Prefeitura de São Luís é destaque nacional no “Minha Casa, Minha Vida”

por Jorge Aragão

minhacasaminhavida

A Prefeitura de São Luís participou esta semana, sovaldi sale em Brasília, nurse da oficina “Interface Minha Casa Minha Vida, seek um novo modelo para gerenciamento do programa”, por meio de representantes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) e da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas). Outras 17 capitais do Brasil também participaram do encontro.

A Prefeitura se destacou no evento em função do número de contratações realizadas no Programa “Minha Casa, Minha Vida” para atendimento de famílias com renda de zero a três salários mínimos. Até o momento, já foram contratadas 26.830 unidades habitacionais.

“O volume de contratações realizadas pela Prefeitura de São Luís se deve à agilidade que temos durante o processo, uma das determinações do prefeito Edivaldo para nortear o programa e também a parceria entre Semurh e Semcas. A Habitação não tomou a frente do trabalho de forma isolada e nem a Assistência Social trabalhou sozinha. É um casamento que está dando certo”, pontuou Diogo Diniz Lima, secretário de Urbanismo e Habitação.

diogoeedivaldoSegundo o secretário, o corpo de técnicos da Semurh que trabalham na contratação dos empreendimentos, ao contratar um empreendimento novo, tem olhar social mais apurado,o que significa que nenhum empreendimento é contratado sem que tenham equipamentos de educação, saúde, lazer.

No final do ano de 2014, a Prefeitura realizou o sorteio de endereço dos residenciais Ribeira, com três mil unidades, Santo Antônio com 720 unidades, e Luiz Bacelar, com 500 unidades, os quais serão entregues ainda no primeiro semestre 2015. Em dezembro de 2014, aconteceu também a entrega de 496 apartamentos dos Residenciais Piancó VII e VIII. Os residenciais Piancó de 1 a 6 estão em fase de obras, com previsão de entrega ainda em 2015.

Hoje, a Prefeitura trabalha na realização de mais um novo sorteio, com previsão para acontecer ainda neste semestre. “Nesta gestão, a Prefeitura está desempenhando o papel de amenizar o déficit habitacional em São Luís, garantindo o direito de cidadania às pessoas que aqui residem. Hoje temos o resultado positivo quando vamos aos empreendimentos e observamos famílias que antes residiam em moradias indignas, e passaram a ter a dignidade de ter seu apartamento, sua casa, sua habitação de forma salubre”, declarou Diogo Lima.

A diferença entre a teoria e a prática

por Jorge Aragão

teoriaDe O Estado – Praticamente um ano depois de condenar a reativação, pela ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), do Conselho de Gestão Estratégica das Políticas Públicas do Governo (Congep), membros do grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) hoje fazem parte do chamado “Conselhão” e agora apoiam a existência do colegiado, que paga a seus integrantes R$ 5.850,00 de jeton por reunião.

Em 2015, já ocorreram dois encontros, o mais recente deles na quinta-feira da semana passada, 26, com a presença do governador e do vice, Carlos Brandão (PSDB), e da maioria do secretariado.

As regras que regem as reuniões e o pagamento dos jetons são praticamente as mesmas da gestão passada, com pequenas alterações promovidas pelo novo governador, por Medida Provisória editada no dia 23 de janeiro.

“Em termos de quantidade é exatamente o mesmo número que ela [ex-governadora Roseana Sarney] deixou, sem aquele trem da alegria. No final, depois ela reduziu. Ela acabou, depois retornou, com uma estrutura bem enxuta. Ficou essa, nós não modificamos a quantidade de pessoas, e nem o jeton foi modificado”, garantiu o secretário-chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB).

Além do socialista, outros dois dos mais árduos críticos da existência do Conselho estão entre seus membros: o deputado estadual Bira do Pindaré (PSB), atual secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; e Márcio Jerry, secretário de Estado da Articulação Política e Assuntos Federativos.

Junto com o deputado federal Rubens Júnior (PCdoB), o trio comandou a linha de frente de ataques à ex-governadora pela recriação do Congep. O comunista não integra o órgão.

Cruzada – A cruzada dos então oposicionistas contra ao “Conselhão” começou em 2013. Oficialmente criado em 2004, no governo José Reinaldo (PSB) – sob a denominação de Conselho de Gestão Estratégica das Macropolíticas de Governo – o órgão colegiado virou Congep em 2007, no primeiro ano da gestão Jackson Lago.

Em 2013, a oposição reclamou do seu tamanho – contava, então, com mais de 200 membros – e chegou a solicitar à Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) o ajuizamento de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para acabar com ele.

“Queremos propor inclusive a extinção do Conselhão”, defendeu Bira do Pindaré, em julho daquele ano, na tribuna da Assembleia Legislativa.

Rubens Júnior classificou de “imoralidade” a existência do colegiado. “Nós, deputados de oposição, demos entrada numa representação para a OAB ajuizar uma Adin contra a imoralidade do ‘Conselhão’”, defendeu Rubens Júnior (PC do B) naquela ocasião.

O valor do jeton e o fato de haver apenas uma reunião por mês para recebimento de R$ 5.850,00 foi alvo de dura reprimenda por parte de Marcelo Tavares. Para ele, “a voz das ruas” não aceitava que se pagasse valor tão alto pela participação em apenas uma reunião.

“A voz das ruas não aceita esse tipo de coisa, mas, mais do que isso, trabalhar uma vez por mês para ganhar R$ 6 mil, só no Maranhão”, reclamou o, agora, novo membro do Congep.

Bira do Pindaré também condenou o alto valor do jeton. “Se não acaba o ‘Conselhão’, tem que acabar o jeton. Pode criar o conselho que quiser, mas não precisa ter jeton de R$ 5.850 por mês para uma única reunião, é uma imoralidade”, declarou.

Naquele ano o Conselho foi então extinto, voltando a ser criado em 2014, mais enxuto – com estrutura menor, até, do que a mantida atualmente.

Discurso – Alcançado pela reportagem de O Estado para comentar o assunto, Marcelo Tavares nega que tenha defendido o fim do Conselho. Segundo ele, a ex-oposição posicionou-se apenas contra o inchaço do órgão. “Nós nunca dissemos que queríamos a extinção total do conselho, até porque ele foi criado, salvo engano, no governo José Reinaldo. Então, nós nunca pedimos a extinção completa do conselho”, garantiu.

O discurso é parecido com o do secretário Márcio Jerry. “Veja bem, nunca fomos contra o ‘Conselhão’, o que criticávamos era o uso dessa ferramenta para se fazer política eleitoral”, ressaltou.

Rubens Júnior admite que a oposição, à época, defendeu o fim do conselho, mas não apenas isso. “Defendemos vários níveis de intervenção: primeiro o fim do superinchaço; depois a eficiência do conselho, que não servia para nada; se isso não fosse possível, o fim do pagamento de jeton; e, por fim, em último caso, a sua extinção”, relatou.