É com profunda indignação que vejo insinuações a respeito da minha atuação nos conflitos ocorridos no dia 30 de abril, na cidade de Viana, envolvendo produtores da região e pessoas que se identificam como indígenas da etnia Gamela. Diferente das absurdas insinuações que estão lançando contra mim, venho há mais de 1 (um) ano tentando conciliar e fazer com que os órgãos competentes atuem na questão. E tenho documentos que comprovem os pedidos de intervenção, diferente das criminosas, levianas, mentirosas e covardes “especulações” lançadas contra nossa postura nessa questão.

Ressalto que, desde que tomei conhecimento do problema na região – por entender a gravidade da situação, tenho atuado de forma proativa no sentido de cobrar das autoridades competentes uma solução para a situação de conflito na região. Ao longo do período, estive com a Presidência da Funai cobrando providências, assim como em audiência com o Ministro da Justiça.

No entanto, as medidas esperadas dos respectivos órgãos não foram tomadas. Os desdobramentos desse conflito de terras eram previsíveis e as autoridades estaduais e federais se omitiram do caso. Infelizmente, ocorreu uma tragédia para que a devida atenção fosse dada ao caso pelas autoridades responsáveis, tanto na instância federal quanto estadual.

Durante minha vida profissional na Polícia Federal atuei em várias operações de proteção às comunidades indígenas, a exemplo da retirada de garimpeiros da reserva Yanomani em Roraima e na proteção dos índios Awá-Guajá na reserva do Alto Turi, que estavam ameaçados e perseguidos por madeireiros. Tenho o maior respeito pelos indígenas brasileiros e defendo sua proteção quando ameaçados e vulneráveis.

A minha trajetória profissional reforça que não participaria, nem incentivaria qualquer ação criminosa contra índios ou qualquer outra comunidade. Ao contrário, há mais de 01 (um) ano estou, incansavelmente, alertando as autoridades – instância federal e estadual – para a gravidade do problema pelo qual passa a região de Viana.

Sobre a reunião, ocorrida no último dia 30 de abril, com a comunidade afetada na região, a mesma ocorreu na presença de uma equipe da Polícia Federal. A solicitação da presença de agentes federais foi feita por mim, junto ao Ministro da Justiça, para garantir à segurança e pacificação na área. Portanto, seria, no mínimo, contraditório e incoerente afirmar que, de alguma forma, alguém faria qualquer ato ilegal de incitação ao conflito na presença dos policiais federais.

Minha atuação na Câmara tem sido pautada pela ética, transparência e respeito às Leis e à Constituição. Sendo assim, tais ilações não irão me distanciar do propósito de encontrar uma solução definitiva e pacífica para o conflito. Em respeito à sociedade, reafirmo que não deixarei de cobrar das instituições responsáveis e denunciar, sempre que necessário, as omissões até aqui perpetradas. Me coloco à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.

São Luís, 02 de maio de 2017.
ALUISIO MENDES