EdilazioeAdrianoDe O Estado – A bancada de oposição na Assembleia Legislativa reiterou ontem a cobrança para que o governador Flávio Dino (PCdoB) solicite do Ministério da Justiça o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública para reforçar o policiamento ostensivo no Maranhão.

Os pedidos vieram no mesmo dia em que o deputado Adriano Sarney (PV) garantiu a publicação, look no Diário Oficial da Casa, for sale de uma indicação ao comunista para que ele acione o MJ e formalize um pedido de apoio federal.

No debate que trava com os oposicionistas, a bancada aliada ao Executivo vinha sustentando que não há necessidade de convocação de forças externas e que, no ano passado, houve momentos de maior tensão e, mesmo assim, a gestão anterior não chegou a pedir a vinda da Força Nacional.

A informação dos governistas, no entanto, foi desmentida por um documento a que a oposição teve acesso, confirmando que em setembro de 2014 a então governadora Roseana Sarney (PMDB) encaminhou expediente ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, solicitando a permanência de tropas federais no Maranhão, durante a crise no sistema carcerário.

Para o deputado Adriano Sarney, o primeiro a propor a vinda de tropas federais para o Maranhão, a motivação para a recusa do Governo do Estado de atender à sugestão é política.

Ele sustenta que, atualmente, o maior problema da segurança no estado é de efetivo e que a vinda de homens da Força Nacional diminuiria o déficit de policiais nas ruas.

“O maior problema hoje da segurança estadual é o efetivo, isto foi admitido pelo próprio governador e pelo secretário. A Força Nacional seria uma solução objetiva a curto prazo até que as nossas polícias se estruturem. Este é o argumento irrefutável das proposições que apresentei na Assembleia. Não existem motivos, nem argumentos, a não ser de cunho político, para o governador não solicitar o apoio federal no policiamento ostensivo. Não é demérito algum solicitar ajuda federal. Não pedir é que é ser irresponsável.”, disse.

ANDREAMURADNOVAIntolerável – Na avaliação da deputada estadual Andrea Murad (PMDB) a falta de segurança “extrapolou o limite do tolerável”. “Mas o governo não se deu conta disso”, declarou. Ela endossou o posicionamento de Adriano Sarney, de que não é demérito para a gestão admitir problemas na segurança pública e solicitar ajuda do Governo Federal.

“Não vejo ser motivo de vergonha admitir a necessidade da Força Nacional para desenvolver operações ostensivas à criminalidade em nosso estado, de forma planejada e eficiente. Isso seria, sim, demonstrar preocupação e cuidado com o povo”, completou.

Em discurso na segunda­feira, o líder do governo na Assembleia, deputado Rogério Cafeteira (PSC), destacou que desde o início deste ano a PM já registrou 1.181 prisões e fez o encaminhamento dos presos para o Sistema Penitenciário do Estado.

Governo Roseana – Um documento assinado pela ex­governadora Roseana Sarney (PMDB) a que a bancada de oposição teve acesso na tarde de ontem derrubou o argumento dos governistas de que na gestão passada houve momentos de maior tensão no sistema de segurança pública do Maranhão e o Executivo, mesmo assim, não pediu auxílio do Governo Federal.

Documento assinado pela peemedebista no dia 12 de setembro comprova que naquela data, em virtude da manutenção do clima de insegurança no sistema carcerário, o Governo do Estado solicitava do Ministério da Justiça a prorrogação, por mais 90 dias, de tropas da Força Nacional que já estavam no Maranhão após em virtude de acordo de cooperação com o governo Dilma Rousseff (PT).

Na ocasião, a ex­governadora alertava para a necessidade de manutenção do efetivo no sistema prisional em virtude da inauguração do Presídio São Luís III (PSL III), em Pedrinhas, e da transferência de presos perigosos para a unidade. Havia receio de rebeliões.

“Com a chegada de 12 detentos, chefes de facções criminosas existentes no Estado, estes resistem à sua transferência para o novo presídio, onde terão de submeter­se às rotinas penitenciárias semelhantes às das unidades prisionais federais”, argumentava Roseana para embasar a solicitação.

O deputado Edilázio Júnior também reforçou a tese da Força Nacional e declarou que o Governo está sendo irresponsável e questionou a decisão do Governo Flávio Dino. “Estão colocando zelador para fazer papel de polícia, por que não colocar a Força Nacional?”.