camilofigueiredoDe O Estado – A Comissão Pastoral da Terra (CPT), capsule da Diocese do município de Coroatá, repudiou por meio de nota a nomeação do ex­deputado estadual Camilo Figueiredo (PR) para o cargo de Assessor Especial de Apoio Institucional da Subsecretaria da Casa Civil no Governo Flávio Dino (PCdoB).

A entidade explicou que o repúdio se dá pela relação de Camilo Figueiredo com o latifúndio em Codó e em diversos conflitos agrários na Região dos Cocais, principalmente em comunidades quilombolas, por conta da disputa por terras.

“Além de seu envolvimento com violento conflito agrário, o latifundiário foi autuado em uma ação integrada da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão, Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal, que libertou vários trabalhadores escravizados na Fazenda Bonfim, em 2012, e seu nome foi incluído na Lista Suja do Trabalho Escravo em junho de 2013”, destaca trecho da nota.

A Pastoral da Terra lembra na nota da situação degradante à qual foram submetidos trabalhadores e crianças na Fazenda Bonfim, que pertencia a uma empresa de Camilo Figueiredo e lamentou o fato de o ex­parlamentar ainda ocupar espaços no Poder Executivo.

No fim do texto, a Pastoral da Terra critica a nomeação de Figureido por Flávio Dino. “A nomeação do escravocrata Camilo Figueiredo pelo governador Flávio Dino indica com clareza o caráter de seu governo: autoritário, conservador, cujos agentes políticos são envolvidos em práticas criminosas, conforme afirmou o papa Francisco em seus comentários sobre a escravidão moderna”, finaliza.

Em nota, a Secretaria de Comunicação rechaçou o “caráter autoritário, conservador” descrito pela CPT, destacou a Carta­Compromisso assinada durante a campanha eleitoral e afirmou que o governador analisará a situação de Camilo Figueiredo. “O servidor Camilo Figueiredo foi notificado pelo Governo do Estado para, em prazo de 10 dias, prestar esclarecimentos acerca da acusação. Tão logo sejam apresentadas as informações, o governador Flávio Dino decidirá sobre a situação do servidor”, finalizou.

flaviodinoDoação – O governador Flávio Dino (PCdoB) teve parte de sua campanha política financiada por empresa diretamente ligada ao trabalho escravo. O comunista recebeu doação de mais de R$ 3 milhões da Construtora OAS S/A, flagrada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por submeter trabalhadores à situação análoga à escravidão. A empresa é também citada no escândalo do rombo na Petrobras, investigado por uma CPI da Câmara Federal.

Os dados que comprovam a destinação milionária da Construtora OAS para a conta comunista, estão disponíveis no sistema eletrônico de prestação de contas de campanha, disponibilizado no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão.

Ao todo, Dino recebeu 19 doações da OAS, que, se somadas, chegam ao valor universal de R$ 3.114.606,70. O menor valor doado foi de R$ 1.215,00. Já o maior montante, dos 19 transferidos para o candidato, é de R$ 1.380.000,00.

Os valores foram repassados ao comitê financeiro estadual do PCdoB, para ser utilizado especificamente na campanha do candidato a governador.

Flávio Dino foi membro da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e é autor de um estudo a respeito do crime contra os direitos humanos, intitulado O Combate ao Trabalho Forçado no Brasil: aspectos jurídicos.

No ano de 2010, o comunista Flávio Dino (PCdoB) foi financiado pela empresa Alcana Destilaria de Alcool, de Nanuque, Minas Gerais, pertencente à Infinity Bio­Energy Brasil Participações, acusada de explorar o trabalho escravo no país. O comunista recebeu, em um só depósito, o equivalente a R$ 500 mil.