O governo Flávio Dino (PCdoB) já pagou, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), R$ 8,1 milhões a uma empreiteira acusada de desviar – num esquema com outras seis empreiteiras ou consórcios – pelo menos R$ 200 milhões de um empréstimo do internacional de R$ 1,2 bilhão no estado do Tocantins.

Segundo dados do Portal da Transparência do Maranhão, a Empresa de Projetos de Engenharia Ltda. (Epeng), do empresário maranhense Fancisco Antelius Vaz – que chegou a ser preso no estado vizinho durante a Operação Ápia -, faturou R$ 7,6 milhões pela obra de construção e melhoramentos do trecho entre o entroncamento da MA-132 com a MA-034, em Buriti Bravo, e o entroncamento da MA-282 com a MA 034, no povoado Café Buriti.

Foram R$ 5,67 milhões, em quatro parcelas, no ano de 2016, após um contrato assinado em junho, e mais R$ 1,95 milhão em 2017, em uma única parcela. Vários dos pagamentos ocorreram após a prisão de Vaz.

Em conjunto com a empresa FN Sondagens, a Epeng detém, ainda, outro contrato com a Sinfra: para construção de uma ponte sobre o Rio Pericumã, na MA-211, entre Bequimão e Central do Maranhão, na Baixada Maranhense.

Por esse contrato, chegaram a ser empenhados R$ 2,25 milhões em 2016, mas não houve pagamento naquele ano. Já em 2017 foram quitados R$ 546 mil.O pagamento foi feito na semana passada.

No total, os contratos da Epeng com o Governo do Maranhão chegam a quase R$ 100 milhões. São R$ 68,3 milhões para a construção da ponte na Baixada e outros R$ 29,7 milhões para a rodovia de Buriti Bravo.

Esquema – A operação que culminou com a prisão de Francisco Antelius no Tocantins foi deflagrada no dia 13 de novembro do ano passado, após a identificação, segundo a PF, de fraudes em contratos de terraplanagem e pavimentação em 29 rodovias estaduais.

De acordo com os federais, o esquema foi realizado entre os anos de 2013 e 2014, período durante o qual foram desviados cerca de 25% dos valores de um empréstimo internacional de R$ 1,2 bilhão ao Estado do Tocantins – com recursos do BNDES envolvidos.

A polícia acredita que os desvios chegam a R$ 200milhões, dinheiro que teria sido repassado às empresas contratadas – a Epeng, inclusive – mesmo sem a conclusão das obras contratadas pelo Executivo. Há suspeitas de que parte dos recursos tenham sido desviados para campanhas eleitorais.

Informações de O Estado