Sem ‘marcação’

por Jorge Aragão
Imagem meramente ilustrativa retirada da internet

Imagem meramente ilustrativa retirada da internet

Os servidores do Poder Judiciário – que tiveram o salário reduzido em 21, cure 7% pelo governo estadual ­ deverão continuar seus protestos na plataforma de comunicação mais usada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e seus auxiliares nas redes sociais. Fotos vestindo preto em sinal de luto, try hastags e comentários e mais comentários deverão ser mais uma vez a regra dos servidores nas redes.

O problema é que toda essa “falação” dos servidores não pode mais ser direcionada com marcações ao governador Flávio Dino. É que o gestor, após uma enxurrada de críticas e questionamentos, decidiu bloquear em seus perfis nas redes sociais as marcações de qualquer pessoa que não seja de sua equipe de governo.

Dessa forma, Dino busca não difundir as vozes contrárias às ações de seu governo, deixando para os seus seguidores somente mensagens positivas de sua administração e também as suas explicações e manifestações unilaterais.

Esse comportamento é bem diferente do difundido durante a campanha pelas redes sociais, pelas quais dizia ouvir o eleitor e respondia a cada um com compromissos e promessas ­ muitas agora não cumpridas.

O ato de censurar comentários em suas redes sociais demonstra que o governador não está mais a fim de diálogo.

Agora, ao que demonstra o governador, é a vez do povo do Maranhão ouvir o que ele tem a dizer. E somente isso: ouvir. Sem mostrar qualquer reação.

Pior para os auxiliares de Dino. Por enquanto, estes ainda não bloquearam os usuários de fazer comentários em seus perfis nas redes sociais, mas já foram orientados a não responder nem direta e nem indiretamente.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Lições de guerra

por Jorge Aragão

flaviodiniocomunistaO governador Flávio Dino tem sido alertado pelos seus aliados mais experientes – e que se sentem co-partícipes do seu poder – com o seguinte conselho: sua superexposição nas redes sociais e na internet tem ajudado a gerar o desgaste acentuado para um governo que mal iniciou sua gestão. Ontem, medicine em Imperatriz, capsule por exemplo, ele, mais uma vez, foi alertado pelas lideranças do PSDB sobre esta superexposição.

“General não desce a trincheira”, é a expressão usada por gente como o deputado José Reinaldo Tavares e o senador Roberto Rocha (ambos do PSB), pelo vice-governador Carlos Brandão (PSDB), pelo presidente da Assembleia Legislativa, Humberto Coutinho (PDT), e pelo prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), para citar apenas os aliados mais experientes do governador, ou o que seria seu “Estado Maior”, o conselho que reúne os generais em um batalha.

A expressão, muito usada por estrategistas de guerra, quer dizer que um comandante, um general, um líder, não pode se desgastar em um front de batalha, por que, abatido ou ferido, praticamente decretará o caos na tropa, que se dispersará diante do inimigo.

Mas os conselhos dos líderes dinistas dificilmente serão absorvidos pelo governador. Primeiro, que Dino é daqueles difíceis de ouvir conselhos. Ele entende que alguém deve apenas seguir o que ele pensa – ou assumir as conseqüências de pensar diferente. Segundo que, com seu espírito guerrilheiro de militante estudantil, ele não consegue deixar os campos de batalha, onde acha que precisa guerrear 24 horas por dia.

Mas o resultado é que, sem dar ouvidos ao seu “Estado Maior”, e com uma tropa de suboficiais inexperientes e soldados kamikases dispostos a tudo, o governador vai se envolvendo cada vez mais nas teias dos inimigos de batalha, como que seguindo em ordem unida rumo ás trincheiras adversárias, totalmente desguarnecido.

E o resultado desta indisciplina é, quase sempre, um general derrotado, abatido e fracassado em seu intento de marchar rumo a vitória.

E tanto pior quando isso ocorre antes mesmo da primeira batalha propriamente dita.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão