Por Adriano Sarney

Bem longe do governador que já promoveu vários aumentos de impostos, que nada fez pela responsabilidade fiscal, que depredou o fundo dos aposentados do estado e criou o famigerado aluguel camarada, o que se viu na entrevista concedida por Dino ao Canal Livre foi de alguém que vende uma coisa e faz outra. Lá ele foi um administrador que foge do aumento de impostos, um homem público que nunca usou a máquina para encostar comunistas e um gestor que prioriza o acerto das contas públicas. Em suma, muita mentira e muita desinformação.

Nos primeiros vinte minutos do programa, talvez para quem não o conheça, chegaram a causar emoção as teses do governador sobre a Reforma Tributária. Flávio Dino falou de racionalização dos impostos, teorizou sobre a necessidade de uma carga tributária amena que possibilitasse crescimento e criticou a possível volta da CPMF.

Gastou menos tempo defendendo a queda nos impostos do que usou para aumentá-los em seu governo. Já em 2015, primeiro ano do seu governo, Flávio Dino aumentou várias taxas e impostos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) foi um deles, o mais emblemático pois atinge diretamente os mais pobres. De lá para cá a farra não parou.

Antes da obsessão comunista por mais dinheiro, a população pagou cerca de R$ 750 milhões de ICMS em janeiro e fevereiro de 2015. No mesmo período de 2019, quatro anos após a implantação das teses “dinistas” na tributação do estado, responsáveis, entre outras coisas, em aumentar 3 vezes o ICMS no estado, nós maranhenses pagamos cerca de R$ 1 bilhão com o imposto. Um aumento de 30% na arrecadação apenas desse tributo.

Se Flávio Dino não fosse oportunista, poderia ter falado sobre o sucesso de sua política tributária aos jornalistas do Canal Livre, em pouco mais de quatro anos, surrupiou centenas de milhões de reais dos bolsos de um dos povos mais pobres do Brasil graças aos seus “conhecimentos tributários”.

No segundo bloco Dino continuou debochando da ignorância de Fernando Mitre, Thais Heredia e Fernando Schuler ao falar de Reforma da Previdência. Postado como defensor dos mais humildes, como detentor de todo o conhecimento e senhor absoluto da virtude, ele criticou com virulência a reforma aprovada na Câmara dos Deputados que tramita no Senado.

Acusou o presidente e o ministro da economia de patrocinarem uma reforma que tiranizou os mais pobres. A verborragia comunista brotava de sua boca emoldurada por um sorriso cínico. Afinal de contas, Flávio Dino sabia que nenhum dos três entrevistadores iria perguntar sobre o rombo no Fundo Especial de Pensão e Aposentadorias (FEPA) dos servidores do estado.

A política previdenciária do governo comunista no Maranhão, tal qual a política tributária, se resume a tirar dinheiro do maranhense e transferi-lo para o ineficiente e eleitoreiro caixa do governo. Ao longo de quatro anos Dino sacou R$ 1,2 bilhão do FEPA e acabou com a reserva financeira dos servidores. Agora ele pretende fazer negócios com os bens imóveis dos aposentados.

Estou há quase cinco anos acompanhando de perto todos os projetos de lei e comunicações do governador que chegam na Assembleia Legislativa e afirmo: ele nunca fez qualquer uma das coisas que hoje prega para a imprensa. Chega a ser vexaminoso ver jornalistas que nos acostumamos a respeitar sendo enganados como crianças inocentes.

Flávio Dino tem todo o direito de ir para a televisão e falar aquilo que achar conveniente. No entanto, é dever de cada jornalista que o entrevistar ler o mínimo que precisa saber sobre o Maranhão para não ser feito de idiota.

Ou isso, ou o comunista seguirá debochando da imprensa.