Por Joaquim Haickel
Antes da eleição, alguns candidatos a vereador me procuraram para que eu fizesse uma análise das condições eleitorais de diversos partidos. Alertei-os sobre o panorama da eleição e os avisei que com o fim das coligações, o cálculo do coeficiente eleitoral seria feito apenas com os votos que cada partido obtivesse. Disse-lhes que o mais sensato a fazer para ser eleito, era ser o mais votado do partido e rezar para que ele tivesse pelo menos os votos necessários para eleger um vereador.
No final, o que se viu foi muito candidato bom não conseguindo se eleger. Gente que perdeu a eleição tendo três ou quatro vezes mais votos que quem ganhou, e o que é pior, pessoas que tiveram votação semelhante às dos mais votados, cujo partido não conseguiu votos suficientes para atingir o coeficiente eleitoral e não elegeu nenhum representante.
Mais do que nunca, depois dessa eleição, ficou claro que precisamos urgentemente de uma profunda reforma política e eleitoral, que possa garantir efetivamente que a escolha do cidadão será respeitada.
Exemplo de que precisamos urgentemente dessa reforma se verá quando Eduardo Braide assumir a prefeitura e deixar de ser deputado federal. Em seu lugar assumirá o suplente da coligação PMN/PHS, que elegeu em 2018 dois deputados, ele, Eduardo, com 190 mil votos e o Pastor Gildenemyr com 47 mil votos. O primeiro suplente, Josivaldo JP, que obteve apenas 23 mil votos será nosso novo representante na Câmara Federal.
Isso ocorre porque a regra eleitoral favorece a agremiação partidária, deixando de lado o interesse do eleitor, uma vez que os menos votados acabam tendo preferência, em detrimento daqueles que conseguiram uma maior votação, como é o caso do deputado Gastão Vieira que obteve 58 mil votos, mais que o segundo colocado da coligação PMN/PHS, e bem mais do dobro de votos do suplente, Josivaldo JP, que será efetivado como deputado federal a partir de janeiro próximo, enquanto Gastão, em que pese ser um ótimo parlamentar, mesmo que ande um tanto equivocado politicamente, continuará dependendo da boa vontade do governador Flávio Dino e de seus correligionários para que possa assumir uma vaga de deputado federal.
Vejam bem que estou sendo totalmente pragmático. Estou dando um exemplo desfavorável a um deputado que irá apoiar o prefeito que acabamos de eleger em São Luís e mostrando que um que votou contra ele, deveria assumir o mandato.
O erro não é meu! O erro é da lei. Só quem deseja que o Brasil siga torto, capenga, aleijado no tocante às leis que regem a forma como escolhemos nossos representantes, concorda com ela.
O voto proporcional distorce a intenção do eleitor. Ele deseja uma coisa e a lei eleitoral lhe dá outra. O voto majoritário, com o qual só os mais votados se elegem, é tido como conservador demais, pois segundo seus críticos, não dá chance igualitária de representatividade aos candidatos menos fortes.
Em minha modesta opinião o melhor tipo de voto é o distrital simples, onde municípios e estados são divididos em distritos, tendo por base suas zonas eleitorais, e neles cada partido pode apresentar apenas um candidato para disputar a vaga referente àquele distrito, o que efetivamente regionaliza a disputa e propicia uma maior e melhor ligação do eleitor com seus representantes.
Penso ser este é o melhor tipo de voto que podemos ter em nosso país. Ele é mais justo, mais democrático e retrata a vontade direta do povo. Além disso a adoção do voto distrital simples servirá de filtro natural para a diminuição dessa absurda quantidade de partidos, através da solidificação e do fortalecimento apenas daqueles que realmente tenham aceitação e respaldo social e popular.
O problema é que quem faz a reforma são os políticos e eles não tem interesse algum em fazer algo que não seja em benefício próprio, infelizmente
Já passou da hora de tirar todos eles do poder.
A reforma tem que começar pelo fato do voto não ser obrigatório, duvido que queiram
Entendi tudo, caro Joaquim.
Uma pergunta, só consegue eleger vereador o partido que atinge o coeficiente eleitoral? E os eleitos na sobra?
Quanto ao sistema prevalecente de preenchimento de vagas, é justo para as minorias, acho.
Concordo com você em relação ao voto distrital, cinsidero-o mais representativo.
Excelente ponto de vista,
Sem dúvidas um grande consultor em políticas.
Parabéns Joaquim, sempre sigo seus assuntos, conforme te disse na Vitória de Braide.
Eduardo Braide vai dar um chute no traseiro desse puxa- sacos.
Outra aberração é suplência de senador. Não deveria existir nos moldes atuais, a suplência poderia até ter, porém deveria ser como a de deputado, o primeiro suplente seria ser de acordo com sua devida votação.
A sua analise é coberta de logica, quando o prisma é um apenas.
Entretanto, é impossível pensar no formato eleitoral sem levar em conta a lenda da tal da democracia. Pois se assim formos nos debruçar teríamos que pensar profundamente sobre o papel da representatividade, as minorias conseguiriam estarem presentes nos parlamentos para significar todas as camadas sociais deste pseudo Estado Democrático?
O agora deputado JP de Imperatriz, um negro, evangélico de origem humilde, não seria um perfeito exemplo de que uma pessoa do povo poderia alçar a um posto de representação dos seu iguais, que o sistema vigente é o mais adequando até agora?
O fato do candidato ser pobre, negro e outras coisas que tais não garante que esse seja o correto a ser feito, pois se fosse por isso faríamos uma lei que só pudessem ser eleitos pobres e negros, já que a maioria do povo brasileiro é preto e pobre!
A lei tem que estabelecer regras e conceitos claros, equânimes, e é isso que estou sugerindo, um modo de votação onde todos possam competir em igualdade geral de condições.
QUE VENHA LOGO , A REFORMA POLÍTICA ELEITORAL, QUE O VOTO SEJA DISTRITAL MEU CARO AMIGO JOAQUIM, PARA QUE NÃO TENHAMOS UM CANDIDATO COM MENOS VOTOS E QUE SEJA ELEITO EM DETRIMENTO DE UM OUTRO QUE TENHA A MAIORIA DA VONTATE E POPULAR!!