Por José Reinaldo Tavares

Uma das mais marcantes memórias sobre Imperatriz vem de quando eu, ainda jovem, exercia a Diretoria Geral do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do Maranhão. O governador José Sarney, também jovem, entrou na disputa com o Pará para que a Ferrovia dos Carajás – a ser construída pela Vale para escoar o minério das minas de ferro de mesmo nome – fosse construída no Maranhão em direção ao Porto do Itaqui e não no Pará como desejavam os paraenses. Essa viagem estava prevista para marcar e comemorar a primeira rota entre Santa Luzia e Açailândia, por carro, na recém aberta estrada, futura BR, ainda longe de ficar pronta. Chegamos à noitinha em Imperatriz onde o governador ainda inaugurou um colégio. A pressa do governador Sarney em ter a estrada trafegável era porque esta serviria de apoio à construção da ferrovia, pois sem a rodovia para levar suprimentos à obra da ferrovia seria ainda mais difícil, devido às características da região, coberta por densa floresta amazônica, quase impenetrável. Além de tudo, a região que de avião parecia plana era, na verdade, muito acidentada, com o solo predominantemente composto de material muito fino, a “poaca”, como dizíamos.

O Maranhão venceu a batalha. E isso provou ser muito importante para o desenvolvimento do nosso estado e do Porto do Itaqui.

Imperatriz era ainda uma cidade pequena e me lembro que o campo de pouso da cidade era no centro e em frente a um colégio. Em seguida, já no governo de Pedro Neiva de Santana, ocupando o cargo de secretário de Viação e Obras, fiz um convênio com a Comara, do Ministério da Aeronáutica, para construir o aeroporto de Imperatriz. Era muito importante para a cidade ter um aeroporto de grande porte, pois isso facilitaria a vinda de investidores e grandes empreendimentos para Imperatriz e a colocaria como importante polo regional sua vocação natural.

Como ministro dos Transportes, com Sarney na Presidência da República, iniciamos a construção da Ferrovia Norte-Sul que, entre outras funções, ligaria por Imperatriz ao Centro-Sul do país. Logo tivemos um trem de passageiros diário entre Imperatriz e São Luís. Décadas depois já sabemos hoje que essa ferrovia estruturante vai permitir, inteiramente concluída, um forte eixo de desenvolvimento com grandes vantagens para a cidade.

Como fui vice-governador e governador, procurei contribuir muito com Imperatriz, levando para a cidade investimentos estruturantes, como o Centro de Convenções, a recuperação da importante área do centro da cidade, durante tanto tempo sujeita a enchentes, a chamada Lagoa da Covap, fazendo gigantescas obras de drenagem, que permitiram uma rápida urbanização dessa importante área municipal, hoje ocupada com grandes supermercados, edifícios e equipamentos urbanos muito importantes. Trabalhamos ainda na recuperação do Mercadinho Fritz, na modernização do Campus da UEMA com a construção de instalações dignas para a Universidade, na implantação da Polícia Judiciária com o IML, nos Centros Tecnológicos, na recuperação de importantes escolas de Ensino Médio, na pavimentação de quase toda o município, no Hospital do Câncer, nas maternidades e UTIS. E, além disso, construí a ponte sobre o Rio Tocantins, ligando a cidade aos estados do Tocantins e Pará. Não tivemos tempos de concluir toda a obra, mas a deixei irreversível, com toda a estrutura pronta, obra contratada e dinheiro em caixa para o que faltava fazer. A obra foi finalizada pelo governador Jackson Lago, que me sucedeu.

Foram tantas realizações que me permitem ter um grande orgulho de ter feito tudo o que a cidade merece. Tanto trabalho e dedicação contribuiu, decisivamente, para a transformação da Princesa do Tocantins em grande e importantíssimo polo de desenvolvimento regional que é hoje Imperatriz. Quando observo o que é Imperatriz hoje posso dizer que contribuí para isso, junto com tantos pioneiros que vindo de fora acreditaram e investiram.

Viva Imperatriz!

*José Reinaldo Tavares é deputado federal (PSDB), ex-governador do Maranhão e ex-ministro dos Transportes.