A importância do diagnóstico

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel 

A evolução da ciência e da tecnologia fez com que uma das grandes aptidões dos médicos rareasse e chegasse ao ponto de quase desaparecer. Falo da fenomenal capacidade dos médicos antigos, aqueles que praticavam a medicina até os anos 1970, em diagnosticar as doenças de seus pacientes, baseados nos relatos deles quanto aos sintomas que apresentavam.

Usando apenas a anamnese e o exame físico, os bons médicos, eram capazes de dizer exatamente de quais males sofriam seus pacientes.

Tenho um exemplo disso em minha família. O grande pediatra Odorico Amaral de Matos, era capaz de, observando seus pacientes, conversando com eles e com seus pais, diagnosticar as doenças que eles tinham, fato que aconteceu com Nagib, meu irmão, acometido de febre de 42 graus, fortes dores na cabeça e rigidez no pescoço, foi peremptoriamente diagnosticado com meningite meningocócica.

O velho Amaral que era conhecido por sua natural rudeza, o que não significava de forma alguma mera grosseria, ordenou que meus pais levassem meu irmão para São Paulo, pois era o único lugar em que ele poderia ser tratado com possibilidade de sucesso. Isso era 1972.

Já fazia quase 70 anos que os Curie haviam estabelecido os estudos que possibilitariam o avanço científico e tecnológico que temos hoje, capazes de dizer em minutos quais doenças nos afligem, apenas entrando em alguma gerigonça radioativa.

Faço todo esse preâmbulo para dizer que se a ciência e a tecnologia ajudaram muito a evolução do estudo da medicina, da física, da química e outros campos da vida moderna, os setores ligados às ciências humanas continuam pouco favorecidos por essas evoluções, notadamente a ciência pela qual eu me interesso muito particularmente. A ciência política.

Em que pese a estatística, o marketing, as pesquisas quantitativas e qualitativas terem fornecido grandes instrumentos para a prática da política, ela continua uma ciência muito afeita aos humores e às reações naturais, às vezes, inconsequentes e até um tanto irracionais das pessoas que a praticam.

A ciência política permanece em sua característica básica e fundamental alinhada com suas coirmãs, ciências humanas, como a filosofia, a sociologia, a antropologia, a psicologia, a história, a geografia, mesmo que todas estas tenham sido muito influenciadas pelos avanços científicos.

A datação por carbono possibilita sabermos a idade dos ossos de um hominídeo, por exemplo. O uso do GPS e dos satélites nos permitem saber a localização exata de pontos geográficos ou dos eventos acontecidos neles. A evolução da química nos ajuda a filtrar e analisar ações e atitudes psicológicas das pessoas.

Mas na política, todas essas evoluções, dependem primordialmente de um operador ou de um analista. Uma espécie de perfumista, um “nariz”, que possa decifrar as nuances e as fragrâncias dos acontecimentos.

O cientista político, aquele camarada que se atreve a analisar, aclarar e desvendar os caminhos escolhidos e percorridos por aqueles que se dedicam a tratar dos interesses comuns da sociedade, precisa respeitar algumas regras, se não quiser ser tachado de charlatão, sectário e maniqueísta.

Ele precisa fazer suas observações da maneira mais imparcial e isenta que puder. É imperativo que ele não faça seus estudos motivado por qualquer tipo de interesse ou ideologia. Suas abordagens precisam ser bem fundamentadas, fugindo dos sofismas e dos falsetes. Mesmo assim deve reconhecer que ainda que ele aja desta maneira, haverá em sua observação algum componente humano que pode contaminar sua amostragem.

Digo tudo isso no intuito de responder ao questionamento de um sujeito um tanto indelicado que comentou um de meus textos.

Sabe camarada, eu resolvi não mais me candidatar por acreditar que já havia prestado minha contribuição a meu estado e meu país. Se ela foi importante, é uma questão de opinião, e opinião é coisa que não se discute. Fim de papo!

PS 1: Sobre a eleição de prefeito de São Luís, meu diagnóstico e de uma boa quantidade de analistas da cena política de nossa terra, é que a eleição de Eduardo Braide é o que de mais importante e positivo pode acontecer para todos, uma vez que até os perdedores ficarão em posições mais confortáveis.

PS 2: Essa afirmação não é uma mera manifestação de minha vontade pessoal. É resultado de observação apurada e análise detalhada dos acontecimentos e previsão dos quadros futuros da política maranhense.

Assunto de conversas

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Não há uma única ocasião em que eu me encontre com pessoas, seja no supermercado, no posto de gasolina, num almoço, jantar ou reunião de qualquer natureza, que alguém não me pergunte algo que envolva política e eleições.

Uma coisa sempre deixo bem clara aos meus interlocutores. Em que pese eu me posicionar dentro do cenário, ter lado, procuro analisar sempre com a maior isenção possível, de modo mais racional e imparcial que eu puder, até porque de nada serviria para mim ou para quem quer que seja, uma análise ou visão passional de alguma situação ou conjuntura política.

No caso mais premente, a eleição para prefeito de São Luís, a mim parece muito claro que só existem três candidaturas com reais chances de vitória. Tanto isso é verdade que nem bem a campanha começou, dois candidatos já desistiram. Os motivos reais das desistências é a impossibilidade de uma candidatura minimamente viável.

Eduardo Braide tem claramente a preferência da maioria do eleitorado. Está com intenção de voto consolidada bem próxima dos 50%. Duarte Júnior tem algo em torno de 15% e Neto Evangelista chega fácil a 10%, deixando 25% para todos os outros candidatos, além dos indecisos.

Não são favas contadas, mas imagino que Braide possa vencer a eleição no primeiro turno. Caso o quadro se mantenha sem grandes alterações, Braide estará garantido no segundo turno, tendo Duarte e Neto que disputam quem vai ter o privilégio de enfrentá-lo.

Em minha modesta opinião, Neto tem grande possibilidade de ultrapassar Duarte, uma vez que tem mais estrutura política e partidária que seu oponente.

Nesta peleja, intestina, do grupo do governador Flávio Dino, teremos uma prévia da disputa pela cadeira de governador, que acontecerá mais adiante. Duarte é o candidato do vice-governador Carlos Brandão, e Neto é patrocinado pelo senador Weverton Rocha. É bem aqui começa aquilo que pode vir a ser o início da ruptura do grupo do governador ou o início de um acordo de acomodação onde os dois lados possam manter-se unidos, coisa que não creio, pois como não sofrem nenhuma ameaça externa, vão ter mesmo que se engalfinhar para decidir quem será o próximo governador do Maranhão.

A disputa em São Luís, bem como nos demais municípios, será o termômetro disso. Mas deixemos para depois as conversas sobre a sucessão do governador e voltemos à eleição municipal.

Dos três contendores, Neto é aquele que tem a maior e melhor estrutura política e partidária, Duarte tem o frescor da novidade e Braide representa o grande anseio de mudança, que é uma das maiores características do eleitorado daquela que é conhecida como ilha rebelde, que faz tempo sofre de certa letargia e parece querer estabelecer novos rumos para si, apostar que alguém fora dos esquemas da prefeitura, do governo do estado e dos grandes grupos hegemônicos possa melhorar seu destino.

Está mais do que claro que Braide pode vencer a eleição no primeiro turno. Caso isso não ocorra, ele ficará comodamente esperando para saber qual representante do consórcio de candidatos do governo do estado irá enfrentar.

A pergunta que fica é: caso Neto vá para o segundo turno, Brandão vai querer fortalecer Weverton e perder espaço na disputa do governo em 2022? Caso Duarte vá para o segundo turno, Weverton vai fortalecer Brandão e perder espaço em sua tentativa de ser governador do Maranhão?

Quanto mais eu penso, mais tenho certeza que o melhor para todo mundo é que essa eleição seja decidida logo no primeiro turno.

Agenda para o próximo prefeito

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Com a campanha eleitoral se aproximando e as eleições batendo a porta, resolvi fazer uma lista de problemas que no meu entendimento o próximo prefeito de São Luís deve dedicar especial atenção para seu equacionamento e imediata solução.

Não vou falar do óbvio! A preocupação com saúde, educação, transporte, segurança e infraestrutura deve ser uma constante. O próximo prefeito deve dedicar especial atenção a esses assuntos, mantendo constante e incansável vigilância na busca de maior e melhor eficiência, eficácia e efetividade das ações administrativas nesses setores primordiais da vida da cidade.

Quero listar coisas aparentemente não tão cruciais, mas também importantes para que se tenha uma cidade melhor, para que as pessoas possam ter uma vida e uma convivência mais saudável, cidadã, produtiva e engrandecedora.

A preservação do maior patrimônio de nossa cidade, o seu casario colonial, motivo dela ser considerada Patrimônio da Humanidade, deve ser prioritário. Deve haver campanhas de conscientização e de apoio a ações de preservação, além do incentivo à implantação de empreendimentos comercias e residenciais nessa área.

A prefeitura deve ter uma postura de convívio democrático e republicano com os órgãos de fiscalização e controle, como IPHAN e Ministério Público, no sentido de diminuir os empecilhos, que impeçam que essas ações aconteçam e quando for necessário os enfrente, dentro do limite da lei, no sentido de defender os interesses maiores da cidade e de seus cidadãos, que muitas vezes são atropelados pela burocracia destes órgãos.

Vejam o caso da falta de estacionamento no Centro Histórico! Ela deve ser enfrentada com determinação e coragem. Não podemos destruir prédios históricos para em seus lugares construirmos estacionamentos, mas prédios já completamente desfigurados, ou ruínas inaproveitáveis devem ser convertidos em estacionamento, pois isso irá ajudar a preservar e manter os demais prédios que fazem nossa cidade conhecida no mundo todo.

Acredito que será muito bom que o poder público municipal abra consulta pública para prospectar empresas que tenham o interesse de implantar estacionamentos subterrâneos na área do centro histórico de nossa cidade.

Antes que apareça alguém colocando gosto ruim nessa ideia, lembro que algumas das mais antigas cidades históricas do mundo, possuem estacionamentos subterrâneos que as viabilizam para o turismo cultural.

Outro assunto importante é que o futuro prefeito interceda de forma contundente e enérgica, na retirada dos entulhos de areia acumulada na encosta da Avenida Litorânea.

Quando essa avenida foi construída, e mesmo depois, durante algum tempo, não sei se o governo do estado ou a prefeitura municipal retiravam a areia que se acumulava no muro de contenção da avenida. Fazendo isso, a vista das praias a partir da avenida era preservada, a segurança das pessoas era mais garantida, o acesso era muito mais fácil. Depois pararam de limpar as praias e o que temos hoje são montes de areia trazidos pelo vento, dificultando o acesso, a segurança e a vista da paisagem, prejudicando de forma violenta o turismo numa área muito importante para essa indústria em nossa cidade.

Outra coisa que deve ser vista é a reestruturação do zoneamento urbanístico da cidade. Precisamos estabelecer o que pode ser construído, além de onde e como.

Os setores imobiliário e da construção civil são grandes alavancas de desenvolvimento de qualquer cidade e não podem ser menosprezados. A postura do poder público para com esses setores deve ser de apoio, mas também de fiscalização e cobrança. Eles podem ser responsáveis por importantes empreendimentos em nossa cidade, mas devem dar as necessárias contrapartidas no sentido de melhora nossa cidade.

O prefeito que eu quero

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Resolvi fazer, antes mesmo que se inicie a campanha eleitoral para prefeito, minha declaração de voto. Não vou apenas designar o nome do candidato no qual votarei, mas estabelecer parâmetros que devem ser minimamente cumpridos por ele.

O voto é uma aposta, e ninguém aposta para perder. O voto é antes de qualquer coisa um ato emocional. Votamos movidos por alguma emoção, seja ela a esperança, a confiança, o respeito, a amizade, a gratidão e até mesmo a dúvida, o desespero, o medo e o interesse. O só voto não deve, nem pode jamais, ser motivado por algum sentimento de venalidade, pois se assim o for ele vai custar muito caro para o eleitor, para o eleito e para toda a gente.

É indispensável que o candidato que escolhermos para prefeito de nossa amada São Luís tenha uma agenda que coincida com as nossas necessidades, não apenas as pessoais e individuais, mas também as coletivas e abrangentes.

Em que pese eu já ter escolhido em quem vou votar e trabalhar para eleger, ele precisa demonstrar atitudes e disposição que me permita pedir para minha mãe, minha mulher e minha filha também votarem nele. Ele precisa fazer com que eu e as pessoas que o apoiam, sintamos orgulho em fazer isso.

O prefeito que eu quero, precisa ser corajoso e enfrentar com altruísmo e pragmatismo as dificuldades que certamente se apresentarão à sua frente, não apenas na campanha eleitoral, mas, se vitorioso nela, aja assim durante todo o tempo que desempenhar seu mandato. Ele precisa ser coerente, não sendo jamais nem de forma alguma hipócrita. Deverá cercar-se de pessoas competentes, dinâmicas e honestas.

Ele precisa dar o dobro de valor aos seus ouvidos e metade à sua língua. Ele deve ouvir as pessoas, mesmo que não possa atender às suas reinvindicações, e deve dizer isso a elas clara e diretamente, com carinho, respeito e elegância.

Ele precisa ser inteligente e sábio, leal e nobre. Não pode ser arrogante ou prepotente, nem agir de forma sectária e maniqueísta. Sua campanha eleitoral deve acabar no dia do anúncio do resultado da eleição.

Eu quero um prefeito que faça coisas simples, mas importantes, como por exemplo, enfrentar a Procuradoria do Meio Ambiente e retirar o excesso de areia acumulada na Avenida Litorânea. Areia que só está ali pelo fato de administrações anteriores não terem agido corretamente quanto à limpeza de nossas praias.

Quero um prefeito que enfrente os vândalos que depredam o patrimônio público e particular, que regularize a situação dos ambulantes e dos flanelinhas, que estabeleça regras factíveis, efetivas, eficientes e eficazes para o melhor uso das diversas áreas da cidade.

Quero um prefeito que enfrente os políticos, adversários e correligionários, que não estejam alinhados com os melhores interesses de nossa cidade e de seu povo, e que se junte a quem o possa ajudá-lo a bem gerir o município.

Precisamos de um prefeito que não aja pensando na próxima eleição, mas consciente de que se ele fizer uma boa administração, coisa que não é uma tarefa fácil, ele não precisará fazer muito para ter sucesso na próxima disputa eleitoral.

Eu votarei em Eduardo Braide e tenho fé que ele possa fazer tudo isso e ser um bom prefeito.

Incoerência não é coisa de política!

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

As alianças políticas e partidárias visando a eleição municipal que acontecerá em novembro estão sendo apalavradas e sacramentadas, mesmo que parte delas estejam em desacordo com a lógica e a coerência, ingredientes indispensáveis para o transcurso efetivo, eficiente e eficaz das ações e dos fatos concernente a ela.

Em minha modesta opinião só existem verdadeiramente três candidatos a prefeito de São Luís: Eduardo Braide, Duarte Junior e Neto Evangelista. Os demais, estão somente cumprindo tabela, como se diz no jargão futebolístico.

Esses três candidatos encarnam as linhas políticas existentes hoje no Maranhão. Eduardo representa a faixa na qual se alinham aqueles que desejam mudanças no panorama político de nossa cidade e de nosso estado, enquanto Duarte Junior e Neto Evangelista representam as duas facções do grupo hora hegemônico do Maranhão, sendo o primeiro ligado ao vice-governador, Carlos Brandão e o segundo é ligado ao senador Weverton Rocha. Ambos disputaram o governo do estado em 2022.

No entanto, a maior incoerência, em todo esse panorama, por incrível que pareça, advém exatamente do grupo mais experiente da política maranhense, o MDB que representa partidariamente o Grupo Sarney.

Na verdade o MDB comete duas incoerências. A primeira é não apoiar a candidatura de Adriano Sarney e a segunda é apoiar um candidato que, caso vença a eleição, fortalecerá ainda mais os seus adversários.

Obviedade acachapante

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Um dia desses eu acordei sobressaltado, pois havia sonhado que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, sacudia o punho de minha rede e dizia: “Joca, meu gordo, resolvi cancelar todas as minhas redes sociais, Twitter, Instagram, Facebook, e até o Tinder…! Resolvi também que não vou mais dar entrevistas a veículos de comunicação de qualquer espécie ou natureza, e não me manifesto mais sobre qualquer tema que possa ser explorado política, partidária, ideologicamente”.

Pulei da rede e fui direto para o computador para ver se havia acontecido alguma tragédia e o ministro Gilmar havia subido antes da hora, uma vez que em minha cabeça, para que ele abrisse mão de dar sua opinião e deixar de participar das redes sociais, só se uma coisa dessas houvesse acontecido!…

O fato é que em minha modesta opinião, membros do Judiciário, do Ministério Público e de entidades correlatas, não deveriam se manifestar sobre assuntos que pudessem de alguma forma serem explorados politicamente. Não que houvesse uma lei que os proibisse, pois a lei deve ser para todos, porém sabemos que dentre todos, diferenciações devem e precisam ser feitas. Penso que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ poderia estabelecer regras de conduta específica que regulassem a manifestação de magistrados e operadores estatais do direito, sobre tais assuntos.

Tenho alguns amigos juízes, promotores e procuradores que usam suas redes sociais de forma correta, respeitando total e completamente as regras morais e éticas do uso dessas ferramentas. Eles postam matérias de âmbito artístico, cultural, esportivo e informativo, ou mesmo artigos onde defendem suas ideias, sem jamais dar a elas cunho que possa suscitar tendência política, partidária ou ideológica, mesmo tendo eles posições pessoais em algumas dessas direções ou sentidos.

Quando uma pessoa escolhe ser médico, ou motorista de ônibus, ou piloto de avião ou policial, é importante que ele não se dedique ao consumo desenfreado de bebidas alcoólicas ou drogas, pois muitas pessoas podem ser prejudicadas por essa sua atitude irresponsável. O mesmo deve ocorrer quando alguém resolve ser membro do Ministério Público ou da magistratura! Ao decidirem ingressar nessas carreiras, essas pessoas devem abrir mão de se manifestar sobre assuntos nos quais elas possam um dia serem chamadas a atuar como engrenagens no sistema jurisdicional.

Ao não se eximirem de participar dos debates sobre assuntos do dia a dia, tais operadores do direito se desqualificam para implementarem um trabalho isento, correto, honesto e justo, bem como para darem opinião sobre qualquer assunto de natureza minimamente política, pois desde o início, suas opiniões estarão contaminadas devido à natureza de seus cargos.

Em minha opinião a solução é muito fácil: juízes de todas as entrâncias e membros do Ministério Público não podem se manifestar sobre assunto de suas funções ou assunto de fundo político. Caso desejem fazer isso, devem se desincompatibilizar de suas funções e tornarem-se cidadãos comuns, sujeitos às regras gerais.

Fico me perguntando se isso não é uma coisa óbvia!? De uma obviedade que chega a ser acachapante! Como se pode admitir que um juiz ou um promotor se manifeste sobre um assunto de cunho político ou partidário!? Eles estão em um patamar privilegiado, fazerem isso afeta a estabilidade do sistema jurisdicional, pendam ele para o lado que for!…

Um artista de grande renome e popularidade, em que pese estar também em um outro patamar, pode se manifestar, porém o patamar em que ele se encontra não é o do Judiciário, um dos poderes do estado.

Alguém dirá que prefeitos, governadores e o presidente, além de vereadores, deputados e senadores e seus auxiliares podem se manifestar amplamente, ao que responderei que essa manifestação faz parte da natureza de suas atribuições, coisa que não deve e não pode acontecer no tocante aos operadores do Judiciário.

Aos meus amigos desse setor que fazem postagens artísticas, culturais esportivas e informativas, e mesmo opinativas, usando o bom senso e respeitando parâmetros éticos, meu muito obrigado! Respeito-os muito mais por isso.

Decifrando a eleição em São Luís

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

O voto antes de qualquer coisa é um ato de paixão. O eleitor vota por paixão a uma ideia, a um partido ou a uma pessoa. Há quem vote porque um determinado candidato é bonito, porque ele torce para um certo time de futebol, ou por ele passar confiança, mas o eleitor sempre vota motivado pela emoção.

Ainda bem que existem eleitores que votam motivados pela busca de um melhor caminho, imbuídos da vontade de acertar ou de errar o menos possível na hora de escolher quem o represente. Procuro estar entre esses.

Eu já disse centenas de vezes e vou repetir novamente: eu amo mais São Luís que o Maranhão; amo mais o Maranhão que o Brasil; amo mais o Brasil que o Mundo… Dito isso, fica claro que minha cidade merece toda minha atenção, inclusive quanto à escolha de seu dirigente maior.

No que diz respeito aos candidatos a prefeito de São Luís, quase todos, de alguma forma, em maior ou menor intensidade, são meus amigos. Conheço Eduardo Braide desde que ele era menino, filho de meu grande amigo Antonio Carlos Braid. O mesmo ocorre com Neto Evangelista, filho de meu colega deputado, João Evangelista. Rubens Júnior, além de filho de um outro colega deputado, Rubens Pereira, ele mesmo foi meu colega na Assembleia Legislativa do Maranhão. Adriano Sarney, é filho de Sarney Filho, antigo correligionário. Conheço José Carlos Madeira desde os tempos do curso de Direito, na UFMA. E para ficar em apenas meia dúzia, cito ainda Duarte Junior, a quem só conheço graças à sua grande exposição midiática.

Se eu não tivesse sido político por mais de 40 anos, escolher um entre esses candidatos seria uma coisa bem difícil para mim, mas o fato de ter alguma vivência nesse setor e buscar sempre fazer uma melhor escolha para o momento político e para as circunstâncias que nos encontramos, faz com que essa decisão fique extremamente fácil.

Sei que o governador Flávio Dino tenta fazer de tudo para enfraquecer uma das alas internas de seu grupo, já pensando na eleição de seu sucessor. Pode até parecer estranho para alguns, mas quanto a isso, concordo com ele, pois defendemos o mesmo nome para o governo em 2022.

Ao tentar dar musculatura a Rubens Júnior, Dino tenta enfraquecer Neto Evangelista, que conta com o apoio de Weverton Rocha, Othelino Neto e grande parte da bancada de deputados governistas. Essa será uma luta interessante! Por fora, corre Duarte Júnior, espertamente colocado por Dino no partido de Brandão, seu candidato para o governo em 2022. Duarte é na verdade, por mérito próprio, o único postulante ao Palácio La Touche que tem alguma condição de enfrentar Eduardo Braide, que é o candidato com a maior simpatia popular, segundo as pesquisas.

Todos sabem que durante 50 anos o grupo Sarney foi hegemônico no Maranhão. Mesmo assim durante quase todo esse tempo esse grupo não controlou a prefeitura de São Luís.

Hegemonia muito forte e muito duradoura nunca é uma coisa boa para ninguém. Não é boa para o estado, não é boa para os políticos, não é boa para o povo e não é boa nem mesmo para o detentor da hegemonia, que quase sempre perde a visão correta da realidade.

Como disse antes, o meu voto é motivado pela emoção que sinto na tentativa de acertar, ou pelo menos em errar o menos possível na escolha, por isso apoiarei Eduardo Braide para prefeito de São Luís, o único candidato que em minha opinião pode equilibrar na balança política que se encontra bastante pensa no Maranhão.

PS: É importante que não esqueçamos que existem dois grandes eleitores que certamente serão decisivos na eleição do próximo prefeito de São Luís: Edivaldo Holanda Junior e Roseana Sarney.

O monopólio ideológico da razão

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Tenho dedicado algum tempo de meus dias, em meio a essa pandemia, para analisar, estudar e tentar entender qual o verdadeiro sentido dessa onda avassaladora de intolerância, advinda exatamente daqueles que se dizem antagonistas a ela.

Dizem que a obra de Monteiro Lobato tem cunho preconceituoso e racista, e que as crianças não devem ter acesso a ela. É como se Dona Benta e todos no sítio tratassem tia Anastácia como escrava ou mesmo como uma mera serviçal e não como companheira de toda uma vida, e uma pessoa amada.

Voltei a ler a obra de Lobato e confesso que não consegui encontrar nela nada que pudesse sugerir preconceito ou racismo, mas pensei que poderia estar impregnado pelo racismo estrutural ao qual estamos submetidos culturalmente, então resolvi continuar pesquisando.

Comentei esse fato com um amigo que mandou que eu lesse um trecho de “Caçadas de Pedrinho” onde haveria uma alusão à predileção que as onças devem ter pelas carnes de tia Anastácia, como se a onça, tendo Dona Benta à sua frente, fosse deixá-la de lado, por preferir as carnes da quituteira do sítio!

No meio dessa polêmica, soube que alguns canais de filmes tiraram do ar “E o vento levou…”, por este fazer proselitismo de atos racistas e mostrar uma realidade que induz as pessoas a banalizarem o preconceito e a discriminação racial.

Absurdos como esses dois, em minha opinião, bem representam os acontecimentos generalizados de incompreensão que estão ocorrendo, fazendo com que aqueles que se dizem defensores dos bons sentimentos e adversários das más índoles, cometam os mesmos erros que atribuem aos seus oponentes.

Devo deixar bem claro que racismo é algo repugnante e deve ser totalmente repudiado.

Porém é incompreensível que muitas das pessoas que abominam “O Sítio do Pica-Pau Amarelo e “E o vento levou…”, sejam fiéis seguidores das ideias de Friedrich Nietzsche, cujo pensamento, elaborado nas décadas finais do século XIX, inspirou os movimentos direitistas e elitistas do começo do século XX e influenciou os ideólogos do nazismo e do autoritarismo militar europeu.

Uma das teorias desse formidável filósofo alemão, um dos mais estudados e apreciados, diz que “a escravidão é necessária à cultura”, e mesmo assim, ele é mais aceito que Monteiro Lobato, que em sua obra mais importante, que começou a ser escrita há exatos 100 anos, atém-se a transpor para o ambiente rural brasileiro, as aventuras e os mitos da cultura universal.

Isso se deve ao fato das teses de Nietzsche serem de complexo entendimento para alguns que veem mais o existencialismo e os dramas de consciência que há nas palavras do alemão e menos o caráter violento delas.

Um filósofo, assim como um escritor ou um diretor de cinema, juntamente com suas obras, não são capazes de sozinhos moldarem uma sociedade, se ela não tiver a propensão natural para isso.

É a educação, familiar, social e formal, aquela que se adquire no convívio da família, da sociedade e do aprendizado na escola, que forja o caráter das pessoas, fazendo com que floresça ou murche as boas ou as más índoles inerentes a cada indivíduo.

O mais estranho nisso tudo é o fato de que aqueles que pretendem eximir as crianças do racismo que identificam na obra de Lobato, são os mesmos que desejam expô-las às diversas possibilidades de opções sexuais…

Pode parecer que ao usar o argumento acima, eu tenha jogado baixo, mas às vezes é preciso! Eu tento ser coerente, e não aceito esse absurdo monopólio ideológico da razão.

Precisamos falar sobre racismo

por Jorge Aragão

Por Joaquim Haickel

Racismo é o assunto do momento e espero que ele seja tema recorrente na pauta de todos, até que fique tão banal que o seu objeto deixe de existir… Mas mais realisticamente, o racismo infelizmente não vai desaparecer completamente, no entanto sua incidência precisa diminuir drasticamente.

O brutal assassinato de George Floyd, por um policial branco, na cidade americana de Mineapolis, gerou uma onda de protestos por todo o mundo, chamando mais uma vez a atenção para esse grave problema de nossa sociedade.

Existem outros grupos raciais que também são vítimas do racismo como curdos, armênios, sérvios, croatas, hutus, tutsis, ciganos, judeus e palestinos, mas as perseguições a eles são mais localizadas, quase sempre em conflitos civis internos.

O racismo mais comum é o sofrido pelos negros nos países ocidentais, devido aos séculos de escravidão que os povos africanos foram submetidos, principalmente nos 500 anos, entre 1400 e 1900. Depois desse período escravocrata formal, o racismo estrutural tomou conta do dia a dia das pessoas negras.

Racismo estrutural é a forma pela qual ele foi estabelecido, de modo a fazer com que os descendentes dos antigos escravos permaneçam nas camadas mais baixas do espectro social. É muito difícil escapar ou suplantar isso, uma vez que ele está arraigado nos componentes básicos desse organismo vivo que é a sociedade.

Nossos pais sempre deixaram bem claro que as pessoas não deveriam e não podiam ser classificadas ou valorizadas pela cor de sua pele.

Meu pai teve um irmão de criação negro que ficou conhecido como Raimundo Nagib, já minha mãe trouxe para morar conosco uma amiga de infância, que se transformou em nossa mãe de criação, Mãe Teté. Meus pais criaram como nosso irmão o filho de Anita, lavadeira da casa de minha avó, que morrera de parto, Celso Henrique.

Eles incentivavam a nossa convivência com a rapaziada do bairro onde morávamos, quase todos negros, com quem jogávamos futebol: Calhambão, Mário, Xilado… Depois foram os amigos do basquete: Espirro, Carlos Henrique, Paulo Zona…

Sempre respeitamos as pessoas independentemente da cor de sua pele, sempre tivemos amigos negros e jamais fizemos distinção deles por motivos raciais. As distinções que sempre estabelecemos entre as pessoas foram as que dizem respeito às suas índoles.

Quando minha filha estava ficando mocinha, imaginei que ela aparecesse um dia lá em casa com um namorado. Fiquei idealizando o cara perfeito pra ela. Imaginei um rapaz da minha cor, um branco-bege, de cabelos castanhos, olhos negros, um cara parecido comigo!… Aí ela me apareceu com um asiático! Foi um baita susto! Ao me assustar, imaginei se ela tivesse arrumado um namorado negro! O que honestamente eu acharia!? O susto seria certamente maior que o que eu tive com o japa. Mas eu sabia que a coisa mais importante seria o modo como qualquer um deles trataria minha filha, como seriam os seus princípios como pessoas.

No fundo somos todos racistas, pois a nossa estrutura social é racista, e é contra isto que devemos lutar. É muito importante que todos nos posicionemos contra isso.

PS: Pensando bem, vejo que ainda sou bastante preconceituoso. Abomino pessoas hipócritas, pérfidas, arrogantes, prepotentes, insensíveis, incapazes de reconhecer um erro… E de agora em diante passarei a ser preconceituoso também com os racistas! Acho que desses preconceitos eu não vou conseguir me livrar!…

Roberto Rocha silencia Márcio Jerry

por Jorge Aragão

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), pelo menos até o fim desta manhã de domingo (07), preferiu silenciar, após ser questionado pelo senador Roberto Rocha (PSDB), que foi provocado pelo deputado comunista nas redes sociais.

Depois do vídeo ao lado de Jair Bolsonaro, onde o presidente da República disse ter esperança de que o “Maranhão se livre do comunismo”, Roberto Rocha foi alvo de alguns ataques. Em um desses, Jerry afirma que o senador estaria sócio das maluquices de Bolsonaro e aliado do coronavírus.

 

Na postagem do comunista, o senador foi responder e fez uma indagação que silenciou Márcio Jerry.

Roberto Rocha, que no vídeo afirmava ter viabilizado 50 respiradores junto ao Governo Bolsonaro, pergunta se o Governo Flávio Dino não vai querer os aparelhos. Jerry optou pelo silêncio sepulcral.

Depois disso, o ex-deputado Joaquim Haickel também comentou o embate e disse que Jerry precisava se posicionar, chegando até a questionar se a postagem do deputado comunista não seria uma Fake News.

Bolsonaro – Falando em Fake News e no presidente Jair Bolsonaro, ele, neste domingo, fez uma postagem confirmando todo seu “racismo”, “nazismo” e “fascismo”.

Bolsonaro lembrou da 2ª Guerra e disse que a unidade entre todos os povos – negros, brancos e mestiços – foi fundamental para derrotar o nazismo e fascismo.