Ordens já rugiram

por Jorge Aragão

Ordens vindas do Palácio dos Leões já definiram que a base governista na Assembleia Legislativa não deverá deixar passar – mais uma vez – qualquer proposta para emenda impositiva. Pela terceira vez, o deputado César Pires (PEN) tentar colocar em tramitação essa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para obrigar o Poder Executivo a liberar emendas parlamentares aos 42 deputados estaduais independentes de suas posições.

Em todas as tentativas anteriores, a PEC foi defenestrada para evitar qualquer embaraço para o governo de Flávio Dino. Se se configurar, essa será mais uma demonstração de incoerência do governador Flávio Dino, que fala com discurso republicando, mas na prática suas ações são bem diferentes. César Pires – que conseguiu 17 assinaturas para dar entrada na proposta na mesa diretora – tenta convencer os colegas de que a prática já acontece em outros parlamentos e entre eles, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Mas esse discurso de Pires será contraposto com o discurso dos governistas que já foi até definido: os deputados da base comunista dirão que emenda impositiva na prática não existe e tentarão usar o exemplo da Câmara Federal.

O problema é que esse argumento esbarra em um deputado federal do PCdoB, Rubens Júnior, que, em redes sociais, reconheceu a importância da emenda impositiva para ele, que é oposição ao governo de Michel Temer.

Mas, como sempre, os deputados aliados tentarão fingir que tal declaração nunca foi dada e defenderão até a morte a ordem vinda dos Leões.

Coluna Estado Maior

Bravata e arrogância

por Jorge Aragão

Do alto de sua postura autoritária, que não admite contrariedades, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem protagonizado alguns reveses dignos dos mais folclóricos chefões estatais mundo afora. Quase sempre tentando bancar sua opinião mesmo contra todas as evidências, ele acaba por contradizer a si mesmo. Em menos de uma semana, isso aconteceu pelo menos duas vezes.

A primeira se deu em relação ao corte orçamentário na Saúde do município de Caxias. O prefeito Fábio Gentil (PRB) mostrou com todas as provas que houve um corte brutal nos repasses do estado em comparação à gestão anterior no município, que tinha à frente o aliado de Dino, Leonardo Coutinho (PSB). O comunista, como sempre, negou, negou e, por fim, acabou admitindo o corte, anunciando a devolução de parte dos repasses.

Agora, é a vez da Expoema. Quem não se lembra que, em 2016, Flávio Dino desapropriou o Parque Independência – que estava sob comodato da Associação de Criadores até, pelo menos, 2026? Sob a alegação de que o terreno, pertencente ao Estado, serviria para construção de moradias populares, a tradicional feira agropecuária maranhense ficou sem espaço e acabou cancelada.

Pois não é que, agora, o mesmo Flávio Dino anuncia a volta da Expoema – e no mesmo lugar onde sempre ocorreu?

E assim Flávio Dino vai construindo suas histórias. Com arrogância e bravatas.

Coluna Estado Maior

Perseguição clara

por Jorge Aragão

Foi quase virulenta a reação dos comunistas após a cabal revelação de O Estado de que o governo Flávio Dino (PCdoB) cortou, em 2017, 98% dos recursos a serem destinados ao Fundo Municipal de Saúde de Caxias.

No total, o aporte de recursos para o fundo – na comparação entre o primeiro semestre do ano passado e deste ano – caiu de mais R$ 23 milhões, para míseros R$ 446 mil.

Baseada em dados do próprio Portal da Transparência, a reportagem jogou por terra todos os desmentidos do Palácio dos Leões sobre a polêmica e expôs as entranhas de uma ação que tem como único objetivo perseguir.

Os comunistas perseguem o prefeito Fábio Gentil (PRB) porque ele ousou derrotar na eleição do ano passado o queridinho do Palácio dos Leões, o ex-prefeito Léo Coutinho (PSB). E é por isso que, agora, punem a população de Caxias, fechando a torneira dos repasses para a Saúde do município.

Alegam não ter mais dinheiro para mandar aos Municípios. Mas propõem assumir uma maternidade existente na cidade.

Ora, se há verba para o Estado manter a unidade de forma direta, por que a mesma verba não pode simplesmente ser enviada para que a Prefeitura continue à frente da maternidade – como ocorria na gestão Coutinho?

A resposta é uma só: porque o governo quer fazer política com a Saúde. E como encontrou um gestor que não aceita tal medida, agora o persegue.

Coluna Estado Maior

No centro do debate

por Jorge Aragão

Pelo menos quatro maranhenses com atuação em Brasília estão no epicentro de alguns dos principais debates em voga na República atualmente.

No Senado, o presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto (PMDB), arquivou recentemente um pedido de cassação do senador Aécio Neves (PSDB) formulado pelo Rede Sustentabilidade e pelo PSOL.

Mas ele ainda não saiu dessa discussão, porque os dois partidos conseguiram as assinaturas necessárias para recorrer da decisão e agora aguardam julgamento pelo plenário. João Alberto participará da votação.

Em outra comissão, ainda no Senado, caberá ao senador Roberto Rocha relatar a indicação da procuradora Raquel Dodge para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele já deu a entender a jornalistas na capital federal que emitirá parecer favorável.

Já na Câmara, os deputados Rubens Júnior (PCdoB) e Juscelino Filho (DEM) integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, portanto, estão entre os primeiros que analisarão a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer (PMDB).

É para lá que o pedido de prosseguimento da ação será encaminhado assim que o peemedebista for notificado da sua leitura em plenário, o que ocorreu na tarde de quinta-feira, 29.

Em todos os casos, as decisões a serem tomadas vão reverberar no Maranhão.

Coluna Estado Maior

Madeira e Roberto Rocha

por Jorge Aragão

O ex-prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB) não esconde de ninguém: trabalha dia e noite para que o partido rompa com o atrelamento ao governador Flávio Dino (PCdoB) e apoie um projeto diferente nas eleições de 2018.

O candidato preferido do tucano é o senador Roberto Rocha (PSB), que lançou na semana passada sua candidatura ao Executivo, durante uma entrevista à Rádio Nova FM, de Balsas.

Para isso, Madeira tem feito o que pode para conseguir criar as condições para a formação de uma chapa forte. E quer que a deputada Eliziane Gama (PPS) integre o projeto, como candidata a senadora.

É com esse cenário – e contando com o enfraquecimento do vice-governador, Carlos Brandão (PSDB), no cenário nacional tucano – que o ex-prefeito conta para ter algum êxito na missão de oficializar o rompimento do PSDB com o PCdoB.

Por ora, a única dificuldade parece ser a recente aproximação dos tucanos ao PMDB, principalmente depois que o senador João Alberto (PMDB) decidiu arquivar uma ação contra Aécio Neves (PSDB) no Conselho de Ética do Senado.

Para alguns analistas, esse teria sido um movimento articulado de olho nas eleições de 2018. E que anteciparia uma possível aliança.

Coluna Estado Maior

As surpresas da pesquisa ESCUTEC

por Jorge Aragão

Alguns dados novos surgiram do levantamento Escutec, o primeiro sobre a corrida eleitoral de 2018 publicado por O Estado, e que gerou forte repercussão nos meios políticos maranhenses.

Já era de se esperar a liderança da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), até como contraponto ao governador Flávio Dino (PCdoB). Também já se aguardava a presença do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) com potencial considerável na disputa por votos para o governo.

Surpresa mesmo foi a presença de nomes que sequer anunciaram o desejo de disputar cargos eleitorais, como Felipe Camarão e Gutemberg Araújo (PSDB).

Felipe Camarão, ora secretário de Educação do governo Flávio Dino, apareceu com 0,1% das citações entre os preferidos do eleitor para o governo, ao lado de nomes como o senador João Alberto (PMDB), que já foi governador.

Para se ter ideia da importância da lembrança de Camarão, nomes como o prefeito de Ribamar, Luis Fernando Silva (PSDB), que passou quase quatro anos em campanha pelo governo, sequer foram lembrados pelo eleitor.

Outra lembrança surpreendente, esta para a disputa de senador, foi a do vereador Gutemberg Araújo (PSDB), que figurou com os mesmos 0,1% dados a João Alberto, que já ocupa o mandato.

A Escutec mostrou, portanto, que o eleitor maranhense ainda tem os nomes gravados para o poder no estado. Mas revela o surgimento de novos personagens no cenário.

Coluna Estado Maior

Escape

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) comemorou ontem, em seu perfil, em rede social, o resultado de mais uma pesquisa de opinião pública do Instituto Exata, que aponta a aprovação de 58% da gestão comunista.

Compreensível o entusiasmo do governador, não fosse uma estranha coincidência em todo esse contexto: a pesquisa, bem como as anteriores, surgiu justamente após novo desgaste enfrentado pelo Governo do Maranhão.

Além do escândalo dos desvios de recursos públicos da Saúde, apontados pela Polícia Federal no bojo da Operação Rêmora – caso mostrado em rede nacional pelo programa Fantástico, da TV Globo -, e da proposta de criação de uma CPI na Assembleia Legislativa para apuração justamente dos supostos desvios no setor, a publicação da pesquisa ocorreu após surgir nos bastidores a informação de que o Instituto Escutec já guardava números desde a última sexta-feira de um levantamento de intenções de votos no Maranhão.

A Escutec, revelada apenas ontem, atesta vantagem da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) sobre o comunista para a disputa de 2018. Talvez esse seja o principal motivo da exploração do levantamento da Exata nos perfis em rede social do governador e na mídia alinhada ao Palácio dos Leões.

A bem da verdade, Flávio Dino sente o peso das denúncias que atingiram a rede de saúde pública estadual. Observa com temor a possiblidade – ainda que remota -, de instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa e se preocupa com o avanço de adversários junto ao eleitorado maranhense.

Resta a ele, de forma não tão exata assim, analisar os números.

Coluna Estado Maior

De novo o PSDB

por Jorge Aragão

Ganhou força nos últimos dias uma especulação que circula nos bastidores políticos desde abril, segundo a qual o ministro Sarney Filho estaria de saída do PV. E o destino seria o PSDB. Imediatamente após revelada a suposta possibilidade de troca de partido – não confirmada oficialmente pelo ministro, mas ponderada pelos deputados Adriano Sarney e Edilázio Júnior (ambos também do PV) -, começaram especulações na mídia maranhense.

Uma dessas especulações dava conta de que o vice-governador Carlos Brandão e o ex-prefeito de Imperatriz – adversários internos no ninho tucano – teriam se unido para tentar impedir a entrada de Sarney Filho. Madeira negou essa blindagem. E ainda revelou outra novidade.

“O Roberto Rocha também quer vir para o partido, para ser candidato”, disse ele, abrindo ainda mais um tema de especulações políticas.

Ao negar veto à entrada do ministro do Meio Ambiente e revelar o interesse também do senador do PSB, Madeira mostra que o PSDB, ao contrário do que parecia a partir do revés enfrentado pelo senador Aécio Neves (MG), continua em franca movimentação para as eleições de 2018.

De todas as especulações – negativas ou positivas – em relação ao futuro tucano, o ex-prefeito de Imperatriz só confirma uma delas: há um namoro firme entre o PSDB e o PMDB, que pode resultar em casamento no próximo pleito.

E talvez esse namoro explique toda essa movimentação de lideranças em direção ao ninho tucano.

Nome de peso

por Jorge Aragão

A ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) mantém o cacife de ser a principal adversária do governador Flávio Dino (PCdoB) em uma eventual disputa em 2018. Apesar de não se anunciar candidata, cada notícia envolvendo a peemedebista gera uma avalanche de informações e contrainformações, sobretudo na mídia alinhada ao próprio governo comunista.

Até o momento, a declaração mais contundente de Roseana em relação ao pleito foi dada no fim de maio, durante o pré-lançamento da candidatura do ministro Sarney Filho (PV) ao Senado. Perguntada sobre o projeto para 2018, ela respondeu que só seria candidata ao governo, descartando qualquer outra disputa. “Serei candidata ao governo ou a nada”, disse ela.

Mesmo assim, nenhum outro pretenso adversário de Flávio Dino consegue mobilizar a mídia com declarações, ações ou aparições, seja em São Luís ou no interior. E há pelo menos outros dois nomes já mobilizados para a disputa: a ex-prefeita Maura Jorge (PTN), declaradamente candidata, e o senador Roberto Rocha (PSB), que agora diz não ter agenda de campanha, mas de ações do seu mandato no Senado.

A simples menção de Roseana em um artigo do ex-deputado Joaquim Haickel, publicado em O Estado, movimentou o fim de semana com especulações e mais especulações em torno da disputa.

Mas Roseana prefere manter o silêncio em relação a 2018, apenas com aparições pontuais, movimentações políticas e declarações enigmáticas. E assim deve seguir, pelo menos até o início do ano que vem.

Coluna Estado Maior

Personagem misterioso

por Jorge Aragão

Continua envolta em uma espessa nuvem de mistério a vida do advogado Willer Thomaz, preso na mesma operação que desbaratou o esquema revelado pelos donos da empresa JBS.

Thomaz foi preso em São Luís, onde estava para, segundo as investigações, consolidar o fechamento da compra da TV Difusora por um grupo vinculado ao governador Flávio Dino (PCdoB) e ao deputado federal Weverton Rocha (PDT). Mesmo preso, porém, a vida do advogado radicado em Brasília mantém o mistério, sobretudo pelo grau de relacionamento que ele demonstra ter com figurões importantes da política e da justiça brasileiras.

Em sua estada nas carceragens da Polícia Federal, em Brasília, Willer Thomaz já recebeu a visita de Weverton Rocha, de governadores e deputados federais. E confirmou­se também a proximidade dele com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

A prisão de Willer Thomaz foi motivada pelo fato de ele manter estreitas relações com um procurador federal que compunha a força­tarefa e repassava informações privilegiadas ao advogado. Este procurador – também preso na operação da PF – era auxiliar no TSE do sub­procurador­geral Nicolao Dino, que é irmão do governador Flávio Dino.

A presença do advogado em São Luís no dia de sua prisão, a relação com Weverton Rocha, a proximidade com um auxiliar do irmão do governador reforça o mistério em torno de si. Mistério que deve continuar.

Coluna Estado Maior