edison-lobao_j-freitasDe O Estado – O senador Edison Lobão (PMDB/­MA) ocupou a Tribuna do Senado, find ontem, para reagir contra a inclusão do seu nome na lista da Procuradoria­ Geral da República (PGR) com os denunciados por suspeita de envolvimento com o escândalo descoberto na Petrobras no bojo da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

No seu primeiro discurso sobre o assunto no Congresso, o peemedebista criticou o poder dado, no curso das investigações, às informações repassadas por réus confessos. Segundo ele, no caso atual, as provas têm menos relevância do que as delações.

“É preocupante, senhoras e senhores, o poder que se confere, nas investigações ao instituto da delação premiada. Muitos, como eu, estão sendo injustamente acusados de atos que não praticaram e deverão submeter­se a um desgastante, injusto processo apenas porque um delator, para escapar dos seus crimes, mencionou os seus nomes. A prova? Isso parece pouco relevante nos procedimentos que deram origem a esse estranho, kafkiano processo”, declarou.

O operador acusa o senador de haver intermediado o recebimento de R$ 2 milhões que seriam repassados ao Governo do Estado. O peemedebista classificou de controversos os depoimentos que marcaram menções a seu nome no decorrer das investigações da PF.

“Sem nenhuma prova, com base unicamente em controversos depoimentos colhidos em delação premiada, fui incluído entre possíveis beneficiários da ação criminosa praticada contra a empresa”, disse.

Contradição ­- Durante seu pronunciamento, Lobão destacou o que considera contradições nas acusações de Paulo Roberto Costa. Uma delas diz respeito à data em que, supostamente, o senador teria negociado o recebimento dos recursos da estatal.

“Um dos delatores teria dito que, como integrante da cúpula do PMDB, eu sacramentara, em 2006, o apoio à manutenção do senhor Paulo Roberto Costa na diretoria da empresa [Petrobras]. É mentira. Em 2006, eu sequer era filiado ao PMDB, o que só vim a fazer no dia 9 de setembro de 2007, quando o senhor Paulo Roberto já estava mantido no cargo. Só vim a conhecer o referido diretor quando fui nomeado Ministro, em 2008”, relatou.

Ele pontuou, ainda, que, como ministro de Minas e Energia, não integrava o Conselho de Administração da petroleira. “Minha atuação, como ninistro, restringia­se à formulação das políticas públicas para o setor”, frisou.

roseanasarney12Roseana – A Folha de S. Paulo informou ontem que a defesa do senador Edison Lobão e da ex­-governadora Roseana Sarney (PMDB­/MA) pediu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento da investigação contra ambos.

Em petição encaminhada ao ministro Teori Zavascki, os advogados defendem o arquivamento da investigação alegando que os depoimentos são ‘contraditórios” e possuem informações ‘duvidosas e inconclusivas’ prestadas em delação premiada.

“Pelas contradições, certamente não justificaria a abertura de inquérito. Uma simples investigação é uma ofensa à dignidade da pessoa, ainda mais em um caso com essa publicidade”, disse o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. O STF ainda vai se manifestar sobre a petição.