O grande volume de chuvas registrado ontem em São Luís de ontem para hoje (02) trouxe novamente à tona um dos maiores problemas que a capital enfrenta há muitos anos: o descarte irregular do lixo. Somente nesta madrugada, choveu 16,5% do que era esperado para o mês de março inteiro, de acordo com a meteorologia. E com tanta água, os problemas vieram rapidamente: alagamentos e inundações em alguns bairros. Só que o vilão da história não é a chuva, tampouco o poder público – mas sim, o lixo depositado pela própria população em locais incorretos.

A força da enxurrada leva todo o lixo, que acaba se depositando nas galerias e nos bueiros das ruas e avenidas da cidade. O poder público tem dado atenção ao problema: a coleta de lixo funciona regularmente na cidade, as obras de drenagem, com a construção de canais e galerias, também tem sido feitas para garantir o escoamento correto das águas pluviais. Há tempos São Luís não via um volume tão grande de obras nesse sentido.

As galerias, conforme a Prefeitura tem divulgado, passam por limpeza semanal – um serviço que é reforçado nos meses de chuva. E os materiais retirados desses locais são os mais diversos: além de lixo doméstico, árvores e móveis velhos também já foram retirados das galerias. Na Rua dos Azulões, um dos pontos de alagamento registrados ontem, a Prefeitura retirou uma grade de ferro, de grandes dimensões. Em outras limpezas já realizadas, foram encontradas várias pedras, também dificultando a passagem da água.

As sobras de materiais de construção, jogadas por algumas empresas a um canto de uma calçada, podem, no momento, não significar um grande problema. Aquela sacola de plástico jogada pela janela do ônibus, por exemplo, é um ato aparentemente inocente para alguns.

Mas é preciso ter consciência: a inocente sacola, somada a mais sacolas, mais copos descartáveis, pedaços de móveis e eletrodomésticos e entulhos jogados nas ruas e avenidas, são a raiz de um acúmulo absurdo de sujeira, que cedo ou tarde a natureza devolve. E, no fim, a maior prejudicada na história toda é a própria população que joga o lixo em locais inapropriados.

Sendo assim, precisamos continuar sim cobrando mais ações do poder público, mas é preciso que também façamos a nossa parte.