Marcado na eleição de 2018 como o “escândalo da espionagem no Maranhão”, o caso que ganhou destaque nacional após denúncia de que militares utilizaram a estrutura da Polícia Militar para espionar adversários do governador Flávio Dino (PCdoB) naquele pleito, começa agora a ter novo desdobramento.

O juiz Nelson Rêgo, da Vara de Auditoria da Justiça Militar, realizou audiência de instrução para interrogar o hoje coronel Heron Santos e o major Antônio Carlos Araújo Castro, na ação penal em que ambos são réus por “determinação de ação militar sem ordem superior e falsificação de documento”.

O coronel Heron Santos, que em 2014 foi candidato a deputado estadual pelo PCdoB – mesmo partido político de Dino – , chegou a ser promovido pelo chefe do Executivo no ano passado, depois de iniciado o segundo mandato do governador comunista.

No escândalo, foi publicada uma circular pela Polícia Militar do Maranhão determinado a chamada “Operação Eleições 2018”. O documento pedia que os comandantes informassem o nome das lideranças que faziam oposição ao governador Flávio Dino e que pudessem “causar embaraços” no pleito eleitoral.

Ex-comandante de Policiamento no interior do estado, o coronel Heron, segundo depoimento de policiais militares, era quem pressionava para que os nomes de opositores fossem repassados.

Ele foi alvo de uma sindicância interna. Na apuração, os tenentes Juarez Martins Coelho e Josué Alves Aguiar deram a mesma versão: Heron cobrava pessoalmente a compilação dos dados sobre os adversários do comunista.

O caso agora avança na Justiça e os investigados terão de explicar qual a motivação para o fichamento de opositores do governador do Maranhão.

Estado Maior