Aparentemente até sem motivos, e de maneira surpreendente, os comunistas acusaram o golpe do anúncio da candidatura da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) ao Governo do Estado. Mesmo com todos os gestos do governador Flávio Dino (PCdoB) em direção ao ex-presidente Lula, os comunistas não demonstram confiança de que o petista fique com ele a partir da candidatura de Roseana.

De fato, a relação entre Lula e Flávio Dino – formal, burocrática, meio que oficialesca, apesar dos discursos de esquerda parecidos – é totalmente diferente da relação que o petista mantém com Roseana, algo descontraído, próximo, efusivo e natural, que torna orgânica a movimentação dos dois pelo interior maranhense.

É preciso deixar claro que não houve qualquer manifestação de Lula em apoio a Roseana e nenhum gesto dela para ter o petista em seu palanque. Mas o simples histórico da relação das duas lideranças foi o suficiente para deixar os comunistas com uma espécie de pulga atrás da orelha desde a semana passada, temor que só piorou com o anúncio da pré-candidatura da comunista Manuela D’Ávila a presidente.

Roseana Sarney sabe do atrelamento do PT maranhense ao governo Flávio Dino – sobretudo após a eleição do seu presidente estadual, Augusto Lobato, fortemente submisso às diretrizes comunistas e empregado do Palácio dos Leões. Mas sabe também que Lula mantém uma relação de mera tolerância com o governador comunista. E isso é suficiente para mostrar a insegurança do governador com a sua candidatura.

Estado Maior