Viagens de Flávio Dino pelo Brasil deverão ser mais constantes

por Jorge Aragão

Se o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), já tem sido acusado por oposicionistas de deixar a sua atual função pública em segundo plano, em detrimento do seu projeto de ser pré-candidato à Presidência da República em 2022, as críticas devem aumentar, já que o comunista pretende viajar ainda mais pelo Brasil.

De acordo com o site Metrópoles, Flávio Dino fará uma série de viagens para lançar um tal “Movimento 65” e tentar fortalecer sua ideia de disputar nacionalmente as eleições de 2022.

“Nome do PCdoB para a disputa da Presidência da República em 2022, o governador do Maranhão, Flávio Dino, dará início a uma série de viagens por estados do Brasil com o objetivo de lançar o Movimento 65, marca do PCdoB que tem por objetivo atrair apoio de pessoas e lideranças do chamado centro político.A ordem no PCdoB para os diálogos é “todos contra Bolsonaro”. Quem está contra o atual governo terá condições de participar do Movimento 65 e lançar sua candidatura pelo partido”, destacou o site.

Na reportagem, também é destacado o fato do PCdoB, agora, querer esconder a foice e o martelo, símbolo do comunismo, e trocar o vermelho, cor que predominava, para o verde e amarelo. A ideia é tentar diminuir a rejeição nacional contra um candidato comunista para a Presidência da República.

“O lançamento do “nome fantasia” – que deixa de fora a “foice e o martelo”, símbolos do partido e do comunismo, e aposta no verde e amarelo como cores predominantes, em detrimento do vermelho, cor oficial do PCdoB – está previsto para a próxima semana e, de acordo com fontes do partido, trata-se da primeira ação da legenda com o objetivo de buscar a formação da tão falada “frente ampla” para derrotar Jair Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais”, ressaltou a reportagem.

O texto também comentou o fracasso do movimento que Dino, ao lado de Fernando Haddad, Ricardo Coutinho e Guilherme Boulos, tentaram contra Jair Bolsonaro.

“Neste contexto, os movimentos de Dino ao centro ocorrem na mesma medida em que esfria seu diálogo com a esquerda. Ainda na ressaca da vitória de Bolsonaro, Dino chegou a se reunir com o petista Fernando Haddad, com o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, e com o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, mas o grupo que pretendia iniciar uma série de ações no campo progressista contra Bolsonaro não vingou.”

.Por fim, a reportagem também fez questão de destacar que o comunista buscou diálogo até com o ex-presidente da República, José Sarney, para o seu projeto de 2022.

“Antes mesmo do lançamento da marca, Dino deu início à busca de diálogos antes inimagináveis em seu leque de articulações. O governador do Maranhão, por exemplo, encontrou-se com o patriarca do clã Sarney, o ex-presidente José Sarney (MDB-AP), superando divergência antiga, tanto no campo pessoal quanto da disputa política no Maranhão”.

Uma coisa é certa, Flávio Dino cada vez será menos governador e mais pré-candidato para 2022, ou seja, com as viagens constantes, o comunista ficará menos tempo no Maranhão e sem exercer sua atual função pública.

É aguardar e conferir.

“Freio na língua ou desonestidade???”, questiona Rocha sobre Flávio Dino

por Jorge Aragão

O senador Roberto Rocha (PSDB), utilizando as redes sociais, tenta restabelecer a verdade sobre as cirurgias eletivas que serão realizadas e o Governo Flávio Dino tenta se apoderar.

Rocha inicia o texto afirmando que o governador Flávio Dino deveria se submeter a uma cirurgia eletiva para destravar a língua, quando tem que reconhecer as ações do Governo Bolsonaro.

É que o governador comunista afirmou que seria uma “enorme e ousada tarefa”, ao anunciar o programa de cirurgias eletivas.

No entanto, Roberto Rocha repudiou o fato de Flávio Dino não ter citado que o Governo Bolsonaro destinou mais de 8 milhões para as cirurgias e Governo do Maranhão não terá que desembolsar nada (veja aqui).

O senador finalizou a dura crítica ao comunista reafirmando que Flávio Dino precisa se submeter a uma cirurgia eletiva, mas não sabia qual. “Das duas uma: ou uma cirurgia para cortar o freio lingual ou uma psicoterapia para atacar o problema da desonestidade intelectual”, concluiu Roberto Rocha.

Crítica certeira e precisa. Flávio Dino, até o momento, silenciou.

Em entrevista a UOL/Folha, Dino volta a “rasgar” elogios a Lula

por Jorge Aragão

Na sua passagem por São Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a conceder entrevista à imprensa nacional e voltou a rasgar elogios ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Nesta quinta-feira (23), foi divulgada uma entrevista realizada no dia 17 de janeiro em que o comunista concedeu, em conjunto, a UOL/Folha e novamente abordou as eleições de 2022.

Flávio Dino afirmou que é preciso a união da Esquerda, mas que isso só é possível com a participação e liderança do ex-presidente Lula. Questionado sobre Lula comandando esse processe, veja abaixo o que disse o comunista.

“Se Deus quiser, sou um homem de muita fé, rezo todos os dias. Lula é a maior liderança popular da vida brasileira. Em cem pesquisas, dará o Lula como um dos três maiores presidentes da vida brasileira”, afirmou.

O governador maranhense disse que o antipetismo não existe, reafirmou que a prisão de Lula foi arbitrária e que o petista teriam totais condições de vencer as eleições de 2022.

“Não existe antipetismo. Lembremos que o ex-presidente Lula foi arbitrariamente preso em abril, faltando pouco tempo para eleição. Pesquisas recentes mostram que o ex-presidente Lula teria todas as condições de ganhar uma eleição, se disputasse hoje contra qualquer candidato”, destacou.

Sobre o encontro que teve com o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, criticado pelo PT, Dino disse que não viu problema algum e que inclusive o convidou para visitar o Maranhão. O comunista deixou claro que está aberto para o diálogo, inclusive com o próprio Huck.

“Muito positiva, ele foi muito gentil, apresentou uma concepção dele acerca da necessidade de haver diálogo na vida brasileira, conversamos um pouco sobre essas experiências. Eu lhe convidei para visitar o Maranhão. Não houve debate sobre 2022 porque não tem sentido prático, temos uma estrada muito longa até lá. Sozinho, não faço nenhum tipo de aliança. Integro um partido político. Não posso descartar [a chapa com Huck], primeiro porque seria mal-educado da minha parte. Em segundo lugar, porque eu não sei exatamente para onde o conjunto de forças da esquerda vai caminhar”, afirmou.

Flávio Dino finalizou a entrevista discordando daqueles que afirmam que o PCdoB não pode ter um candidato à Presidência da República, principalmente por conta da religião (lembrando que o próprio Lula comentou o assunto em entrevista recente). O comunista disse que venceu as eleições no Maranhão com o apoio de todas as religiões e que o PCdoB não é um partido antirreligioso.

“Os mesmos que diziam que eu não posso concorrer à presidência pelo PC do B são aqueles que achavam que eu jamais seria governador do Maranhão pelo PC do B. Nós vencemos, com o apoio de católicos, evangélicos e de outras religiões. Isso não constitui um obstáculo. Não é verdade que o PC do B seja um partido antirreligioso”, finalizou.

Clique aqui e leia a entrevista completa de Flávio Dino ao UOL/Folha.

Flávio Dino volta a criticar o Governo Roseana

por Jorge Aragão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a criticar o Governo Roseana Sarney (MDB). Desde o encontro que teve com o ex-presidente da República, José Sarney, o comunista havia esquecido o retrovisor, leia-se Governo Roseana, mas nesta quarta-feira (22) voltou com a cantilena.

Dino afirmou que o Maranhão foi obrigado a pagar débitos de um empréstimo contraído no Governo Roseana e lamentou que o tal empréstimo tenha sido feito em dólar. O comunista disse que o recurso fará falta aos maranhenses.

“No passado, acharam razoável endividar o Maranhão em dólar. Com a recente política de dólar nas alturas, isso implicou que ontem o Maranhão pagasse uma parcela de dívida externa no valor de R$ 213 milhões. Uma pena. Faz muita falta”, destacou o comunista.

O curioso é que Flávio Dino, que quando Oposição sempre criticou a contratação de empréstimos, além de sua gestão ter sido extremamente beneficiada com o empréstimo contraído junto ao BNDES – afinal a maioria de suas ações foram provenientes desse recurso – foi useiro e vezeiro dessa prática de contrair empréstimo ao longo dos seus quase seis anos como governador do Maranhão.

Flávio Dino, não disse, parece esquecer, que todos os empréstimos que ele já contraiu, serão pagos pelos próximos governadores que irão lhe suceder, uma vez que nenhum empréstimo contraído o pagamento começa imediatamente.

O comunista também esquece que além das críticas pela incoerência de contrair empréstimos, a sua gestão é bastante criticada pela ausência total de transparência quando da realização desses empréstimos. Os deputados oposicionistas afirmam que Flávio Dino, quando da contratação de empréstimos, não informa o percentual de juros e as vezes nem mesmo o nome do banco.

Esse é o Flávio Dino de sempre, com a sua memória cada vez mais seletiva, ou seja, só comenta o que lhe interessa e esquece o que lhe convém para evitar ser criticado.

Rocha mantém posicionamento e manda duro recado para Dino

por Jorge Aragão

O senador Roberto Rocha (PSDB), emitiu Nota, reafirmando o seu posicionamento e do PSDB sobre as eleições de 2020, na capital maranhense.

Rocha afirma que suas declarações foram distorcidas por asseclas do governador Flávio Dino (PCdoB), que chamaram o presidente do PSDB de traidor. O senador maranhense disse que o comunista, sempre que se sente incomodado, aciona os seus “pistoleiros digitais”.

Ao postar a Nota, Roberto Rocha antes afirmou que não é covarde, assume o que diz. “Não mando recado. Não jogo a pedra e escondo a mão. Não sou dissimulado. O que digo, assino embaixo”, veja abaixo a Nota.

Inegavelmente foi um duro recado de Roberto Rocha, endereçado diretamente ao governador Flávio Dino e seus asseclas.

No entanto, a verdade dos fatos é que um eventual apoio do PSDB ao deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Luís, Eduardo Braide (Podemos), pode fazer com que a eleição possa ser terminada no 1º Turno, com a derrota dos comunistas, e isso acabou incomodando bastante.

É aguardar e conferir.

 

Flávio Dino sai na defesa do jornalista Glenn Greenwald

por Jorge Aragão

Quem diria que o governador Flávio Dino (PCdoB), um dos políticos que mais processou jornalistas no Maranhão, agora, por conta de uma eventual disputa nacional em 2022, resolveu sair na defesa de um jornalista, o americano Glenn Greenwald.

O jornalista americano é o responsável pelo site The Intercept, que em 2019 acabou vazando conversas que foram atribuídas ao então juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato.

Só que nesta semana, como já havia sido especulado, o Ministério Público Federal apresentou denúncia contra o jornalista. O MPF cita crime de associação criminosa e crime de interceptação telefônica, informática ou telemática, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Além disso, para o MPF, Glenn  Greenwald “auxiliou, orientou e incentivou” o grupo de hackers suspeito de ter invadido os celulares de autoridades durante o período em que os delitos foram cometidos.

Só que para Flávio Dino, a denúncia não se sustenta e que a inclusão do jornalista americano é mais um “terraplanismo jurídico”.

O episódio demonstra, mais uma vez, que Flávio Dino tem um posicionamento aqui no Maranhão e adota uma postura bem diferente quando é um assunto nacional, afinal quem dera que o comunista defendesse, aqui no Maranhão, os jornalistas e a liberdade de imprensa.

Na verdade, fica novamente evidenciado que temos um Dino lá e outro cá.

“Não é possível construir alternativas contra o PT, mas com o PT”, diz Dino

por Jorge Aragão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), de passeio em São Paulo, concedeu uma entrevista, nesta segunda-feira (20), ao jornal O Estadão e, mais uma vez, fez questão de ressaltar a importância do PT e de Lula para 2022, mesmo depois da polêmica entrevista do ex-presidente da República sobre o atual partido de Dino (reveja).

Ao ser questionado se o PT ou Lula atrapalhariam a construção de um novo caminho eleitoral para esquerda, o comunista deixou claro que é impossível um alinhamento da esquerda sem Lula e o PT.

“Não haverá uma reorganização sem que o PT participe, é a força hegemônica do nosso campo político e nós temos a figura do líder máximo do campo popular, que é o ex-presidente Lula. De modo que não é possível construir alternativas contra o PT, mas sim com o PT”, afirmou.

Pelo visto, Flávio Dino não se incomodou com a entrevista de Lula sobre o PCdoB, ou efetivamente, como vem sendo especulado, o governador do Maranhão deve se filiar no PT.

Flávio Dino também voltou a deixar claro que é a favor do Juiz de Garantia. O comunista assegura que a implantação é necessária e que não acarretaria na contratação de nenhum novo servidor, ou seja, de nenhum novo magistrado. O comunista também entende que o Juiz de Garantia evitaria alguns abusos, que Flávio Dino assegura ter ocorrido na Operação Lava Jato.

Clique aqui para acompanhar a entrevista do governador do Maranhão ao O Estadão.

Após entrevista polêmica, Lula e Flávio Dino se encontram em SP

por Jorge Aragão

O ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT) e o governador do Maranhão, se encontraram, neste sábado (18), em São Paulo, no Comitê Nacional Lula Livre.

Foi a primeira vez que os dois políticos se encontraram, após a polêmica entrevista de Lula. O petista, ao ser questionado sobre um apoio a candidatura de Dino à Presidência da República, afirmou que poderia até apoiar, mas desde que o governador maranhense esteja no PT.

A justificativa de Lula é que o PT precisará ser protagonista e é bem maior que o PCdoB. O ex-presidente ainda disse que o próprio Dino tem consciência de que o seu partido dificilmente venceria as eleições de 2022.

Mesmo diante de tais afirmações, Flávio Dino, até de maneira covarde, silenciou. No entanto, o ex-ministro do Esporte e atual deputado federal, Orlando Silva (PCdoB), foi quem saiu em defesa da legenda (reveja).

No encontro deste sábado, Dino se limitou a dizer que foi uma boa conversa. “Em São Paulo, boa conversa com o presidente Lula sobre a defesa do Brasil, da Constituição e dos direitos sociais”, afirmou.

Já Lula, talvez pressionando pela entrevista, se preocupou mais em agradar o comunista e destacou a ‘coragem’ de Dino de deixar a magistratura e entrar no política.

“Com o companheiro Flávio Dino, governador do Maranhão, na reunião do Comitê Nacional Lula Livre. Orgulho em contar com o apoio e solidariedade de um homem do Direito que, de quebra, teve a coragem de abandonar a toga pra fazer política”, disse o petista.

É aguardar e conferir, para saber os próximos passos visando 2022.

Os caminhos de Flávio Dino….

por Jorge Aragão

Depois da entrevista concedida pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, onde o petista deixou claro que um eventual apoiamento a uma candidatura de Flávio Dino à Presidência da República, só seria possível se o comunista estivesse no PT, o governador do Maranhão só teria três caminhos a seguir.

O primeiro caminho seria Flávio Dino se transferir para o PT e tentar viabilizar sua candidatura, mas já sabendo que o candidato derrotado nas últimas eleições, Fernando Haddad, já trabalha para novamente disputar as eleições presidenciais.

O segundo caminho seria permanecer no PCdoB e fazer uma composição com o PT, mas já tendo a consciência, desde agora, que o máximo que conseguiria nessa chapa seria a vaga de candidato a vice-presidente.

O terceiro caminho, nesse momento parece o mais apropriado, seria um recuo. Flávio Dino abriria a mão de disputar a Presidência da República em 2022 e disputaria a única vaga existente para o Senado no Maranhão.

Em se elegendo, Flávio Dino teria que se destacar no Senado Federal, seria mais fácil se a direita permanecesse no poder, para somente em 2026 disputar a Presidência da República e, desta vez, sem o risco de ficar sem mandato, pois no caso de uma derrota, voltaria ao Senado.

No entanto, no caso de um recuou, Flávio Dino irá mexer com outras peças no tabuleiro da política maranhense que já estavam posicionadas para 2022.

É aguardar e conferir.

Orlando Silva reage a fala de Lula sobre Flávio Dino e PCdoB

por Jorge Aragão

Coube ao ex-ministro do Esporte e atual deputado federal do PCdoB, Orlando Silva, reagir as declarações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva(PT), nesta semana, sobre um eventual apoio a uma candidatura de Flávio Dino (PCdoB) à Presidência da República.

Lula deixou claro que não teria problema em apoiar Flávio Dino em 2022, mas desde que ele não esteja no PCdoB. O petista disse que o PCdoB e muito pequeno diante do PT e que o seu partido terá novamente o protagonismo nas eleições, ficando o partido comunista, se quiser, novamente sendo mero coadjuvante,

O ex-presidente Lula ainda disse que seria muito difícil alguém se eleger pelo PCdoB e que o próprio Flávio Dino tem consciência dessa situação.

Como Flávio Dino silenciou covardemente e de maneira oportunista, coube a Orlando Silva rebater Lula e sair na defesa do PCdoB. Veja o texto publico pelo deputado federal.

Hoje cedo, um camarada me alertou: “Lula foi desrespeitoso com o Partido”. Reagi: “Deve ser fake news!” Minha reação foi a mesma que a maioria dos nossos teria diante de um registro desses. Lula é muito querido entre os comunistas. Fui ver a entrevista. E, quando entra em tela o nome de Flávio Dino, o presidente nos brinda, para a minha surpresa, com frases absolutamente dispensáveis.

As pérolas: “O PT é um partido muito grande se comparado ao PCdoB”; “É difícil eleger um comunista e Flávio sabe disso”; e “É muito difícil eleger alguém de esquerda sem o PT”. As mesmas frases ditas por um analista político dispensariam qualquer comentário. Mas, sendo proferidas por Lula, merecem atenção.

O presidente estava num ambiente controlado, sem estresse e pôde desenvolver seus raciocínios com clareza e sem pressão. Lula, como ele próprio disse, sempre contou com o apoio do PCdoB (ele disse quatro vezes, mas na verdade foram cinco). O PCdoB é o único partido que o apoiou em todas as suas campanhas presidenciais.

O presidente Lula considerar difícil a eleição de um comunista para presidente não surpreende – afinal, ele considerava impossível uma vitória para o governo do Maranhão. Flávio Dino foi eleito e reeleito governador sem seu apoio. Mas qual a utilidade de reforçar a retórica anticomunista?

Que o PT é “grande” em relação ao PCdoB não chega a ser uma “descoberta”. O PT é o maior partido político do Brasil – e já conquistou uma rejeição da mesma proporção. Aliás, essa é a principal explicação para ter sido derrotado por um candidato nanico, Jair Bolsonaro, de um partido então minúsculo, o PSL.

Esquerda vencer sem PT? Impossível! Claro! E se um partido de esquerda não estiver aliado ao PT? Esteja certo de que esse partido nem era tão de esquerda assim… Esse raciocínio conhecemos desde o final dos anos 70 do século passado.

Flávio Dino é a novidade da esquerda brasileira. Cresceu sem “dedaço” e não incubado por nenhum grande líder. A sua competência já está à mostra no governo do Maranhão. Sua capacidade política é reconhecida até pelos adversários. Flávio Dino opera a política de frente ampla que o PCdoB elaborou, mas aplica com timidez sob os olhares severos e críticos dos “companheiros”.

Anote aí: o elogio do presidente Lula a Flávio Dino é como um “abraço de urso”. Daí ser adequado Flávio saber o ponto exato de proximidade – ou será esmagado.

A canelada do presidente Lula no PCdoB ou é um teste para as vértebras dos comunistas ou uma recaída após lembranças da chapa Osmar-Batista-Alemão? De qualquer modo, requer uma resposta fria, como a boa diplomacia ensina.

Assistindo às falas do presidente Lula, fiquei um pouco triste, mas bola pra frente! Ah! E lembrei de Criolo, em Demorô: “Onde falta respeito / A amizade vai pro lixo (…) / Muda essa roupa, corta esse cabelo”.

Já Flávio Dino, como de costume nessas situações, adotou o silêncio sepulcral.