Oposição aponta incoerência de Dino após citação na Lava Jato

por Jorge Aragão

O Estado – A bancada de oposição apontou incoerência do governador Flávio Dino (PCdoB) após citação do comunista na Lava Jato. De acordo com os deputados estaduais, Dino, que tanto elogiou a operação quando adversários políticos foram citados, agora tenta diminuir a atuação do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça.

O primeiro a tratar do tema na sessão de ontem foi o deputado Edilázio Júnior (PV). Orador do Grande Expediente, o parlamentar afirmou que Dino “mordeu a própria língua”, após ter sido delatado pelo ex-funcionário da Odebrecht, José de Carvalho Filho.

“Ele, que até ontem era o arauto da moralidade do nosso Maranhão, que já era uma decepção como gestor e como político, agora é uma grande decepção com relação à moral. Porque o que ocorreu em relação à Odebrecht não se trata de ‘Caixa 2’, se trata de propina”, disse.

Edilázio lembrou que em 2015, ocasião em que a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) foi citada na Lava Jato, Flávio Dino e o seu grupo político fizeram uma espécie de pré-julgamento à peemedebista. Agora, o comunista tenta diminuir o pedido de abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) do qual é alvo.

“Quando a ex-governadora Roseana Sarney foi citada, na época pelo Paulo Roberto Costa, houve um alvoroço aqui de governistas, já condenando-a. Hoje o governador morde a própria língua”, completou.

Crítica

Em um aparte, o deputado Eduardo Braide (PMN) também criticou a postura adotada por Flávio Dino após envolvimento na Lava Jato.

“Eu acho que o caminho mais errado que pode se tomar em relação a essa situação, é tentar desqualificar a Operação Lava Jato, é o que tem sido feito pelo grupo do governador Flávio Dino. No portal do partido do governador, por meio de vários emissários do governador o que tenta se dizer é que a Operação Lava Jato é uma operação contra os políticos, contra a classe política e eu acho que eu esperava, particularmente, uma postura diferente do governador Flávio Dino, esperava que ele desse uma declaração apoiando a Operação Lava Jato e pedindo que a investigação corresse o mais rápido possível”, disse.

Adriano Sarney (PV) concordou com os posicionamentos de Edilázio e de Eduardo Braide e também lembrou da postura recente de Dino, quando os alvos da operação eram seus adversários políticos no estado.

“O governador Flávio Dino que tanto falou mal do grupo Sarney, que tanto falou mal do Sistema Mirante, que tanto falou mal dos deputados de oposição, agora quer utilizar uma entrevista da TV Mirante como forma de defesa. Mas ontem ele falava mal, dizia que a TV Mirante não tinha credibilidade porque era um grupo político que mandava neste estado, um grupo político que tinha força das mídias, e hoje ele utiliza dessa mídia para justamente se defender”, completou.

Sousa Neto (PROS) questionou a estratégia utilizada pelo governador de publicação de pesquisas que apontam aprovação de seu Governo.

Já Andrea Murad (PMDB), afirmou que Flávio Dino não tem mais “condição moral”, de apontar para adversários. “Ele está envolvido na Lava Jato até o pescoço. Está lá, citado na Lava Jato e terá de se defender na Justiça”, finalizou.

Saiba Mais

O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Othelino Neto (PCdoB), rebateu a oposição. Ele afirmou que, diferentemente do que os colegas de parlamento sustentaram, o governador Flávio Dino (PCdoB)é hoje “o maior interessado para que a apuração seja feita de forma célere”. Ele afirmou acreditar na honestidade de Dino e disse que o tempo provará a sua inocência.

Oposição mais fortalecida

por Jorge Aragão

É evidente que o Governo Flávio Dino ainda possui a maioria na Assembleia Legislativa, mas também é inquestionável que a votação da MP 230 demonstrou que a Oposição está mais fortalecida.

A base governista descumpriu um acordo celebrado e antecipou a votação da MP, tudo para evitar a presença de professores na galeria da Casa, mas de maneira astuta e organizada, os oposicionistas conseguiram alongar a Sessão Ordinária e com isso deram o tempo suficiente para que a categoria pudesse se deslocar para Assembleia acompanhar a votação.

A presença dos educadores foi fundamental para inibir os governistas que, mesmo votando e jurando de pé junto que a MP 230 não prejudicaria a categoria, só conseguiu mobilizar apenas dois deputados – Rogério Cafeteira e Othelino Neto – tiveram a coragem de se manifestar sobre o assunto. Na contramão, praticamente todos os oposicionistas utilizaram a Tribuna.

A falta de habilidade política e o desprezo pela classe política por parte do governador Flávio Dino, fizeram com que a Oposição crescesse e demonstrasse força em uma das votações mais polêmica e desgastante na gestão comunista.

A Oposição na Assembleia surgiu com apenas quatro deputados – Adriano Sarney (PV), Andrea Murad (PMDB), Edilázio Júnior (PV) e Sousa Neto (PROS), mas o número de oposicionistas cresceu, não apenas na quantidade, mas também na qualidade.

Já no início deste ano, a Oposição recebeu o reforço qualificado do Bloco Independente, composto pelos deputados Eduardo Braide (PMN), Wellington do Curso (PP), Alexandre Almeida (PSD), Max Barros (PSD) e Graça Paz (PSL).

A chegada destes parlamentares foi um reforço inquestionável e a votação da MP 230 deixou isso bem claro. Além disso, a Oposição pode receber mais outro reforço de peso e experiente, assim como foi a chegada de Max Barros, o deputado César Pires (PEN).

Pires, como não poderia deixar de ser, votou favorável à emenda de Eduardo Braide, já que a proposta beneficiaria a sua categoria, a categoria de professores. Apesar do voto, César Pires ainda não se declara um oposicionista, mas a indiferença do Governo Flávio Dino devem lhe conduzir a esse caminho.

Enquanto a Oposição segue crescendo, o Governo Flávio Dino, mesmo tendo a maioria, segue sendo resumido a dois, três, no máximo quatro deputados que sobem à Tribuna para defender o governo comunista.

E com a chegada do ano eleitoral, a tendência da Oposição é seguir nessa mesma pegada.

Desunião da Oposição pode ajudar os desmandos do Governo Dino

por Jorge Aragão

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Apesar de parecerem jogar no mesmo time, os deputados oposicionistas não parecem muito alinhados fora da Assembleia Legislativa para continuarem atentos e fiscalizando os inúmeros desmandos do Governo Flávio Dino.

O maior e mais recente exemplo é a polêmica questão do absurdo aumento do ICMS no Maranhão, que implicará (a partir de março) no aumento da energia, combustível e telefonia. Na Assembleia, principalmente no Plenário, os deputados que foram contra o aumento e protegeram o bolso da população, foram praticamente perfeitos e deixaram a base governista sem nenhuma argumentação plausível para aprovação da maldade proposta pelo governador Flávio Dino.

Se no Plenário ouve uma união, mesmo que involuntária, fora da Assembleia parece que a coisa não funciona tão bem assim. O Blog teve a confirmação que dificilmente os deputados irão agir conjuntamente para questionar na Justiça o aumento do ICMS.

O que deve acontecer são ações isoladas de parlamentares e/ou de partidos políticos para buscar na Justiça a derruba da Lei 10.542 que aumenta o ICMS. A falta de diálogo entre os deputados e até mesmo a busca desenfreada por holofotes, tem causado uma desunião dos oposicionistas, ou pelo menos daqueles que são contrários ao aumento.

Infelizmente essa desunião, ações isoladas e não coletivas, apenas demonstram a desorganização da Oposição. Parece que alguns ainda não perceberam que a união será sempre o caminho mais viável para as vitórias, mesmo que os méritos sejam divididos.

Agindo desta forma, os contrários ao aumento do ICMS apenas favorecem os desmandos do Governo Flávio Dino, que agradece penhoradamente.

Andrea Murad assume liderança do Bloco de Oposição na AL

por Jorge Aragão

andreamuradA deputada estadual Andrea Murad (PMDB) confirmou na manhã desta terça-feira (03), ailment que assumiu a liderança do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO) no parlamento maranhense. O bloco é composto por cinco deputados, see quatro do PMDB – Roberto Costa, Max Barros, Nina Melo e a própria Andrea – e um do PROS – Sousa Neto.

O outro ‘bloco’ de Oposição seria o do PV, que deverá ser liderado por Adriano Sarney. Entretanto, como no ‘bloco’ são apenas quatro deputados – Edilázio Júnior, Rigo Telles, Hemetério Weba e o próprio Adriano, na realidade é uma bancada, além de menor que o BPO.

Na Tribuna, Andrea Murad garantiu que a sua postura e seu posicionamento permanecerá o mesmo. “Eu realmente sou uma deputada intransigente com o governo, radical muitas vezes, porque acredito que este seja o momento de buscar com o governo e exigir do governo ações fortes e que tentamos impactar o governo com aquilo que não está funcionando. Então realmente a minha oposição continuará a mesma”, declarou.

A nova líder do Bloco de Oposição da Assembleia também fez questão de pontuar que é favorável a reeleição do presidente da Casa, Humberto Coutinho, para comandar a Mesa Diretora da AL no biênio 2017/2018.

“Eu realmente sou a favor do presidente Humberto Coutinho aqui na Presidência desta Casa, por realmente ter levantado as bandeiras dos deputados com o governo com muita luta, mesmo não sendo atendido, mas tem realmente defendido os deputados lá no Palácio dos Leões”, pontuou.

CPI – Andrea Murad ainda voltou a defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os eventuais crimes sexuais cometidos pelo prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, que segue preso em Pedrinhas, acusado de estupro.

“Como falei semana passada, eu disse que iria entrar com um pedido de abertura de CPI para investigar os supostos crimes de abusos sexuais, as denúncias que surgiram após a prisão do prefeito Ribamar Alves. Eu acho sim que esta Assembleia deve investigar essas denúncias, acho que temos que ir à frente para tentar combater esse tipo de crime. Não estou aqui dizendo se o prefeito Ribamar Alves é culpado ou inocente, mas que esta Assembleia tem o dever de investigar, isso tem”, afirmou.

A parlamentar lembrou que o próprio Governo Flávio Dino já emitiu uma Nota de Solidariedade a jovem que foi supostamente estuprada, o que, na visão de Andrea Murad, libera os deputados governistas a serem favoráveis a criação da CPI.

“O governo já publicou uma nota, através da Secretaria Estadual da Mulher, de solidariedade à vítima de estrupo e acho que assim o governo liberou os seus deputados para agirem de acordo com suas consciências”, finalizou.

Esse foi o resumo do primeiro discurso de Andrea Murad como líder do Bloco de Oposição. Entretanto, para azar do Governo Flávio Dino, foi o primeiro de muitos que ainda virão.

Oposição atenta

por Jorge Aragão

plenárioA votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2016, store ocorrida quinta-feira (17), click encerrou o ciclo de atividades do Legislativo de 2015. O projeto foi aprovado, mas não contou com os votos da oposição, que levantou uma série de questionamentos durante todo o processo, desde as discussões na Comissão de Orçamento até os debates em plenário.

Na primeira discussão do projeto, no início do mês, o deputado Adriano Sarney (PV) subiu à tribuna e apontou itens do Orçamento mal explicados, como os recursos de R$ 400 milhões das “outras receitas de capital” e os R$ 45 milhões em “alienação de bens”, itens do PLOA, segundo ele, sem consistência orçamentária. Ou seja, não havia (e não há até o momento) explicação da origem de tais verbas. O deputado verde indagou, por exemplo: “Como se prevê receitas que, somadas, chegam a R$ 445 milhões e não se explica a origem dessas receitas?”

Por meio de ofícios, o parlamentar cobrou explicações da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), mas não obteve respostas satisfatórias e, por isso, tornou a enviar mais ofícios, que ainda não foram respondidos, para solicitar informações mais detalhadas. “Muita água ainda vai rolar”, avalia o deputado, que não descarta a hipótese de recorrer à Justiça para obter os esclarecimentos que requereu.

Há também outro ponto a ser avaliado, que é a votação do Plano Plurianual (PPA) 2016/2019, ocorrida em fins de novembro, que a oposição suspeita de que pode ter sido aprovado sem quórum regimental. Adriano enviou ofícios à Agência Assembleia, à Presidência e à Mesa Diretora da Assembleia solicitando cópia das gravações audiovisuais da sessão que aprovou o PPA, mas não foi atendido. Ele afirma que recorrerá à Justiça para obter a gravação e, caso se confirme a suspeita de falta de quórum, ingressará com ação judicial para anular a votação.

Se depender do bloco de oposição na Assembleia, o projeto do Orçamento 2016 do Governo do Estado ainda vai dar o que falar!

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Eles estão de volta…

por Jorge Aragão

oposicao1Depois de surpreenderem no primeiro semestre, viagra os quatro deputados estaduais que integram a Oposição na Assembleia Legislativa, assim como todo o parlamento, retomam as atividades nesta segunda-feira (03).

Indiscutivelmente coube a Oposição, através dos deputados: Adriano Sarney, Andrea Murad, Edilázio Júnior e Sousa Neto, movimentar a Assembleia e pautarem os assuntos mais importantes no primeiro semestre no parlamento estadual do Maranhão.

Após 15 dias de recesso, os oposicionistas estarão de volta e logo de cara uma pauta superinteressante para abordarem, a greve geral da Polícia Civil do Maranhão, iniciada nesta segunda-feira.

A ineficiência do Governo Flávio Dino na negociação com os policiais civis, que os levaram a greve geral, além do aumento crescente da insatisfação dos policiais militares (reveja) devem nortear o primeiro dia de debate no parlamento maranhense.

A expectativa também é para saber que fim levará a natimorta CPI da Saúde, criada com o objetivo de atingir o ex-secretrário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad, mas que não deverá ter vida longa.

É aguardar e conferir o retorno dos trabalhos nesta segunda-feira.

A estranha solidão oposicionista

por Jorge Aragão

oposição perdidaMarco D’Eça – De repente, parece que a oposição se viu sem eira nem beira.

Membros do PCdoB, do PDT, do PSB e do PSDB, que passaram a vida toda sobrevivendo do discurso antisarney – e pregando o afastamento dos Sarney da vida pública – agora parecem desnorteados com a decisão de José Sarney e de Roseana de não mais disputar eleições.

Parece que, de repente, o mundo desta gente desabou.

Como viver sem o Sarney para bater? como jogar a culpa de tudo na família do ex-presidente? Como usar o discurso “Nós contra eles”?

Parece que todas estas perguntas começaram a pipocar na cabeça de gente como Flávio Dino (PCdoB), Domingos Dutra (SDD), José Reinaldo Tavares (PSB) e outros asseclas da oposição.

Mas há uma explicação para a perda de sentido desta gente.

Este pessoal nunca teve projeto para o Maranhão. Nunca pensou o estado, estudou seus problemas ou buscou entender o seu povo.

Não, nenhum deles pensou assim.

Eles apenas se limitaram a se apresentar ao povo como “adversário do Sarney”.

E é claro que, à medida que os anos iam passando, o desgaste natural do grupo Sarney ia aumentando. E qualquer que se apresentava como antisarney, acabava merecendo seus 15 minutos de fama, que garantia um mandato aqui e outro ali.

Qualquer um, tivesse a índole que tivesse.

Mas na hora que o povo começava a perceber a falta de discurso desta gente, sempre votava no grupo Sarney.

Foi assim ano após ano.

Mas agora a oposição está só.

Não há mais Sarney na disputa majoritária do Maranhão. Roseana não mais será candidata a nada e o senador Sarney já há muito não disputa eleições aqui – e nem vai disputar lá.

O que fazer?, devem estar se perguntando os sem-discurso da oposição.

Sem resposta, ainda atordoados sem entender a situação, se perdem em elucubrações as mais estapafúrdias.

E só exibem o vazio dos que diziam querer mudar o Maranhão…