Igor Lago

Igor Lago, link filho do ex-governador Jackson Lago

De O Estado do Maranhão

O ex-presidente regional do PDT, médico Igor Lago, que representa o grupo identificado com o ex-governador Jackson Lago, seu pai, divulgou ontem carta aos militantes do partido, para denunciar o que chama de manobras para reforçar o controle do grupo alinhado ao presidente nacional do partido, Carlos Lupi, e o novo ministro do Trabalho, Manoel Dias, sobre a agremiação no Maranhão. Ele diz que tais manobras formam “um cenário humilhante, profundamente agressivo à história do partido e à memória de seus fundadores”, entre estes seu pai, Jackson Lago. E anuncia disposição de deixar o partido.

“Portanto, quero adiantar a vocês que, com a confirmação dessa Convenção e, consequentemente, a manutenção do status quo de nosso partido, a minha decisão será a de não continuar no PDT”, diz Igor Lago na carta aos companheiros do partido.

Nos bastidores, onde uma guerra sem trégua é travada pelo controle do partido, tendo de um lado o grupo ligado a Igor Lago, que vem perdendo espaço a cada embate, e de outro o grupo comandado pelo deputado federal Weverton Rocha, considerado um dos homens de confiança do presidente Carlos Lupi e que hoje tem o controle do partido no Maranhão, apoiado por alguns ‘históricos”. Por causa da luta interna, é corrente que se Igor Lago e seu grupo saírem do PDT, muitos outros pedetistas deixarão a legenda.

Na sua carta, Igor Lago pede a volta do PDT à condição do partido que já foi a voz do trabalhismo, dirigido mais por líderes como Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Jackson Lago e Neiva Moreira.

Abaixo, trechos da carta:

“…Desde o princípio, e disse aos membros da antiga Comissão Provisória que me fizeram o convite para assumir a presidência do PDT maranhense, que estava aceitando aquela missão por papai e pelo seu legado, mas tinha ciência do quanto seria difícil pela própria realidade nacional e pelos interesses estaduais de alguns de nossos quadros…”

“…Todos sabem que, após a tomada de nosso PDT pelos atuais dirigentes, fiz a opção de

usar este acontecimento como exemplo do que tem sido as práticas e ações da dupla nacional, que se assenhoreou do partido e, aos poucos, transformou-o numa sigla superficial…”

“…Não via, como alguns companheiros e companheiras, outra forma de atuar diante de um cenário humilhante, profundamente agressivo à história do partido e à memória de seus fundadores, dentre eles papai e Neiva Moreira. Fiz o que pude para divulgar o que aconteceu no PDT maranhense…”

“…A posse do ministro Brizola Neto deu um certo alento para se tentar criar uma alternativa para o partido, uma vez que o mesmo tem a sua representatividade, além de diminuir a força política do Lupi sobre o partido…”

“…Entretanto, nem isto foi capaz de encorajar os nossos principais nomes a assumir aquelas bandeiras, pois preferiram a conveniente posição do resguardo e cuidados com os seus próprios interesses – a conhecida zona de conforto! Isto, somado à forma de atuação do próprio ministro que, infelizmente, preferiu posicionar-se mais como um aliado da presidente Dilma do que levantar as bandeiras que preconizamos. (Na reunião do Diretório Nacional de janeiro passado, fez o discurso que o então ministro Lupi fizera na anterior!)…”

“…Na minha opinião, a Dilma, que já havia abandonado o próprio Brizola em 2000-2001 para ocupar cargo no governo Olívio Dutra, agora, no mesmo dia em que se comemorava os 30 anos de governo Brizola no Rio, chama o ministro Brizola Neto para comunicar-lhe a sua decisão já acertada com o Lupi, Manoel Dias e Lula. Com isto, abandona, pisa e joga sal no próprio legado do Brizola ao “matar” politicamente, dentro do próprio partido, o seu neto…”

“…Após este absurdo acontecimento, com a nomeação do Manoel Dias, que representa a volta do Lupi ao MTE, confirmada nas declarações do novo ministro, o golpeado ministro Brizola Neto não foi capaz de reagir politicamente no próprio partido…”

“…A Convenção está marcada por arbitrariedades da Executiva Nacional…”

“…Portanto, quero adiantar a vocês, que com a confirmação dessa Convenção e, consequentemente, a manutenção do status quo de nosso partido, a minha decisão será a de não continuar no PDT…”