José Reinaldo e Marcelo Tavares

José Reinaldo e Marcelo Tavares

De O Estado – As declarações do ex-governador José Reinaldo Tavares sobre a sua recondução e a de aliados à direção estadual do PSB e consequentemente o isolamento do vice-prefeito de São Luís, sovaldi sale Roberto Rocha, e do prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, abriu nova crise interna no partido. Apesar de não confrontarem Tavares, tanto Rocha quanto Alves afirmaram desconhecer a decisão do presidente nacional da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ambos, no entanto, garantem que continuarão trabalhando pelo fortalecimento do partido para a eleição de 2014.

Ribamar Alves afirmou a O Estado não ter sido informado oficialmente sobre a decisão de Campos em relação à direção da legenda no Maranhão. “Desconheço essa posição de Eduardo Campos”, afirmou.

Alves, que ocupa a vice-presidência de articulação institucional do partido desde junho, afirmou, no entanto, que deverá respeitar qualquer que seja a decisão do diretório nacional da sigla. Ele pontuou dois motivos: “Como membro do PSB e militante, não tenho nada a discutir, por dois motivos. Primeiro: eu pedi para incluir o meu nome na comissão provisória. Segundo, a comissão, por ser provisória, pode ser modificada a qualquer momento pela executiva nacional e como militante, acato a decisão emanada da cúpula dirigente”, afirmou.

Já o vice-prefeito de São Luís – que tenta se articular para a disputa do Senado pelo partido, contra o próprio José Reinaldo – preferiu acreditar que o ex-governador pode ter sido mal compreendido. “Não costumo comentar declarações de companheiros de partido. Minha preocupação é ajudar o PSB para a eleição 2014. Mas me recuso a entender desta forma [isolamento no partido, como sugeriu Tavares]. Acho que ele foi mal compreendido”, afirmou.

Recondução – José Reinaldo Tavares insinuou na última quinta-feira que o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha, e o prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, deixarão as posições que hoje ocupam na direção do PSB no Maranhão.

O ex-governador disse ter participado de uma reunião com o presidente nacional da sigla, Eduardo Campos, de onde saiu a decisão de sua recondução à executiva estadual, junto com os deputados estaduais Marcelo Tavares e Cleide Coutinho, além do advogado José Antônio Almeida. Eles haviam deixado a direção estadual do partido no ano passado.

O ex-governador ainda afirmou que por sua orientação, o prefeito de Timon, Luciano Leitoa, deve permanecer na presidência do partido. “Voltaremos todos para a Executiva do partido: eu, Marcelo [Tavares], José Antônio [Almeida] e Cleide [Coutinho], que também terá espaço para outras alas do partido. Sugerimos a permanência de Luciano Leitoa, correligionário muito querido no partido, na executiva, como desejar Eduardo”, disse.

As declarações de José Reinaldo mexeram com os bastidores da legenda. O Estado tentou falar com Luciano Leitoa, mas não conseguiu.

Marcelo minimiza crise e fala em mal-entendido

O deputado estadual Marcelo Tavares afirmou ontem ter havido um mal-entendido em relação às declarações de seu tio, o ex-governador José Reinaldo Tavares, sobre a mudança de quadros na direção estadual da sigla.

O parlamentar afirmou que Zé Reinaldo apenas “esqueceu” de citar os nomes do vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha e do prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, ao falar sobre a Comissão Provisória Estadual do PSB. Ele afirmou que não haverá defecções da atual direção.

“O que ficou decidido é que nós voltaremos à direção, mas ninguém sai, não. Quem decide o comando é o Eduardo Campos, que vem aqui em setembro para acertar tudo, mas uma coisa é certa: hoje não tem mais briga no PSB”, afirmou.

No mês passado, o parlamentar chegou a afirmar a O Estado que uma das exigências feitas àexecutiva nacional para não deixar o partido, seria a presença de Eduardo Campos no Maranhão e ampla discussão com a militância da sigla, que enfrenta disputas internas.

A principal divergência entre o bloco liderado por Zé Reinaldo e Marcelo Tavares e o grupo de Roberto Rocha, diz respeito a vaga para a disputa do Senado Federal pela oposição. Tanto Rocha quanto Tavares querem ser o candidato do partido.

Mais – A Executiva Nacional do PSB indicou no dia 18 de junho o prefeito de Timon, Luciano Leitoa, para o comando da legenda no Maranhão. Até aquela ocasião a sigla era dirigida por Carlos Siqueira, primeiro-secretário nacional, após intervenção da direção. Logo em seguida, o partido sinalizou com uma candidatura ao Governo do Estado e rompimento com Flávio Dino (PCdoB), o que irritou os reinaldistas.