O mês de setembro na Assembleia Legislativa tem sido marcado pela falta de entendimento total entre governistas e oposicionistas para a apreciação das votações da pauta diária, ou seja, na apreciação da Ordem do Dia.

Os governistas, na maioria das vezes sem número suficiente, querem aprovar as inúmeras medidas provisórias encaminhadas pelo incoerente governador Flávio Dino, enquanto que a Oposição tenta obstruir as votações, mesmo que concorde em algumas com o mérito, para demonstrar sua insatisfação com o desrespeito do Executivo com o Legislativo, justamente pelo número absurdo de medidas provisórias.

O embate, apesar de fazer parte da política, tem deixado as sessões ordinárias enfadonhas, e o pior é que a “corda deve seguir sendo esticada”, já que um acordo, pelo menos nesse momento, parece improvável.

Só que na sessão de terça-feira (19), o deputado estadual Marco Aurélio, que parece não compreender o tamanho do cargo que ocupa, conseguiu encontrar uma justificativa pífia e no mínimo bajuladora para justificar a quantidade de medidas provisórias encaminhadas pelo governador Flávio Dino a Assembleia Legislativa.

Enquanto oposicionistas questionavam o atropelo e o desrespeito com a Casa do Governo Flávio Dino, que já encaminhou mais medidas provisórias que projetos de lei, o deputado comunista, imaginando que ainda estava num debate de grêmio estudantil, saiu com a seguinte afirmação:

“Desde a semana passada, a mesma história, o mesmo mimimi. É o mimimi da MP, não pode Medida Provisória. Ora, quem decide se é Medida Provisória ou se é Projeto de Lei é o Chefe do Executivo. Se alguém aqui quer ter essa prerrogativa, tenha 2 milhões de votos que aí vai ter a prerrogativa de decidir se vai ser MP, se vai ser Projeto de Lei, o que vai ser. É simples assim”, afirmou Marco Aurélio.

Além de demonstrar uma submissão incrível, o parlamentar parece que tem memória curta. Flávio Dino, enquanto deputado federal chegou a lançar um livro criticando o instituto da Medida Provisória (reveja).

O que é o deputado Marco Aurélio deveria entender é que a população votou em Flávio Dino, assegurando esses dois milhões de votos a ele, justamente por aquilo que ele pregava e prometia, não pelos desmandos que está cometendo hoje.

Agindo assim, fica apenas evidenciado um estelionato eleitoral, afinal pregava algo antes de se eleger, justamente para ganhar esses dois milhões de votos, mas depois de eleito faz algo bem diferente do que afirmava.

Sendo assim, por mais que tenha que cumprir seu papel de deputado governista, até para garantir suas emendas parlamentares, o deputado Marco Aurélio precisa, no mínimo, ter um pouco de equilíbrio e bom senso.

Ou seja, era melhor ter ficado calado, do que apresentado uma justificativa imatura, pífia e fútil para a quantidade de medidas provisórias .