Cotado para disputar a Presidência da República nas eleições de 2022, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi o entrevistado desta quinta-feira (22), no programa Ponto Final da Rádio Mirante AM.

Mandetta, que deixou a pasta há exatamente um ano, apesar de compreender a CPI da Covid-19, entende que o foco de todos deveria ser o de salvar vidas no enfrentamento da doença.

“Eu acho que o ideal seria que a gente não precisasse fazer CPI. Que a gente tivesse tudo transparente com todos os dados dispostos à população. Quando você fala em investigação significa que querem saber coisas que não estão as claras. Acho que nesse momento nosso foco deve ser vacina, tem que ser buscar melhor condição de atender o povão, de poder fazer um programa social, poder dar um alento às pessoas”, disse Mandetta.

O ex-ministro da Saúde avaliou o atual momento da pandemia no país e disse que a perda de vida foi banalizada e cobrou mais união no combate à Covid-19.

“O Brasil errou em alguns pontos. Vários eu poderia falar aqui, mas um que é principal, que eu não consigo entender nem que alguém queira me explicar, é por que o Brasil não fez o contrato de comprar as vacinas em julho, agosto do ano passado quando elas foram oferecidas? Se a gente tivesse comprado em julho/agosto, teríamos começado a vacinar nosso povo em novembro. E não tinha que ser uma marca de vacina, tínhamos que comprar três, quatro, o que tivesse e a gente já hoje estaria com isso controlado. De repente o governo ficou naquele segundo semestre do ano passado nesse negócio de ficar falando que não toma vacina, que vai virar jacaré, conversa que não tinha motivo. Pra mim, o maior erro foi esse. Para sair desse problema é pela ciência, não adianta a gente pensar: – Eu vou tomar remédio tal, tomar cloroquina, tomar ivermectina. Isso não tira, se tirasse, o mundo inteiro teria adotado”, criticou Mandetta.

Apesar de deixar claro que a prioridade não deve ser a eleição, mas sim o enfrentamento da doença, Mandetta aposta que pode sim existir uma terceira via entre o Lulismo e o Bolsonarismo.

“Se analisar essas pesquisas que estão sendo divulgadas, mais de 50%, mais da metade do povo diz que não quer votar nem em um e nem em outro, mas também se forem vários candidatos ai divide todo esse voto da metade da população, ou seja, quem não quer uma dessas duas opções. Não importa se é de direita ou de esquerda, tem que ser a favor do Brasil”, afirmou.

Mandetta ainda falou sobre a ampliação da CPI, alcançando governadores e prefeitos, do ‘eterno’ dilema entre salvar a vida ou a economia, entre outros assuntos. Clique aqui e acompanhe a entrevista na íntegra concedida ao titular do Blog do Jorge Aragão.