Neste domingo (07), a maioria dos Estados brasileiros irá conhecer os seus respectivos campeões estaduais de futebol, mas no Maranhão, infelizmente, a realidade é bem diferente.

Apesar de termos tido mudança no comando do futebol maranhense, a bagunça e o descrédito para com o nosso futebol continuam o mesmo. A Federação Maranhense de Futebol continua dando exemplos de como não se fazer um futebol com seriedade e credibilidade.

Por conta de um regulamento pífio, esdrúxulo e com dúbia interpretação, o Campeonato Maranhense de 2017 foi parar na Justiça Desportiva. A cada dia uma nova decisão do TJD ou STJD, tem apenas enlameado ainda mais o já combalido futebol do Maranhão e com isso levando prejuízos enormes para os clubes e torcedores.

O Cordino, que já foi o campeão do 1º Turno e único assegurado na decisão do 2º Turno, chegou a se deslocar de Barra do Corda para São Luís para fazer o segundo jogo da final do 2º Turno contra o Sampaio, quando o TJD deu ganho de causa ao Moto Club e cancelou a partida. Quem arcará com essa despesa de deslocamento e hospedagem do Cordino?

O Moto por sua vez também viajou a Barra do Corda para enfrentar o Cordino neste fim de semana. Só que a partida foi suspensa por uma liminar do STJD. Quem bancará as despesas do Moto com deslocamento e hospedagem?

O Sampaio também jogou e empatou com o Cordino em Barra do Corda em uma partida que pode não ter tido validade alguma. Quem arcará com esses prejuízos?

E os torcedores, esses os mais prejudicados. Os torcedores de Sampaio e Cordino que pagaram e assistiram a um jogo que pode não ter validade alguma. Os torcedores do Moto que se deslocaram até Barra do Corda para acompanhar uma partida que não aconteceu. Quem será responsabilizado por essa presepada?

Tudo isso acontecendo diante de uma Federação Maranhense de Futebol inerte e inoperante, que apenas ajudar a denegrir a imagem do nosso futebol. A FMF parece cruzar os braços e transferir responsabilidade, pela sua total incapacidade, para a Justiça Desportiva resolver.

Os torcedores devem buscar os seus direitos, precisam ser ressarcidos dessa presepada, podem e devem denunciar o fato ao PROCON, que diga-se de passagem, já poderia ter agido em defesa dos torcedores, os consumidores nesse caso.

Já os clubes, infelizmente coniventes e coadjuvantes dessa patacoada, parecem não ter força para se rebelar diante de tamanho absurdo.

Sendo assim, o torcedor maranhense precisará aguardar para saber quem efetivamente irá decidir o 2º Turno contra o Cordino. O episódio é apenas mais um empurrão para que o torcedor maranhense fique em casa, no conforto do seu lar, ao lado de sua família e amigos, acompanhando as demais decisões estaduais pela televisão, se afastando cada vez mais dos estádios e do futebol maranhense.

Isso sem falar que o Governo Flávio Dino destinou dinheiro público ao Campeonato Maranhense. O patrocínio foi de R$ 1,8 milhão para o futebol maranhense, mas apenas a metade ficou com os clubes, pois a outra metade ficou com a Federação Maranhense de Futebol e com a TV Difusora, que deveria ter transmito os jogos da competição, algo que jamais aconteceu.

E assim segue o futebol maranhense, cada vez mais próximo do fundo poço, e o pior é que esse poço parece não ter fundo.