Sobre política e políticos

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Estou ficando cansado!… Cansado de ver, de ouvir e de saber de tanta idiotice e barbaridade cometidas em nome do direito e da democracia, quando na verdade esses atos torpes são perpetrados simplesmente em nome de uma “política” que na verdade deveria ser chamada de politicalha, que serve tão somente para levar uma pessoa, e o grupo em que ela se apoia, ao poder.

O caso envolvendo os moradores do Cajueiro demonstrou isso de forma repugnante! Quem antes, na oposição, defendia panfletariamente os moradores e ocupantes daquela área, hoje, no governo, defende o direito de propriedade da empresa que ali irá construir um porto! Quem antes, no governo, defendia os interesses da empresa proprietária, hoje defende os ocupantes das terras! Todos uns canalhas!…

A palavra política, “politiké” em grego, abrange tudo o que é relacionado a grupos específicos que integram a pólis, a Cidade-Estado, que no apogeu da civilização grega clássica, era o que hoje se entende comumente como nação, como país.
Um político, “politikós” na língua de meus amados tios Samuel e Giovane, deveria ser algo maior que isso que temos hoje. Deveria ser na prática o que prevê o sentido grego de sua concepção: “Cidadão hábil na administração de negócios públicos”. E esta habilidade não deve ser entendida como a artimanha capaz de simplesmente levar o tal cidadão ao poder, mas antes de qualquer coisa, precisa ser a capacidade desse cidadão saber o que deve ser feito para proporcionar segurança, crescimento, emancipação e progresso para as pessoas e para o Estado, como fizeram grandes homens a exemplo de Clístenes, Temístocles e Péricles.

O termo política é derivado do grego antigo, politeía, que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, que por extensão poderíamos entender como comunidade, coletividade ou sociedade.
Politeía é, curiosamente, o título original do livro A República do grande filósofo grego Platão, do qual só tivemos conhecimento graças à luz que seu discípulo, Sócrates, aquele filósofo humilde que reconhecia que pouco ou nada sabia, colocou sobre suas ideias. Já Aristóteles, o mais importante dos alunos de Sócrates, acabaria por gravar em pele de carneiro e pedra, a frase que estabeleceria o nosso entendimento comum e banal sobre políticos: “O homem é, naturalmente, um animal político”.

Ao dizer isso, Aristóteles estabeleceu duas verdades soberanas em nossos dias: Todo homem QUER SER POLÍTICO e todo homem É ANIMAL, infelizmente em suas concepções menos sofisticadas.

Nos dias de hoje e no sentido comum, vago e às vezes um tanto impreciso, política, como substantivo ou adjetivo, compreende a arte de guiar ou influenciar o modo de governar e organizar um grupo ideológico ou partido político, pela influência da população, normalmente através de eleições.

Na conceituação erudita, lato sensu, política, segundo Hobbes, é a utilização dos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem, ou “o conjunto de meios que permitem alcançar os efeitos desejados”. Já para Russell, política é “a arte de conquistar, manter e exercer o poder”, tese que se baseia na noção dada, mas jamais dita explicitamente, por Maquiavel, em O Príncipe.

Numa conceituação moderna, política é a ciência moral, normativa do governo e da sociedade.

Depois de queimar as pestanas estudando, tenho que me contentar com a realidade que esfrega em minha cara que a política, como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligada ao poder. E que o poder político é, em primeira e em última análise, o poder de um homem sobre outro homem, ou pior que isso, de um homem à frente de um grupo ideológico, sobre todos os homens de uma nação, de um país, de um Estado.

Estou cansado! Principalmente por intuir que é muito difícil que se mude a realidade em que vivemos, pois aqueles que exercem a política hoje em dia, além de não saberem nada disso, não estão nem um pouco interessados em saber como transformar os enunciados do que é política e do que são os políticos, em algo bom para a sociedade, pois eles visam somente chegar e se manterem no poder. O poder para eles é o fim e não o meio para que façam como fizeram Clístenes, Temístocles e Péricles… O que de melhor puderam fazer para protegerem e servirem os seus pares.

PS: Se esses caras não sabem quem foram Clístenes, Temístocles e Péricles, sem recorrer ao Google, como vão saber votar ou estabelecer metas governamentais, sobre qualquer assunto, em defesa dos cidadãos!?

Episódio Cajueiro segue repercutindo e desgastando Flávio Dino

por Jorge Aragão

O lamentável episódio envolvendo a população do Cajueiro, para desespero do governador Flávio Dino, segue repercutindo e desgastando o comunista.

Na Câmara Federal, o deputado Edilázio Júnior (PSD) fez um discurso muito duro e retratou alguns pontos importantes da polêmica.

Edilázio iniciou dizendo que era obrigado a concordar com o presidente da República, Jair Bolsonaro, que afirmou que o “Flávio Dino era o pior governador do Brasil”. O parlamentar ainda lembrou que o governador comunista é useiro e vezeiro de não cumprir decisão judicial, mas desta vez fez questão de cumprir e Edilázio destacou que a empresa que vai construir o Porto São Luís foi doadora de campanha de Flávio Dino em 2014. Veja abaixo o discurso.

PSOL – Quem também cobrou publicamente e nacionalmente a coerência do governador Flávio Dino, foi o PSOL. Em Nota, assinada pela Executiva Nacional, o PSOL

A Executiva Nacional do PSOL se solidariza e manifesta seu apoio à luta dos moradores da centenária comunidade Cajueiro, em São Luís (MA), ameaçada de despejo para dar lugar à implantação de um projeto de porto privado da empresa multinacional TUP Porto/WPR.

A desapropriação feita na manhã desta segunda-feira (12) desconheceu sentença obtida em ação da Defensoria Pública que protege o território. Não houve citação individualizada dos moradores que tiveram suas casas destruídas nem comunicação do dia e horário da desapropriação, violando direitos fundamentais de moradores, entre eles uma mulher grávida.

Não bastasse isso, os moradores que à noite se manifestavam em frente ao Palácio dos Leões foram violentamente reprimidos pela Polícia Militar do Maranhão com gás de pimenta, balas de borracha e uso de tropa de choque.

O PSOL exige do governador Flávio Dino (PCdoB), que tem sido parceiro na luta contra o governo Bolsonaro, que seja consequente com a postura que defende nacionalmente e tenha uma posição em defesa da comunidade centenária do Cajueiro e de sua população, descendente de índios e quilombolas, que vive sobretudo da pesca e da agricultura familiar.

Que o Estado do Maranhão abra uma efetivas mesa de negociação e diálogo com a comunidade de Cajueiro e respeite a área de preservação ambiental da localidade, ao invés de entregá-la ao capital estrangeiro, interessado em construir um Porto na região com base na força e na marra.

Executiva Nacional do PSOL – 13/08/2019

Pertinente – Quem também foi preciso e sucinto ao comentar o assunto foi o ex-deputado Joaquim Haickel, que lembrou que quem sempre fomentou esse tipo de situação foi justamente a esquerda maranhense.

E assim segue o Governo Flávio Dino…

Um tradutor para o presidente, please!

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

De tudo que vi e ouvi nas últimas semanas, o que mais me chamou a atenção foi o comentário que o presidente Jair Bolsonaro fez a um de seus ministros.

Aparentemente, Bolsonaro usou o termo “paraíba” para se referir aos governadores do Nordeste. Em minha opinião essa expressão traz em si o mesmo sentido de chamarmos militares de “milicos”, palmeirenses de “porcos” ou um cearense de “cabeça chata”! Nada mais!…

É bem verdade que isso não é coisa que um presidente da República deva dizer, mas para isso não acontecer nós deveríamos ter elegido no lugar do Bolsonaro o Sergio Vieira de Melo, mas infelizmente ele já morreu. Na verdade, mesmo eu adoraria ter o Sergio Vieira de Melo como nosso presidente, mas temos que nos contentar com Bolsonaro, por enquanto.

Sobre o presidente, preciso dizer a você que me homenageia com sua leitura, que eu consigo entender perfeitamente o que ele fala. Entendo sem nenhuma das distorções causadas por sua falta de tato e de polidez. Consigo entender a sua intenção, o texto por trás do subtexto e do contexto dos quais ele não consegue se desenredar, pelo contrário, ele se enrola cada vez mais. Eu o entendo pelo fato de que meu pai era um homem muito direto e às vezes até pouco polido. Reconheço que as pessoas que não estão acostumadas a esse tipo de gente terão muita dificuldade de entender as suas colocações, e o que é pior, ele não faz nenhum esforço para fazer-se compreender.

Pouco diplomático, o presidente Jair Bolsonaro, não deseja ser diferente, no que está completamente equivocado, pois seu estilo direto e pontiagudo, ao contrário de só ser uma vantagem, está se mostrando ser aquilo que seus adversários precisam para desacreditá-lo e desqualificá-lo. Em última análise, ele é o seu maior e pior adversário. O pior é que ele não vê isso!

Outro grave erro do presidente é acreditar que não é importante qualquer coisa que possam dizer seus adversários, sejam eles dos partidos políticos de esquerda, da imprensa, ou mesmo pessoas comuns que não sendo destas facções, discordem pontualmente de sua forma de agir. É importante sim! É muito importante, pois o que seus adversários dizem pode acabar se tornando mais decisivo que qualquer coisa que o presidente e seu governo possam vir a fazer de bom para o Brasil e para nossa gente.

Sobre ele ter se referido a governadores como “de Paraíba”, confesso que ele fala tão mal que a princípio nem entendi. Depois aceitei que ele estivesse falando dos governadores do Nordeste, menos por serem nordestinos, mas por serem todos de esquerda, todos seus adversários, que lhes chamam de nazista. Não identifiquei nisso nenhuma forma ou intenção de racismo.

Sobre ele citar o governador do Maranhão como sendo o pior de todos, não consegui entender em sua fala uma discriminação específica contra o Estado do Maranhão ou a nossa gente.

O presidente tem o direito de achar Flávio Dino o “pior de todos”, da mesma maneira que Flávio Dino não se cansa de proclamar suas opiniões, sempre demeritórias sobre o presidente do Brasil.

“Não tem que ter nada para esse cara” é uma frase política, que em minha interpretação significa simplesmente o seguinte: Não faremos nada no Maranhão através do governo do Estado. Tudo que tivermos que fazer lá, deve ser feito diretamente pelo governo federal, como a duplicação da BR-135, as obras de melhoria da cidade de São Luís, que já estão sendo realizadas pelo IPHAN, o apoio direto aos municípios e às instituições, como o Hospital Aldenora Bello e nossas ações na Ferrovia Norte-Sul, o que levará as riquezas do Maranhão para o sul, por preços mais competitivos!

Ao dizer isso, Bolsonaro imita o próprio Flávio Dino, quando o governador do Maranhão se refere a um ou outro produtor cultural que busca apoio para um projeto por meio da lei de incentivo a cultura do Estado: “Não tem que ter nada para esse cara”. É triste, mas é do jogo!…

Eu não me arrependo de ter votado em Bolsonaro! Se alguém deveria se arrepender de alguma coisa é ele! Não só se arrepender, mas também parar de dizer e fazer tanta bobagem, correndo o grave risco de desperdiçar a grande oportunidade de soerguimento do Brasil que ele mesmo está propiciando!

O gesto grandioso do secretário de Cultura, Anderson Lindoso

por Jorge Aragão

Nem bem desembarcou na Secretaria de Cultura do Maranhão, Anderson Lindoso, que tem a difícil missão de substituir a Diego Galdino, que foi para a Secretaria de Governo, já chegou deixando uma excelente impressão.

Durante toda a semana, tem chamado a atenção um vídeo que viralizou na internet sobre o garoto Danilo Silva, de 14 anos, que sonha em ser músico e mora na zona rural de São Mateus. No vídeo, Danilo aparece tocando em uma bateria totalmente improvisada, com objetos recolhidos até mesmo do lixo.

A TV Mirante se interessou pela história de Danilo e fez uma emocionante reportagem, já que o garoto chorou durante a gravação, pois deixou claro que quer através da música dar um futuro melhor para sua família, em especial sua mãe. Veja aqui a reportagem.

Um dia após a exibição, o novo secretário de Cultura, Anderson Lindoso, num gesto grandioso, trouxe Danilo e toda sua família para a capital maranhense.

Além de visitar a Escola de Música do Maranhão, onde tocou pela primeira vez numa bateria profissional, Danilo ganhou de presente da Secretaria de Cultura uma bateria profissional e deve se apresentar neste domingo (14), na programação da Feirinha São Luís, na Praça Benedito Leite.

“Estamos ajudando com a bateria. Em São Mateus existe uma escola de música. Vou conhecer esta semana e identificar o que precisa para fortalecer a escola. Precisamos agir em conjunto, Estado com Municípios para fortalecer as escolas de música”, destacou Anderson Lindoso.

Inegavelmente um gesto grandioso de Anderson Lindoso, que chaga assim com o “pé direito” para exercer o novo desafio na sua vida pública.

Filme – A vida do garoto Danilo deve realmente mudar daqui pra frente. O ex-deputado e cineasta Joaquim Haickel, já havia antecipado que pretende fazer um filme com a história do jovem Danilo.

Mais apoio – O primeiro vice-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Glalbert Cutrim (PDT), também se sensibilizou com a bela história de Danilo e também assegurou que irá ajudar.

Glalbert vai tentar até, durante o recesso, ir visitar o jovem Danilo em São Mateus.

Que o exemplo de Anderson, Joaquim e Glalbert, possam ser seguidos por outras autoridades e por outros Danilos, espalhados em todo o Maranhão.

Reforma política já!…

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Todo mundo vive falando em reforma da previdência, reforma tributária e medidas de contenção da corrupção e da criminalidade, mas não escuto ninguém falar na mãe de todas as reformas, sem a qual as demais serão inócuas, pois sem ela o mal maior não será combatido de forma eficiente, eficaz e efetiva, a reforma política.

Relaciono a seguir 11 pontos que em minha modesta opinião não podem estar fora da pauta da urgente reforma política que precisamos aprovar para que o Brasil volte a ser um país viável.

1 – Eleições gerais e coincidentes: Com votação para representantes populares para os poderes Legislativo federal, estaduais e municipais, num sábado e para os candidatos a cargos dos poderes Executivo federal, estaduais e municipais, no domingo imediatamente depois;

2 – Mandato de seis anos para todos os cargos: Sem reeleição para os cargos executivos. Sendo que os mandatos dos senadores passarão a ter a mesma duração dos demais congressistas;

3 – Voto universal, secreto, direto e majoritário para todos os cargos: como não poderia ser diferente, o voto tem que ser universal, secreto e direto. A inovação neste quesito fica por conta do voto passar a ser majoritário, acabando com a possibilidade de elegerem-se pessoas que não tenham a devida representatividade eleitoral direta;

4 – Eleições únicas para o Congresso: nossos representantes nas casas do Congresso Nacional, Senado Federal e Câmara dos Deputados, passarão a ser eleitos juntos e em pé de igualdade, só que os três congressistas mais votados de cada Estado serão eleitos senadores e os demais, serão eleitos deputados. Os suplentes serão sempre os subsequentes;

5 – Financiamento público de campanha: o financiamento das campanhas eleitorais será público, mas deve haver a possibilidade de empresas privadas e pessoas físicas contribuírem para um fundo que deverá ser dividido, pela Justiça Eleitoral, entre os partidos políticos, de uma forma a ser estudada, mas sempre de modo equânime e proporcional;

6 – Fidelidade Partidária: o político que se eleger por um partido só poderá sair dele no final do mandato. Não haverá prejuízo em caso de mudança partidária para uma nova candidatura por outro partido. No caso do voto do parlamentar, este pertence a ele e à sua consciência, e não ao seu partido;

7 – União, Federação ou coligação de partidos: deve haver a possibilidade de formação de grupos ideológicos em torno de propostas políticas que juntem força na eleição de seus membros, principalmente para a disputa de cargos executivos;

8 – Cláusula de barreira: os partidos deverão ter um desempenho mínimo para continuar existindo. Esse desempenho deve respeitar os casos de União, Federação ou coligação de partidos;

9 – Candidaturas avulsas: estas devem ser aceitas, pois um cidadão deve ter o direito de não desejar se filiar a nenhuma agremiação partidária e ainda assim vir a ser candidato a um cargo eletivo, principalmente pelo fato da eleição passar a ser majoritária, o que nivela e iguala todos os candidatos independentemente de estarem em partidos ou fora deles;

10 – Voto obrigatório: o voto facultativo só pode ocorrer em uma sociedade onde os cidadãos tenham consciência da necessidade de votar e do ônus de não votar, de participar das decisões sobre seus destinos ou deixar que outros tomem essas decisões. Em uma sociedade fragilizada como a nossa se encontra, a obrigatoriedade do voto se faz necessária, ela é uma etapa que não pode ser simplesmente descartada na formação da consciência do cidadão;

11 – Ficha Limpa: se vivêssemos em um país que tivesse uma cultura de respeito às leis, esse tipo de precaução não seria necessário, porém, até que atinjamos este patamar, como nação e sociedade faz-se indispensável que se elimine peremptoriamente os que comprovadamente não tem capacidade de se manter em conformidade com as leis.

Penso que algumas pessoas podem discordar de minhas opiniões expressadas acima. Em defesa delas só tenho a dizer que são resultado de uma vivência de mais de 40 anos na política, da luta renhida entre a teoria e a prática, do inconformismo entre o que se deseja e o que é possível.

Não sei o que o futuro nos reserva neste sentido, mas tenho certeza que alguma coisa precisa acontecer para mudar a forma de se fazer política no Brasil. Se isso não ocorrer, não haverá salvação.

Num beco!…Mas ainda há saída!…

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

O texto que eu programei para esta semana falava de um assunto menos pesado que política. Falava de referências, de filosofia e de poesia, mas infelizmente o cronista tem obrigação de estar em dia com os assuntos mais comentados e discutidos, afinal de contas propagamos nossas ideias e opiniões, através de jornais e redes sociais, e são os assuntos do momento que as pessoas desejam mais ler.

Dito isso, volto a falar sobre a incapacidade do presidente Jair Bolsonaro e de grande parte de seus apoiadores, em entender os acontecimentos.

Que o sujeito seja conservador, tradicionalista, de direita, eu posso entender e até apoiar em alguns casos, circunstâncias e gradações. Mas daí o indivíduo não ter a capacidade de discernir entre como agir, o que fazer e o que não fazer para alcançar seus objetivos, isso é inadmissível!

Não vou discutir os objetivos do presidente Bolsonaro, até porque concordo integralmente com alguns deles, em parte com outro tanto, aprovo menos outro lote de medidas que ele deseja implementar, e discordo de outras de suas ideias. Mas o que eu discordo total e peremptoriamente é com a forma dele se expressar e conduzir suas ações.

Alguém tem que dizer para o presidente que a forma é parte da ação. Que conteúdo e forma compõem o todo. Que um político, principalmente um presidente, precisa entender e dominar a arte da comunicação, da diplomacia, do diálogo, em diversos cenários e nas mais variadas esferas. Que uma coisa é ser candidato, e outra bem diferente é ser presidente. Que quanto a essas coisas ele nem deve argumentar contrariamente, pois jamais terá razão!

Não queremos que Bolsonaro se transforme no macio Sarney, no escorregadio Fernando Henrique ou que seja espertalhão como Lula! O que não se deseja de modo algum é que ele seja maluco como Collor, tão fleumático quanto Itamar ou um idiota completo como Dilma.

Imagino que todo brasileiro conhece o presidente Bolsonaro! Tem gente que o acha fascista, racista, misógino, homofóbico, que ele faz apologia da tortura e da violência. Eu não acho nada disso a respeito dele, mas não posso deixar de concordar que ele é o maior responsável por fazer com que digam, pensem e propaguem essas opiniões sobre ele, pois ele é um verdadeiro desastre em comunicação, tanto pessoal quanto institucional!

Existem aqueles que acham que aquilo que o presidente Bolsonaro diz é o certo! Que a sua forma de se expressar e agir é correta! Não afirmo que algumas das coisas que ele diz estejam erradas, mas posso garantir, sem medo de errar, que a FORMA como ele diz, o LOCAL e a OCASIÃO de suas falas ou manifestações são completamente desfavoráveis às suas intenções.

Acredito que o Jair queira fazer o melhor para o nosso país. Nisso eu o igualo ao Lula dos primeiros dois anos de mandato presidencial. O que ocorre, e é grave, é que Lula jamais teve contra si toda a grande mídia nacional, nunca contou com uma oposição tão ferrenha e bem aparelhada, e principalmente, Lula jamais cometeu a asneira de ser ele mesmo seu maior adversário!

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro não for capaz de entender que a forma dele SER, só pode se consumar de maneira efetiva, eficiente e eficaz, se ele passar a AGIR de modo mais astuto, inteligente, diplomático e POLÍTICO, na maior e melhor concepção dessa palavra tão desgastada e desvalorizada.

Minha mágoa com Lula não se deve ao fato dele ter se tornado um corrupto, não é porque ele quase destruiu o nosso país. Minha maior mágoa de Lula se deve ao fato dele ter tido a oportunidade, a condição e o poder necessários para realmente transformar o Brasil e ter optado, miseravelmente, por se perpetuar, ao seu grupo e a sua ideologia, no comando de nossa nação.

O mesmo eu digo antecipadamente para Bolsonaro. Ele terá não apenas a mágoa, mas em muitos casos, terá a repulsa e até mesmo o ódio, daqueles que não querem e não admitem ver o Brasil novamente trilhando o caminho tão tortuoso como aqueles dos tempos do PT e de seus asseclas.

Ou Bolsonaro muda ou mudam o Bolsonaro!…

O fortalecimento de Othelino Neto para 2022

por Jorge Aragão

É inegável que, até o momento, não tem um político que mais se fortaleceu em 2019 que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB).

Com habilidade e articulação política, Othelino conseguiu em menos de 100 dias se reeleger duas vezes para comandar o parlamento estadual maranhense. Feitos conseguidos de maneira unanime.

Além disso, Othelino, por um gesto grandioso do vice-governador, Carlos Brandão, chegou a assumir o Governo do Maranhão por dois dias.

A boa movimentação de Othelino lhe deixou extremamente bem posicionado no tabuleiro de xadrez das eleições de 2022, tanto que o próprio presidente da Assembleia Legislativa já admitiu a real possibilidade de disputar um cargo majoritário para 2022.

Como muitos apostam na pré-candidatura de Flávio Dino nacionalmente, como presidente ou vice-presidente, o nome de Othelino tem surgido com muita força para ser o nome do grupo político para disputar a única vaga do Senado Federal em 2022.

Entretanto, essa não é a única possibilidade para Othelino na disputa majoritária. O ex-deputado e analista político Joaquim Haickel já havia cogitado a possibilidade de que Othelino, que é muito próximo do senador Weverton Rocha (PDT), poderia ser a alternativa viável para evitar uma eventual disputa no grupo político de Flávio Dino.

Para Haickel, a saída seria a candidatura de Carlos Brandão (Republicanos) como governador e Othelino Neto como vice-governador. Lembrando que Brandão já entraria na disputa buscando a reeleição, ou seja, só teria direito a um mandato, deixando para 2026 o caminho liberado para outras articulações.

Uma coisa é certa, Othelino Neto ficou ainda maior e será peça fundamental para 2022.

É aguardar e conferir.

Craque!…

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Impressionante como os maranhenses gostam de dois assuntos muito polêmicos: política e futebol.

Digo isso, pela quantidade de pessoas que me procuram para comentar sobre os textos que tenho escrito a respeito daquele que eu imagino será cenário político do Maranhão e pela repercussão que ouço nos programas de rádio e vejo nas redes sociais, sobre futebol.

Imagino que possa juntar os dois assuntos e simultaneamente um tema comum a ambos. A ocorrência de craques nesses setores.

Quando eu era criança, os craques do futebol brasileiro eram jogadores da estatura de Garrincha e Pelé, mas a quantidade de gigantes neste esporte era imensa: começando pelo maranhense Canhoteiro, passando por Ademir Queixada, Djalma Santos, Heleno, Didi Folha Seca, Nilton Santos, Zizinho, apenas para citar alguns. No mundo se destacavam Puskás, Di Stéfano, Schiaffino, Walter, Kopa e Meazza, apenas para citar um time de vôlei.

Depois desta fase, o futebol que era arte, se transformou em força e foi a vez da Laranja Mecânica deCruyff e van Basten e da implacável Alemanha de Beckenbauer e Müller…

Não vou me estender neste assunto, pois teria que passar o resto de minha vida falando das glórias deste esporte e eu não o domino o suficiente nem para este texto… O fato é que o que veio depois todo mundo já sabe!

Na política maranhense, os craques do tempo em que eu nasci eram Sarney, que até hoje é show de bola, Victorino que já estava na descendente, mas era duro, Millet que era um Lord, Neiva Moreira, que teve sua jornada interrompida pelos dois golpes de estado de 1964, o tentado e o consumado… No Brasil tivemos o insuperável GetúlioVargas, tínhamos o eterno Juscelino Kubitschek, o onipresente Carlos Lacerda, o polêmico Jânio Quadros, e o bem intencionado, mas manipulável Jango.

No mundo havia políticos da estatura de Adenauer, Meir, Kennedy e Brandt, além de lideres dos direitos civis como Martin Luther King Jr e religiosos como João XXIII.

Da mesma forma que o que aconteceu com o futebol, sabemos no que deu a política atual.

Hoje a incidência de craques, tanto no futebol quanto na política é coisa rara. Na política muito mais que no futebol, pois os salários milionários ainda dão vazão a talentos incríveis como os de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar.

Na política, parece que mataram o confeiteiro e queimaram a receita do bolo, pois nunca mais apareceu um político saído pronto e acabado do nosso forno! Alguém realmente bom, aquilo que poderíamos chamar de um craque.

Vejam só como são as coisas! Enquanto escrevia esse texto, parei um pouco, fui tomar água e quando voltei, fui passear pelas redes sociais e deparei-me com uma postagem no Blog de Jorge Aragão que de certa forma tem conexão com nosso assunto!

O vice-governador Carlos Brandão, no exercício do cargo de governador, vai, elegantemente, possibilitar que o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, assuma o cargo de governador do Maranhão!

Este é um gesto de alguém que conhece profundamente os caminhos da diplomacia e da política em suas mais altas concepções. Agindo assim Brandão demonstra para todos a sua disposição de compartilhar o poder, faz um ato de carinho, de deferência e de respeito, não apenas para com Othelino, presidente da ALM, mas com todos os deputados e de certa forma, para com todos os políticos e até mesmo, por extensão, para com o povo maranhense.

Um verdadeiro craque, como há muito tempo não vemos em nosso estado!

Sobre Weverton Rocha

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Penso que seja necessário comentar sobre a posição do senador Weverton Rocha, uma vez que ele é um dos maiores contendores na próxima disputa ao governo do Maranhão.

É bom que se ressalte que os dois maiores postulantes ao governo pertencerem ao mesmo grupo político, e é importante salientar, que o grupo hora comandado por Flávio Dino, sucedeu o grupo hegemônico anterior do Maranhão, também em sua elefantíase descomunal, o que causa a ele os sintomas e efeitos colaterais provenientes desta lastimosa disfunção glandular política, infelizmente muito comum em nosso estado.

Quanto a Weverton, devo esclarecer alguns pontos que acredito serem necessários para um bom e correto entendimento sobre ele.

Ele começou muito cedo na militância estudantil, onde mais que qualquer coisa, o importante é tenacidade, disponibilidade e dedicação.

Weverton é visto ainda hoje, por muita gente que não o conhece pessoalmente, pelo estereótipo que foi criado dele no início de sua jornada política. Coisa que todos nós sabemos, é sempre algo construído, para o bem ou para o mal, dependendo de quem detém o poder de esculpir tais perfis.

Jovem militante do PDT, seguidor de Jackson Lago, figura que de tão boa pessoa, não poderia jamais ser um político forte e poderoso, na mais ampla concepção dessas palavras, como o foram alguns de seus contemporâneos, Weverton, se forjou quase que completamente sozinho. Tudo bem que isso não desculpa 100% de seus desacertos, pois meu pai também se forjou sozinho, mas os tempos eram outros, as circunstancias eram outras. Já Weverton não teve a mesma sorte. O único exemplo que teve foi Jackson, de quem não poderia copiar a doçura, pois se o fizesse, jamais seria hoje Senador da República Federativa do Brasil.

Uma coisa marcará a vida de Weverton Rocha para sempre e eu posso ajudar a desmistificar um pouco este episódio. Trata-se da reforma do Ginásio Costa Rodrigues e tudo que envolveu aquela obra.

Dizem que o então secretário de esportes do estado, o hoje senador Weverton Rocha, teria desviado recursos dela. Eu não posso afirmar isso. Posso afirmar que aconteceram diversos erros e contratempos na execução daquela obra. Erros como a concepção do projeto que inicialmente era de reforma e passou a ser de demolição e construção de nova estrutura. Além disso, a ampliação da quadra de jogo e diminuição das arquibancadas jamais deveria ter sido feita. Ali deveria ser um ginásio apenas para prática de vôlei e basquete, mas o arroubo da juventude falou mais alto.

Todos sabem que Weverton tinha a confiança de Jackson, e tenho certeza que se tempo de governo ele tivesse, teria concluído aquela obra, de qualquer maneira.

Como já disse, esse episódio marcará a história de Weverton de forma definitiva, da mesma forma que a Fazenda Maguary marcou a de Sarney e os aluguéis camaradas marcarão a de Flávio Dino, e nem por isso esses são fatos realmente comprovados ou verdadeiros.

O fato é que este sujeito de apenas 40 anos já foi deputado federal, líder de seu partido na Câmara dos Deputados e hoje é um senador da república, com grande possibilidade de vir a ser governador do Maranhão!

Há outro detalhe em relação à Weverton Rocha que pouca gente comenta, mas que eu acredito imprescindível que seja dito. Ele é uma das poucas pessoas a quem Flávio Dino realmente teme. WR nunca dependeu exclusivamente de FD, sempre manteve fortes apoios nacionais, e é “dono” de um partido e de um grupo político forte em nosso estado. Se bem que esse temor já esmaeceu, pois tanto Flávio quanto Weverton, se encontram, respectivamente, em posição descendente e inercial. Digo isso, pois o futuro se afunila na direção de Carlos Brandão!

Em minha modesta opinião, a vez de governar o Maranhão é de Brandão, até porque ele estará sentado na cadeira de governador e com a caneta na mão, além de não ser obtuso ao ponto de não saber se comportar e jogar o bom jogo.

Weverton fará muito bem se negociar com Brandão e indicar um vice-governador que possa abrir-lhe as portas para um possível mandato de governador em 2026.

Como dizia o sábio Lister Caldas, repetindo um velho provérbio português: Quem viver verá!

Sobre o futuro!…

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Gosto de conjecturar sobre política, mesmo que isso desagrade a algumas pessoas que não concordam com MINHAS análises e não são capazes de entender que MEUS comentários são provenientes de minhas percepções sobre os cenários políticos, baseados nos sintomas advindos deste setor e nas informações recebidas de fontes confiáveis e respeitáveis.

O que tenho notado de mais importante no panorama político do Maranhão é a mudança forçada de atitude do governador Flávio Dino.

Flávio passou todo o tempo de seu primeiro mandato como se na verdade estivesse na oposição, o que lhe garantiu certa invulnerabilidade quanto às críticas e aos ataques a si e a seu governo, durante aquele primeiro tempo.

Agora, tendo começado o segundo tempo do jogo, ele parece ter sido obrigado a voltar do vestiário com outra estratégia para a etapa complementar da peleja.

Falar de Flávio Dino exige que se fale de seus adversários, mesmo que em apenas um parágrafo, só para uma breve citação. Flávio não conseguiu e jamais conseguirá destruir o homem que ele imagina que é seu adversário. José Sarney. Digo isso pelo fato de Sarney não ser realmente seu adversário. Sarney foi vencido sim, mas pelas mudanças ocorridas dentro de seu próprio grupo, não por Flávio Dino. O posto de adversário de Flávio coube à filha do ex-presidente. Ela sim, Dino realmente derrotou! Duas vezes! A primeira por omissão, através de um preposto que jamais deveria ter assumido esta incumbência, Lobão Filho, e a segunda em pessoa, coisa que eu jamais pensei que ela o fizesse, e que por ter tido essa coragem, tem o meu respeito.

O Maranhão hoje tem em Flávio Dino seu novo comandante, com direito a tudo o que o título traz em si. Continências e bajulações, além de grandes responsabilidades.

O privilégio do comando acarreta grandes encargos e por isso o Flávio Dino deste segundo tempo está envergando outra equipagem, outro figurino, algo mais leve, mais palatável…

Desde o início, Flávio montou seu grupo nos escombros dos grupos de dois ex-governadores que o antecederam, Jackson Lago e José Reinaldo Tavares. Depois, esticou mais um pouco, metaforicamente falando, os longos braços do poder e levou para si correligionários mais distantes e menos prestigiados de Roseana e Lobão. Com esse elenco montou seu time. Devo reconhecer que tem peças boas, caso de Ted Lago, Felipe Camarão, Carlos Lula, Marcellus Ribeiro entre outros.

Herdou de Jackson quase todo o PDT. De Zé Reinaldo, herdou seu sobrinho, Marcelo Tavares e seu fiel escudeiro, Carlos Brandão, a quem confiou a gerência do palácio e o segundo posto da hierarquia do grupo, respectivamente. De seu mesmo, só o amigo de longas datas, camarada comunista, responsável pelas operações políticas e comunicativas, o hoje deputado federal Marcio Jerry, filho do meu bom amigo João Francisco.

Pergunto-me como em tão pouco tempo esses camaradas chegaram onde hoje estão!?… A única resposta que encontro é que foi graças à incompetência de seus adversários!…

E ainda me perguntam o que vai acontecer!… Ora bolas, do jeito que as coisas estão o grupo de Flávio Dino vai fazer barba, cabelo, bigode… Mas não fará contorno! Deve eleger o próximo governador, que deve ser Brandão, (o PDT de Weverton vai lutar para indicar o vice, Othelino ou Edivaldo); o senador será o próprio Dino (se não for aventurar-se numa possível candidatura presidencial); e mais de dois terços das representações legislativas em âmbito estadual e federal.

Ele só corre um sério risco de derrota em todo esse cenário: a prefeitura de São Luís! Esta parece estar destinada a ser comandada por Eduardo Braide, o que de todo não é ruim para o grupo do governador, pois a possibilidade de sucesso de um administrador da capital maranhense é mínima.

O que vai acontecer na política do Maranhão!? Não precisa ser mágico para saber! Basta olhar!…