Júnior Marreca é condenado por improbidade e pode ficar inelegível

por Jorge Aragão

O deputado federal e ex-prefeito de Itapecuru Mirim, Antonio da Cruz Filgueira Junior, mais conhecido como “Junior Marreca”, foi condenado em duas ações civis públicas por atos de improbidade administrativa, às penas de suspensão dos direitos políticos pelo período mínimo de cinco anos; pagamento de duas multas civis no valor de R$ 144,5 mil e de R$ 149,5 mil; proibição de contratar com o Poder Público, direta ou indiretamente, pelo período de cinco anos; e ressarcimento integral dos danos discutidos nas duas ações, parte que já foi cumprida pelo ex-prefeito. A condenação é da juíza Laysa Martins Mendes, titular da 1ª Vara de Itapecuru-Mirim.

As ações civis públicas foram ajuizadas pelo Ministério Público Estadual (MPMA), afirmando que, no exercício financeiro de 2012, o município de Itapecuru-Mirim firmou convênios com o Estado do Maranhão, através da Secretaria de Esportes e Lazer, para construção de duas quadras poliesportivas no município, com a efetivação de repasses de R$ 145 mil e R$ 150 mil para as referidas obras.

Segundo o MPMA, tanto o município quanto a empresa contratada deixaram de executar a obra, tendo sido realizado apenas 4% em serviços preliminares, equivalente ao valor de R$ 5,8 mil. Por meio de extratos bancários, o MP apurou o desvio dos recursos, sem que a obra tenha sido executada, configurando ato de improbidade administrativa com prejuízo ao erário municipal.

Em sua defesa, o ex-prefeito afirmou que ordenou a suspensão da obra para evitar dano ao erário, em razão da constatação de sobrepreço; que houve movimentação financeira do convênio, em decorrência de fatos imprevisíveis que prejudicaram as finanças municipais, com vistas ao cumprimento de suas obrigações, em especial, o salário dos servidores, pelo que procedeu à transferência momentânea dos recursos do convênio para a conta única do Município, mas que depois houve a devolução dos recursos para a conta específica do convênio.

IMPROBIDADE – Segundo a sentença, restou demonstrado no processo que o gestor municipal, ao receber os recursos oriundos do convênio para a execução de obra pública, resolveu desviar os recursos para outra finalidade – o pagamento de outras despesas às quais estava obrigado o Município -, deixando de realizar o pagamento da empresa contratada para realização das obras.

A juíza ressaltou a submissão da Administração Pública ao princípio da legalidade – segundo o qual somente é permitido agir conforme autorização de lei; e as condutas que constituem atos de improbidade administrativa (Lei 8429/92), como enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e desobediência aos princípios da Administração Pública. “Ainda que restasse comprovado o motivo de ter suspendido o contrato administrativo celebrado com o executor, não caberia ao então chefe do Poder Executivo manejar os recursos públicos ao seu bel-prazer, sob qualquer justificativa não prevista no próprio termo do convênio”, observou a magistrada.

A juíza citou outros julgados em casos semelhantes, ressaltando o entendimento de que o direcionamento de verbas vinculadas à execução de convênios para finalidade diversa é ato que se enquadra nos dispositivos da Lei de Improbidade Administrativa. “O administrador não possuía discricionariedade em relação ao emprego da citada verba, posto que existentes dispositivos legais vinculando a aplicação do recurso à finalidade precípua que justificou o seu repasse pelo concedente”, frisou.

Após o trânsito em julgado, a sentença determina a inclusão do nome do ex-prefeito no Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Ato de Improbidade Administrativa (CNIA) do Conselho Nacional de Justiça – CNJ (Resolução nº 44 de 20 de novembro de 2007).

Crise entre Moto Club e FMF vai parar na imprensa nacional

por Jorge Aragão

A Federação Maranhense de Futebol vive em briga com um dos maiores clubes do Nordeste. Conflito que tumultua o torneio Estadual deste ano. O Moto Club de São Luís, segundo maior campeão do Estado (25 títulos), exige uma mudança da tabela, reclama de um diretor da entidade e insinua ser prejudicado. A federação descarta as queixas e acusa o presidente da agremiação de fraude.

O Moto Club entrou em 17 de novembro do ano passado com mandado de garantia no TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) do Maranhão. A reclamação era com o formato do torneio. O clube acusa o vice-presidente de competições da federação, Hans Joseph Nina Höhn, de falta de transparência na elaboração da tabela.

Hans Nina é ex-presidente do Moto Club e renunciou ao cargo em novembro de 2016 alegando problemas de saúde.

“O senhor Hans Nina não possui capacidade técnica para elaborar tabelas e regulamentos pois não possui formação de educador físico, única profissão apta a exercer tal função”, diz o texto da representação do clube, ao qual a Folha teve acesso.

Para apresentar o mandado de garantia, o Moto Club teria de pagar R$ 2 mil de taxas. O clube anexou comprovante de depósito ao entregar documento à Federação Maranhense de Futebol. De acordo com o presidente da entidade, Antônio Américo Lobato Gonçalves, no entanto, a quitação foi fraudada pelo presidente da agremiação, Celio Sergio.

“O documento é fraudulento. Fomos ao Tribunal de Justiça apresentar isso e foi verificado. O dinheiro não entrou na conta da federação. Nós não queremos criar conflitos entre os clubes, mas esse pagamento é uma fraude”, disse à Folha o mandatário da federação maranhense.

Na resposta da entidade entregue ao Tribunal de Justiça Desportiva, a federação foi ainda mais incisiva: “(…) uma tentativa grotesca do impetrante de levar estre tribunal ao erro, levando a instauração do procedimento sem sequer arcar com a parte que lhe cabe na ação”, diz o documento da entidade.

A federação ainda acusa o Moto Club de usar esse tipo de fraude de maneira “contumaz” e cita ação trabalhista ajuizada pelo jogador Diego Sousa Teles, em que teria acontecido a mesma coisa.

“O presidente do Moto Club veio aqui e pediu para a gente esquecer o assunto, que houve um erro. Eu ouvi e não disse nada. O presidente falou que viria hoje [quarta (3)] retirar o mandado de garantia. Até agora não aconteceu”, completa Antônio Lobato Gonçalves.

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Othelino assegura harmonia no comando da Assembleia Legislativa

por Jorge Aragão

Ao ser oficializado presidente da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (4), o deputado Othelino Neto (PCdoB) afirmou que vai conduzir a o cargo de forma harmoniosa, como vinha fazendo antes da morte do presidente Humberto Coutinho (PDT).

Após a formalização, que foi na sala da Presidência, Othelino disse que o ato foi discreto por conta da morte de Humberto e do próprio pai do novo presidente, Othelino Filho, há menos de um mês.

“Estamos ainda num momento de tristeza e muito pesar, com o falecimento do presidente Humberto, mas esse rito formal tinha que ser feito, mas como ele era sempre preocupado que a Assembleia continuasse seu ritmo e sua rotina, agora vamos dar prosseguimento ao belo trabalho que foi feito por ele. Não só internamente, mantendo a harmonia entre os deputados de diferentes correntes, que são marcas características de um Parlamento, mas trabalhando principalmente para ajudar a melhorar a vida dos maranhenses, porque é à população que devemos a maior satisfação”, garantiu.

Mudanças – O ato marcou também a efetivação de Fábio Macedo no cargo de 1º vice-presidente; Josimar de Maranhãozinho (PP) na 2ª vice e Adriano Sarney (PV) na 3ª vice, por ordem de sucessão natural, deixando em aberta a 4ª vice-presidência. Os três fizeram também referência à memória de Humberto Coutinho e desejaram sucesso ao novo presidente, no ato que marcou a posse de todos, com a presença de deputados, familiares e amigos.

” Assumimos o cargo com o compromisso de continuar o legado deixado por Humberto aqui na Assembleia Legislativa e em todo Maranhão. Vamos dar seguimento ao trabalho inspirado na competência, honestidade e sensibilidade deste homem que foi um grande líder e é um exemplo de caráter e integridade a ser seguido”, destacou Fábio Macedo, novo vice-presidente.

A solenidade marcou também a efetivação de Rafael Leitoa (PDT) como deputado estadual, já que ele era o primeiro suplente da coligação que elegeu Humberto Coutinho, e da posse do primeiro suplente Fernando Furtado (PCdoB), porque o titular Neto Evangelista continua como secretário estadual.

Do mesmo ato que marcou o procedimento administrativo para oficializar a condução do presidente Othelino Neto, participaram o governador em exercício, Carlos Bandão, os deputados federais Zé Reinaldo e André Dantas, o secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, e vários deputados da Casa, além de outras autoridades.

Presenças – Othelino Neto agradeceu a presença das autoridades e fez deferência ao governador em exercício. Carlos Brandão desejou “sucesso ao amigo e parceiro, que vamos continuar andando de mãos dadas”, como foi na gestão do Humberto.

Outro que desejou sucesso ao novo presidente foi o deputado federal Zé Reinaldo. “Vim prestigiar a posse do amigo Othelino, mesmo nesse momento triste, mas a vida tem que continuar, e desejar sucesso muito grande e contribuir para o sucesso de sua gestão”, garantiu. O deputado André Fufuca fez votos na mesma linha e assegurou que Othelino tem condições de fazer um trabalho à altura do executado por Humberto Coutinho.

Coletiva – Após o ato na Presidência, Othelino concedeu entrevista coletiva no Plenarinho, acompanhado pelos deputados Cabo Campos, Glaubert Cutrim, Fernando Furtado, Stenio Rezende e Rafael Leitoa.

Ele respondeu a várias perguntas, sobre diversos tópicos, como a escolha do 4º vice-presidente, que se dará após o início dos trabalhos legislativos, em fevereiro. Disse também que vai manter harmonia entre os poderes, mesmo nesses momentos de crises financeira, política e até institucional do país.

Pediu paciência e compreensão aos colegas de plenário, nesse momento de efetivação no exercício da Presidência. “Mas vai ser difícil fazer um trabalho à altura do que foi realizado por Humberto”, afirmou.

Flávio Dino segue atacando Sérgio Moro em defesa de Lula

por Jorge Aragão

Mesmo de férias fora do Maranhão, quem sabe até do Brasil, o governador Flávio Dino segue, desnecessariamente, atacando o juiz Sérgio Moro na defesa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Recentemente Flávio Dino criticou o juiz Sérgio Moro em entrevista a Folha de São Paulo (reveja). O curioso é que o comunista sempre age da mesma forma, quando alguém pensa igual a ele, é fenomenal, mas quando atinge seus interesses, passa a ser alvo de seus ataques.

Nesta quinta-feira (04), Flávio Dino utilizou as redes sociais para criticar a decisão do juiz Sérgio Moro, no caso do polêmico Triplex de Guarujá envolvendo o ex-presidente Lula. Veja abaixo.

As declarações do governador geraram polêmica e Flávio Dino foi alvo de duras críticas. O Blog publica apenas algumas, das inúmeras postagens criticando a postura do comunista de atacar o juiz federal Sérgio Moro em defesa de Lula.

Apenas um doutrinador esquerdista… Que usa a máquina governamental para impor suas convicções políticas…Nada mais. Totalmente parcial!!

Eu não consigo acreditar na sua capacidade de defender bandido. A propósito, o senhor como juiz federal conseguiu condenar algum bandido? #RidículoFD!

Prezado governador favor largue osso do Lula dentro do processo. Vá trabalhar no estado Maranhão que povo precisa de hospital, educação e trabalho. Lembrando que o povo votou e cumpre a sua promessa e chega de criticar aos juízes e vc não tem nada a ver. Deixa Lula se virar.

Ele foi eleito pra governar ou magistrar? Tá certo que tanto numa coisa como na outra ele faz bosta..Mas melhor fazer uma merda só do que duas kkkkkkkk

Incrível ver uma pessoa “abrir mão” da própria inteligência em nome de uma ideologia derrotada!😪 Por isso tu não te reelegerá, Flávio.

O engraçado é que os únicos juristas que falam a verdade são os que defendem Lula… O outro lado é político. Interessante isso… Um Juiz Federal, Desembargadores, Ministros do Stj e Stf, todos negando liminares e recursos de Lula e quem sabe de tudo é o governador do Maranhão.

Toma vergonha na cara seu safado, as dezenas de depoimentos de pessoas que atuaram neste esquema, muitos se auto incriminando são irrefutáveis.

Continua defendendo essa corja, para ver onde vc vai parar, deixe os bandidos com justiça, vá cuidar do do povo do seu estado, preocupe-se mais com a segurança, saúde e educação do seu eleitorado.

Vc não deve ter o que fazer? Teu estado não tem nenhum problema? Faz isso larga p governo deixa o vice governa. Vai pra São Paulo ajudar o advogado do Lula! Mas abre mão de seus benefícios….

Depois ninguém sabe porque é um dos Estados mais fodidos do país, olha a ideia de quem comanda o estado

Lembrando que o julgamento de Lula em 2ª Instância, e que pode lhe tornar inelegível, acontecerá no dia 24 de janeiro.

É aguardar e conferir.

Um constrangimento desnecessário

por Jorge Aragão

Por Abdon Marinho – ALGUÉM que integre o governo estadual, seja aliado ou simplesmente adulador, desde que possua um mínimo de pudor deve estar constrangido em ver suas maiores autoridades apanhadas numa situação tão vexatória e infantil.

Falo do descabido festejo a um suposto ranking do site G1, da rede globo, colocando o governador Maranhense como o maior cumpridor de promessas feitas em campanhas eleitorais.

A informação não era verdadeira. Os integrantes do governo, seus aliados, militantes e mesmos jornalistas simpáticos a administração comunista sabiam que a informação era furada – se não sabiam, pior, pois revela total falta de compromisso com o que divulgam.

Pois bem, embora soubessem (ou deveriam saber) que o ranking do G1 não correspondia a verdade trataram elevar a última potência a máxima de Rubens Ricupero – segundo a qual deve-se esconder as coisas ruins e ampliar as boas –, e partiram para a “ocupação” das redes sociais, mídias eletrônicas e impressa para difundir a informação de que o senhor Dino seria o governador mais realizador do Brasil.

Não bastasse secretários, aliados ou aduladores, o próprio governador entrou em campo para difundir a patranha. Um vexame. Não se deram o trabalho sequer de examinar o conteúdo do ranking divulgado.

Se tivessem feito um exame, mesmo superficial, teriam percebido era baseado em apenas 37 propostas de campanha e não nas 65 registradas perante a Justiça Eleitoral e que está à disposição de qualquer um no site no Tribunal Superior Eleitoral, na ferramenta “DivulgaCand”.

O equívoco do site, parece, vem sendo cometido desde a primeira versão da “pesquisa”.

Se tivessem examinado com cuidado teriam percebido que o G1 não apenas suprimira mais de um terço da avaliação quanto deixara de fora propostas feitas em programas de rádio e televisão. Um exemplo: o governador prometeu transformar a MA 006 na rodovia de integração do Maranhão. Quem não sabe essa rodovia vai de Apicum-Açu, no norte, a Alto Parnaíba, no extremo sul do estado, algo em torno de 1.251 km.

Desta rodovia, salvo melhor juízo, asfaltaram o trecho entre Pedro do Rosário e Zé Doca. Não tenho conhecimento de quaisquer outras obras na MA no sentido torná-la a rodovia de integração do estado, por onde deveria circular toda nossa riqueza. Se tivesse tempo, e dinheiro, até tentaria sair de Apicum-Açu para tentar chegar a Alto Parnaíba usando a tal rodovia de integração.

Aliás, de obra de infraestrutura constante do ranking do G1, que é o que realmente onera as contas públicas, apenas uma: garantir o abastecimento de água a todos os maranhenses.

Mesmo esta única proposta na infraestrutura não foi cumprida na totalidade. A falta de água é presente em todo o estado, e mesmo capital padece da falta d’água. Comunidades inteiras, em plena capital, são abastecidas em dias, às vezes em intervalos até maiores. Na capital.

O que dizer dos longínquos povoados ou zona rural?

Nem devemos falar em saneamento básico. Este mesmo é que não existe.

Não entendo se por ingenuidade, má-fé ou mesmo pela pura e simples tolice, tenham dado amplitude e tentado faturar politicamente com o ranking fajuto do G1.

Vejam, quando digo que o ranking é fajuto, não o faço no sentido de desmerecer, mas apenas e tão somente, por entender não tem qualquer lógica você comparar situações distintas: propostas diferentes, pesos diferentes, quantidades diferentes e colocar num ranking. Não é razoável.

Um exemplo: um governador que prometeu mais obras estruturantes e menos medidas de fácil solução, certamente este será mais mal avaliado, pois as condições da economia não tem permitido muitas obras assim, ainda que tenha feitos obras importantes e impactantes para seu estado.

O governo do Maranhão foi avaliado em 37 promessas, das quais segundo o ranking cumpriu 22 (que estão sendo questionadas pela oposição, que afirma que promessas como o “promunicípio” apenas, para citar um exemplo, não existe).

As promessas cumpridas, contando com as questionadas e sem considerar as promessas de palanque, como a MA 006, representa, apenas pouco mais de um terço do que foi registrado no TSE.

Como vamos dizer que isso é mais que o realizado pelo governo de São Paulo, que das 68 promessas avaliadas, já cumpriu, integralmente, 34 promessas, ou seja, metade.

Nessa matemática um terço é mais que metade?

Sem contar que são realizações que estão bem distantes da nossa realidade pelos valores e impactos envolvidos.

E vão dizer: não podemos comparar São Paulo com MARANHÃO. É certo.

Assim como não podemos comparar outras situações.

O que quero dizer com isso é que esse ranking é absolutamente arbitrário e que não poderia ter sido levado a sério por pessoas com um mínimo de discernimento. Pareceu-me algo bem próximo de uma tentativa de imbecilização das pessoas.

Por fim, causa-me estranheza que as autoridades maranhenses tenham tentado “faturar” politicamente com algo tão fácil de ser desmoralizado.

Um constrangimento desnecessário.

Abdon Marinho é advogado.

Veto a Pedro Fernandes: as versões de Joaquim Haickel e Cláudio Humberto

por Jorge Aragão

 

Por Joaquim Haickel – Pedro Fernandes se elegeu vereador de São Luís em 1992, vaga que antes era ocupada por seu irmão, Manoel Ribeiro, que foi inclusive presidente da Câmara Municipal da capital, e naquele momento era deputado estadual, e iniciava ali sua brilhante trajetória política.

Mas essa história remonta mesmo os idos do ano de 1993! Tudo começou quando impuseram aos deputados e à Assembleia Legislativa do Maranhão, durante 10 anos, o nome de Manoel Ribeiro como presidente do legislativo estadual. Uma hora os nossos erros voltam para nos assombrar!

Em 1998, depois de duas eleições consecutivas de Manoel como presidente da ALM, Pedro disputa e ganha um mandato de deputado federal, cargo que ocupará por cinco mandatos sucessivos, até que, sabiamente, passará o bastão para seu filho, Pedro Lucas, em 2019.

Até aí tudo está certo, translúcido e completamente bem explicado e entendido.

Os Ribeiros sempre foram aliados do grupo liderado por José Sarney, mesmo que o mando deste grupo tenha sido exercido por sua filha Roseana nos 14 anos em que ela foi governadora do Maranhão.

Para Roseana era muito cômodo que Manoel Ribeiro controlasse a Assembleia Legislativa e os deputados, para isso deu a ele todo o poder necessário para tanto.

Pedro Fernandes sempre foi reconhecidamente um político mais bem preparado que seu irmão mais velho e logo impôs um estilo próprio. Engenheiro, bem versado e mais culto que o irmão, era tecnicamente mais capaz de assumir tarefas burocráticas. Já Manoel, passado na casca do alho, sempre foi um político mais arguto, mais afeito ao jogo dos bastidores da política. Era indiscutivelmente aquilo que se chama de uma raposa felpuda da política maranhense de seu tempo.

Quatro momentos da trajetória de Pedro Fernandes foram os pontos altos de sua vida pública. Quando se elegeu vereador, foi um excelente vereador. Quando se elegeu Deputado e novamente teve boa atuação. Quando foi indicado secretário de Educação por Roseana Sarney e agora quando teve seu nome indicado para ser ministro do trabalho.

A política é um sacerdócio. Uma ocupação parecida com a dos homens que dedicam sua vida a Deus. Os médicos de antigamente tinham essa mesma característica. Dedicavam-se à sua função de corpo e alma. Na política deve ser assim. Se você não se dedicar integralmente a ela, ela lhe falta. Se bem que para ter sucesso em qualquer setor essa máxima se aplica.

Quando a direção nacional do PTB indicou o nome de Pedro Fernandes para ministro do trabalho, o fez por ver nele um quadro capaz de desenvolver o trabalho de sustentação que o partido precisava para suas políticas. Ocorre que Pedro deveria primeiro fazer o dever de casa e ele não fez!

Aprende-se cedo na política que atitudes falam mais alto que o som de nossa voz. Sabendo da amizade de Zé Sarney com o Presidente Temer, Fernandes tinha obrigação de saber que o presidente da República pelo menos consultaria o ex-presidente, líder inconteste do estado do futuro ministro, sobre o fato de indicar um político de seu estado, sabidamente seu amigo, para um cargo tão importante, ainda mais pelo fato desse amigo estar vinculado a um adversário não só do ex-presidente, mas a alguém que recorrentemente chama Temer de golpista e ilegítimo!

Ora bolas, é ter muito pouca capacidade de entendimento do cenário político! Como é possível querermos que as coisas venham a acontecer como se deseja, trabalhando no sentido contrário!?

Já que Fernandes está agora alinhado a um governador, adversário do homem que vai nomeá-lo, o certo a fazer neste caso, deveria ser, de comum acordo com o governador, estabelecer que o mais importante neste momento seria garantir sua nomeação, coisa que seria bom para todo mundo. Todo mundo mesmo! Não dá para apagar incêndio com gasolina. Numa situação dessas o velho Manoel se sairia muitíssimo bem, já Pedro não é tão bom nisso.

Ao tentar demonstrar uma lealdade subserviente ao governador, Pedro pediu para não ser nomeado Ministro. Lealdade é a maior das qualidades de um político, desde que ela não seja capachilda, desde que ela aconteça de maneira livre e independente, caso contrário é pura dependência, imposição.

Tenho certeza que Zé Sarney não foi consultado pelo PTB ou pelo presidente Temer sobre a indicação de Pedro Fernandes para o ministério. Estive com Sarney no dia da indicação e ele comentou comigo que seria uma coisa muito boa para o Maranhão ter dois ministros novamente, ainda mais sendo Pedro.

Tenho certeza que ele não pegou o telefone para vetar o nome de Fernandes. O que ocorreu é que as declarações atabalhoadas de Pedro e as repercussões delas, muitas de forma bastante maldosa, aproveitando-se da inabilidade do deputado neste caso, fizeram não só Temer, mas o próprio PTB nacional repensar a indicação. Dar um ministro para um adversário, em meio a uma batalha política como a das reformas e a condução do país em meio a toda essa crise, é uma temeridade.

Pedro deveria ter ficado calado, consolidado seu nome e esperado ser nomeado. Não precisava trair Flávio Dino, só não podia ser subserviente a ele. Este fato prejudicou inclusive o próprio governador do Maranhão, que acabou não tendo um ministro ligado a si!

Depois do caldo derramado resolveram fazer o que os políticos fazem toda vez que não têm coragem de reconhecer seus erros: “Isso é coisa do Sarney!”

Não meto a minha mão no fogo por Zé Sarney, exatamente por saber que ele é o maior e o melhor político, mesmo sem mandato eletivo, ainda em plena atividade no Brasil, mas posso garantir que a maioria das coisas que as pessoas atribuem a ele, é obra da incapacidade das próprias pessoas de fazerem o que devem ou pelo fato de terem feito o que não deveriam.

Com perdão da má comparação, acontece em relação a Sarney a mesma coisa que acontece em relação a Deus e ao Diabo. Grande parte dos milagres creditados a Deus e dos flagelos debitados ao Diabo, ocorrem por obra e graça da nossa incapacidade de fazer o que deveríamos.

PS1: Depois de reler e revisar o texto acima, cheguei a conclusão que não vai adiantar que se diga e até mesmo que se prove que Sarney não vetou o nome de Pedro Fernandes, pois muitas pessoas não vão acreditar nisso. Porém uma coisa é certa, se Pedro Fernandes tivesse agido de outra maneira, da forma politicamente correta, uma hora dessas, ele seria ministro do trabalho.

PS2: Já imaginaram se o PTB nacional, comandado por Roberto Jeferson, que detesta Flávio Dino e o PC do B, obrigasse o partido no Maranhão a não se coligar com o governador!? Pedro Fernandes estaria no mato sem cachorro, pois a uma altura dessas o grupo Sarney não o receberia de volta!

PS3: A sobrevivência política de Pedro Fernandes e a eleição de seu filho, o promissor Pedro Lucas, independe de sua vinculação com esse ou aquele grupo político, comandado por este ou aquele cacique, seja ele detentor efetivo do poder formal ou não.

PS4: Acabei de lembrar do que minha mãe me dizia, quando eu era ainda bem pequeno: “Dizes com quem andas, que te direi quem és”.

 

Restabelecendo a verdade dos fatos

por Jorge Aragão

De O Estado – O governador Flávio Dino (PCdoB) e seus principais aliados na imprensa escamoteiam Informações e disseminam nas redes para dar a falsa impressão de que um levantamento do G1, divulgado nesta semana, teria atestado o cumprimento de 92% das promessas de campanha feitas em 2014.

De acordo com o levantamento do portal de notícias nacional, de 37 itens avaliados, o governo já cumpriu totalmente 22 propostas. Outras 12 foram apenas em parte cumpridas e três não foram cumpridas.

“Site de notícias G1 reforça a prestação de contas diária que faço aqui. Com o trabalho disciplinado da nossa equipe, já cumprimos 92% do nosso programa de governo, melhor percentual nacional. E temos muito mais a fazer no futuro, com um novo programa”, apressou-se em comemorar, no Twitter e Facebook, o governador.

O que ele não disse, contudo, é que seu programa de governo, registrado em cartório e entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão, no dia 3 de julho de 2014, contém 65 propostas, não apenas 37.

O número exato foi informado pela própria mídia comunista naquela ocasião, com destaque para publicação no Portal Vermelho, site de notícias vinculado ao PCdoB.

“Programa de Governo, registrado […] no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pela Coligação Todos pelo Maranhão, tem 65 pontos bastante claros e objetivos. Eles fazem parte das Propostas para um Maranhão com Desenvolvimento e Justiça Social”, dizia a publicação do site.

Na mesma ocasião, o próprio Flávio Dino comentou a entrega do plano de governo. E também fez questão de pontuar o número de promessas registradas.

“Destaco a mobilização intensa da sociedade em torno das propostas que nós apresentamos. São 65 propostas capazes de impulsionar o novo ciclo de desenvolvimento e justiça social para todos os maranhenses”, disse o agora governador.