton, Edivaldo, e quem sabe Eduardo Braide, aglutinados no PDT, partido que se fortalecerá mais nos próximos meses, quando se tornará o carro chefe da oposição a Bolsonaro.

Nesta possibilidade o valor de Braide vai ficar cada vez mais elevado para todos os contendores, pois a oposição no Maranhão vai pensar a mesma coisa e vai fazer de tudo para aproximar Braide do governo federal, blindando-o aos acenos e seduções tanto de Flávio Dino que não deveria tê-lo descartado, quanto de Weverton que sabe jogar o jogo, mas não tem tanto poder de convencimento quanto o ocupante do Palácio dos Leões.

PS: Antes que algum desavisado tire conclusões erradas, isso são apenas e tão somente conjecturas e vislumbres do que poderá acontecer!… Pauta para conversas sobre o futuro de nossa política.

Deveres e direitos

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Eu estava entre os vinte e um maranhenses, designados por nosso povo para redigir a nossa nova carta constitucional brasileira. Em 1986, vinte de nós, fomos eleitos para esse fim. Um, João Castelo, já exercia mandato de senador desde 1982.

Os 20 eleitos em 1986 foram Albérico Filho, Antônio Gaspar, Cid Carvalho, Haroldo Saboia, Joaquim Haickel, José Carlos Saboia, Onofre Correa e Wagner Lago, pelo PMDB; Costa Ferreira, Enoc Vieira, Eliézer Moreira, Francisco Coelho, Jayme Santana, José Teixeira, Sarney Filho e Vitor Trovão, do PFL; Davi Alves Silva e Vieira da Silva, do PDS. Edson Lobão e Alexandre Costa foram os senadores eleitos pelo PFL. Os suplentes Edivaldo Holanda e Mauro Fecury, ambos do PFL, também participaram dos trabalhos da ANC.

No começo dos trabalhos, os constituintes foram distribuídos em comissões e subcomissões que tratariam de assuntos específicos. Esses assuntos seriam propostos, apresentados, debatidos, emendados, votados e aprovados previamente e depois seriam levados a uma comissão de sistematização, que montaria nossa constituição de modo estrutural e orgânico, para que tivéssemos um conjunto de normas primordiais para o funcionamento do Estado Brasileiro e para regulamentar a nossa vida em sociedade.

Tendo em vista este ser um assunto muito extenso e abrangente, hoje vou me ater apenas a um aspecto do trabalho da comissão da qual participei e que, não por esse motivo, em minha modesta opinião, foi a mais relevante das comissões, pois de nosso trabalho exaustivo e árduo, resultou a quadra mais importante de toda nossa carta magna, inclusive foi ela que deu origem ao apelido dado por Ulisses Guimarães: A Constituição Cidadã.

Falo do artigo quinto da CF, onde se estabelecem todos os direitos e deveres que os brasileiros são detentores. É neste artigo que se encontram todas as prerrogativas nas quais o cidadão brasileiro se materializa como agente de sua vida e de seu destino.

Ele foi elaborado pela Comissão da Soberania e dos Direitos e Garantias do Homem e da Mulher, que se dividiu em três subcomissões, a da Nacionalidade, Soberania e Relações Internacionais; a dos Direitos Políticos, Coletivos e das Garantias; e a dos Direitos e Garantias Individuais, esta última foi aquela em que eu trabalhei.

Em sua nomenclatura reside um dos nossos mais graves problemas contemporâneos. Saídos de um regime autoritário, nossos líderes, imbuídos de um espirito que exaltava os maiores e melhores valores humanos e não afeitos a ceder a pequenas concessões semânticas ou retóricas, não incluíram no nome desta subcomissão a palavra DEVER, fazendo com que se imaginasse que direitos e garantias individuais, não têm suas contrapartidas nos deveres que as sustentam.

Quando o velho Ulisses proferiu aquele emocionante discurso no dia 5 de outubro de 1988, ele não se esqueceu de falar nos nossos deveres, mas ele deu tanta ênfase aos direitos que a nossa constituição resgatava e garantia para nossa gente, que muitos de nós nos esquecemos de que sem o imprescindível balanço entre direitos e deveres, jamais teríamos uma sociedade equilibrada, que manca e caolha ela não iria funcionar corretamente.

Sarney, presidente da República de então, disse que a nossa obra, a Constituição Federal, faria do Brasil um país ingovernável. Se ele não estava totalmente certo, pelo menos apontou as dificuldades que nossa lei maior acarreta na prática, pois tenta fazer conviver em um mesmo sistema de governo, princípios e dogmas do direito europeu e da práxis americana; Regime presidencialista com inúmeros dispositivos parlamentaristas; Ideias liberais e socialistas nas aplicações de ações e iniciativas que se contradizem. Tudo isso obriga que a CF seja observada e interpretada com mais argúcia e sempre pelo ponto de vista do legislador original, que antes de tudo queria um estado justo e a valorização do cidadão.

Sobre nossa constituição, o que posso dizer, é que na parte dela onde eu mais trabalhei, reside todo o seu espírito, toda sua essência. O artigo 5º de nossa Carta Magna deveria ser mais divulgado e explicado, para que todos entendessem sua real dimensão, mas sem nos esquecer de que é nos deveres nele implícitos que se consolidam os direitos nele assegurados.

PS: Existem muitos outros aspectos a serem tratados sobre a Constituinte de 1988. Voltarei a eles em outras oportunidades.

Em política, a guerra começa depois da vitória

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Depois de um primeiro turno no mínimo surpreendente, onde as eleições proporcionais deixaram um saldo devastador, tanto nas Assembleias Legislativas, quanto no Congresso Nacional, e até nos governos estaduais, com a não eleição de antigas e consolidadas lideranças políticas, e de um segundo turno acirrado entre os postulantes aos cargos majoritários de alguns Governos Estaduais e à Presidência da República, o que vemos agora, por parte dos eleitos, além de um grande alívio pela vitória, é um mar de desafios e um maremoto de dificuldades e incertezas.

Enquanto estão em campanha, os políticos não levam em consideração a grande quantidade de problemas que enfrentarão nas funções para as quais se candidatam. Durante a campanha, tudo que virá depois da vitória, parece ser tão insignificante e fugaz que nem se atrevem a comentar, até porque se o fizerem, o eleitor pode raciocinar mais objetivamente e resolver votar em outro candidato.

Isso não é prerrogativa de um ou outro candidato. Isso ocorre com todos e os piores não são aqueles que não abordam esses assuntos, mas aqueles que em o fazendo mentem descaradamente, dizendo que têm soluções para todas as mazelas da administração pública, que na maioria das vezes nem sequer as conhecem. Desses, meu voto foge, pois é essa desfaçatez e hipocrisia que normalmente nos leva por caminhos muito piores.

Em se tratando de casos específicos bastante comentados esta semana, seria bom que o presidente Jair Bolsonaro observasse se a extinção ou mesmo a fusão de ministérios não levará a uma economia de recursos menos relevante do que o barulho e a pressão sobre esse assunto. A economia pode ser feita nas suas estruturas, nos orçamentos e nos programas! Há também o sempre bem vindo corte de cargos comissionados e cabides de emprego.

Acredito que o presidente Jair Bolsonaro possa juntar pastas que cumpram funções semelhantes, não antagônicas como agricultura e meio ambiente, mesmo que a orientação seja para que uma não inviabilize a outra. Para isso é só não colocar pessoas radicais em cada uma das pastas!

No caso do setor da educação, criar o MECE (Ministério da Educação, Cultura e Esporte) não seria um grande problema, desde que as funções de cultura e esporte não fossem colocadas como meros apêndices, mas que mesmo perdendo o status de ministério possam ser valorizadas como tanto se precisa que sejam.

Penso que a preocupação maior do presidente Jair Bolsonaro não deva ser se haverá ou não loteamento de cargos. Isso não é o mais importante. O importante é que os indicados sejam escolhidos por ele e não pelos partidos e estes não usem o governo partidariamente!

Apoio político será indispensável e ele deve ter, junto de si, os melhores quadros à sua disposição e descartar os sabugos que rondam o poder.

Mas o fato mais importante da semana foi o convite feito pelo presidente eleito ao juiz Sergio Moro para ser seu ministro da Justiça, e tendo em vista que o futuro presidente Jair Bolsonaro, sabiamente reconheceu não ser o mais preparado, mas ressaltou que Deus prepara os escolhidos. Isso me leva a imaginar que este poderá estar dando o primeiro e definitivo passo para ser o candidato do capitão para ser seu sucessor!

Aval dado…Cobrança antecipada!

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Neste domingo, 28 de outubro de 2018, o povo brasileiro vai eleger seu futuro presidente da República, e tudo indica que o eleito será o candidato de um pequenino partido, que muitas vezes foi legenda de aluguel, servindo a interesses de outras lideranças. Desta vez o PSL se impôs e lançou um candidato que mesmo sem recursos políticos e financeiros, serviu como veículo que possibilitou a maioria do nosso povo embarcar em sua proposta, que não sendo a melhor, até porque nenhuma que foi colocada para julgamento eleitoral, acabou por tornar-se a única esperança dos brasileiros, de dizer um retumbante NÃO, um BASTA ao grupo de esquerdistas compulsivos e doentios, que inclui o PT, o PCdoB, o PSOL dentre outros.

Em seu favor, o ainda hoje candidato, tem o fato de o povo ter se identificado com suas posições, contrárias à roubalheira e favoráveis à reconstrução de nossa sociedade, que foi destruída pelo aparelhamento e a doutrinação gramschista de suas instituições.

Quando for proclamado o resultado da eleição, tudo indica que Jair Bolsonaro terá sido eleito pelo soberano desejo do povo brasileiro. É bem verdade que isso se dará, menos por seus méritos e mais pelos inaceitáveis deméritos de seus adversários.

É exatamente aqui que sustento o meu texto. Nele, desejo chamar a atenção do senhor futuro presidente, o ainda deputado Jair Bolsonaro, que como diriam algumas pessoas, “é melhor já ir se acostumando” com o fato deste país não ser sua caserna. O senhor não será eleito para ser nosso capitão, mas para ser nosso presidente da República, e como tal tem que se comportar.

Da mesma forma como eu apoiei a sua candidatura, sempre deixando claro que a dúvida que pairava e ainda paira sobre sua futura administração é muito menos perigosa e nociva do que a certeza da continuidade da safadeza sistêmica dos esquerdopatas, através do aparelhamento do estado e do desmonte das mais importantes instituições de nossa sociedade, como a família, a escola, a igreja, a academia, a imprensa, os meios artísticos e culturais, desta mesma forma, me oporei radicalmente ao senhor ou a qualquer um que pretenda levar nosso país a trilhar por caminhos antidemocráticos.

Sendo bastante objetivo, senhor futuro presidente, da mesma maneira que me engajei na luta para retirar do poder, o PT e seus asseclas, serei o primeiro a me alistar na luta contra quem pensar a atacar a normalidade democrática de nosso país, quem se atrever a subverter a ordem constitucional, quem agir por quaisquer meios para implantar um regime ditatorial no Brasil.

Digo-lhe tudo isso, mas acredito na sua sinceridade de propósitos. Acredito que mesmo usando mal as palavras, expressando-se de maneira desajeitada e às vezes dando margem para ser mal interpretado, o senhor honrará a procuração que tudo indica mais de 60% do povo brasileiro lhe outorgará. Acredito que por baixo desta sua casca grossa, desta rudeza, por trás dessa figura que não faz muita questão de ser sutil ou polido, há um homem que deseja entrar para a história do Brasil como alguém que fez de tudo por nossa gente. Acredito que alguém que morreria pela pátria, não ira querer entrar para sua história como um louco usurpador.

Reservo o último parágrafo desta fatura, para me dirigir àqueles que chamaram a mim e a outras pessoas de fascistas, por preferirmos nos aventurar consigo que continuarmos a ver nosso país submerso na lama da desfaçatez e da corrupção. Digo a eles: fascistas são vocês, por não aceitarem nem admitirem a livre diversidade de pensamento, e reafirmo que minha posição sempre foi, é, e será ao lado do regime democrático e através de um governo republicano.