PSB na berlinda

por Jorge Aragão

O deputado estadual Bira do Pindaré está mesmo disposto a provocar o senador Roberto Rocha a se decidir sobre o futuro do PSB. Recém-alçado ao comando do partido, em substituição ao filho de Rocha, o ex-vereador homônimo – embora não se tenha informação oficial dessa mudança -, Bira já convocou um congresso da legenda, para, entre outras coisas, discutir o processo eleitoral de 2018.

O deputado socialista é aliado histórico do governador Flávio Dino (PCdoB) e não esconde que quer o PSB no projeto de esquerda do comunista nas eleições do ano que vem. Para isso, conta com o apoio de outros deputados socialistas, como o líder governista Rogério Cafeteira e o presidente estadual da legenda, prefeito de Timon Luciano Leitoa.

A ascensão de Bira é também uma resposta do partido à postura distante que Roberto Rocha adota em relação à legenda. Historicamente vinculado ao PSDB, o senador nunca se envolveu organicamente com o PSB. Tanto que a sua principal aliada na Assembleia, deputada Graça Paz, permanece filiada ao PSL.

No Senado, apesar da decisão socialista de ficar contra o governo Michel Temer (PMDB), Rocha permanece alinhado ao governo peemedebista. Mas, de qualquer forma, o senador maranhense já se mostrou interessado em disputar o Governo do Estado. E qualquer partido sonha em ter uma candidatura competitiva.

Por essas e outras, o congresso partidário convocado por Bira para o dia 19 tem tudo para se transformar em um forte motivo para debates no PSB.

Coluna Estado Maior

Crise de egos

por Jorge Aragão

Os secretários de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos (Secap) e da Segurança Pública (SSP), Marcio Jerry e Jefferson Portela, respectivamente, ambos do PCdoB, travam uma disputa de egos na estrutura do primeiro escalão do Governo Flávio Dino, por causa das eleições 2018.

Jerry e Portela são pré-candidatos a deputado federal e têm entrado em conflito na disputa de base eleitoral no interior do estado. Ontem, a crise entre os auxiliares de Dino foi exposta de forma até constrangedora para o Palácio dos Leões.

Portela revelou a um blog que faz a cobertura política da capital que Jerry tem atuado para impedir a sua candidatura à Câmara Federal. – Indiretamente, o Marcio Jerry busca me deixar fora da disputa, mas reitero que sou candidato a deputado federal – disse. Jerry silenciou.

A crise entre os dois tem se arrastado desde o fim do ano passado, quando Portela iniciou movimentação nos bastidores pela sua pré-candidatura. Jerry tem confidenciado a aliados que pretende alcançar pelo menos 150 mil votos em 2018, para tornar-se, assim, o deputado federal mais bem votado da história do Maranhão.

Por isso a cisma com outros membros do PCdoB que alimentam o objetivo de também chegar à Câmara. Portela, contudo, já assegurou que não recuará. E demonstrou não temer o “homem forte” do Governo.

Enquanto isso – Em meio à disputa política de Marcio Jerry e Jefferson Portela na estrutura do Governo, quem mais tem saído prejudicado é o povo do Maranhão. Concentrados na particular guerra por votos, Jerry e Portela têm deixado de lado ações efetivas na administração pública.

O comportamento de ambos revela uma concentração quase que integral aos seus projetos eleitorais. E o Maranhão segue com os piores indicadores sociais.

Trunfo – Na estrutura dos Leões, há quem acredite que Portela pode ter uma “carta na manga” contra Jerry. Esta é a análise de quem assiste à guerra travada entre os dois comunistas.

– Só isso para fazer alguém peitar assim o homem forte do governador – disse um governista ontem na Assembleia.

Coluna Estado Maior

Autoritarismo exposto

por Jorge Aragão

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), passou por um tremendo constrangimento, ontem, ao ter exposto o seu modo autoritário de lidar com lideranças municipais.

O comunista participava de uma agenda do ministro da Saúde, Ricardo Barros, com gestores de todo o estado, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Barros franqueou a palavra aos prefeitos presentes. Foi quando entrou em cena o prefeito de Trizidela do Vale, Fred Maia.

O gestor escancarou a forma como são tratados os prefeitos em encontros com Flávio Dino. Segundo ele, o governador deveria se espelhar no ministro Ricardo Barros, que deu oportunidade de fala a todos os prefeitos. Diferentemente do comunista, que, ainda nas palavras de Maia, faz com que prefeitos “entrem mudos e saiam calados” dos encontros do governo.

E disse mais: que quando voltam aos municípios sem respostas do Palácio dos Leões aos anseios municipais, são os prefeitos, não o governador, que são “chamados de filhos de uma égua”.

A plateia – formada basicamente por prefeitos, secretários municipais e assessores – o aplaudiu efusivamente.

Flávio Dino fechou a cara. Mas não reagiu.

Coluna Estado Maior

De olho nas pesquisas

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) e seus mais apaixonados seguidores bem que tentaram, mas não conseguiram negar o abalo que as mais recentes pesquisas causaram em suas hostes.

Mais especificamente os levantamentos do instituto Escutec, que desde o mês passado tem feito consultas em vários municípios do estado – todos apontando, até, agora, vitória da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) sobre o comunista.

E a prova cabal veio ontem, depois de o chefe do Executivo cumprir agenda na cidade de Codó.

O governador desembarcou na cidade com seu séquito para anunciar, como sempre, diversas obras e ações. Prometeu o que podia e um pouco mais.

O pano de fundo para a visita, no entanto, é o resultado de dois questionamentos feitos pelo Escutec aos eleitores da cidade. O primeiro deles: qual a preferência local na disputa pelo Governo do Estado em 2018. Roseana Sarney apareceu com 40%; Flávio Dino, 31,5%.

Mas o que mais incomodou os comunistas foi o resultado do segundo questionamento: para 61% dos codoenses, a peemedebista fez mais pela cidade do que o atual governador.

E a visita de ontem, então, pode ser considerada um “efeito Escutec”.

Coluna Estado Maior

Autoritarismo puro

por Jorge Aragão

O episódio envolvendo a prisão do tenente-coronel Ciro Nunes, da Polícia Militar do Maranhão, é mais um ato a comprovar a marca autoritária do governo Flávio Dino (PCdoB).

O oficial foi preso na sexta-feira, 21, depois de discutir na porta do Tribunal de Justiça do Maranhão com o procurador-geral do Estado, Rodrigo Maia.

Esse é o único ponto concordante nos depoimentos dos dois, porque Maia diz que foi agredido com palavras de baixo calão – depois de ter sido abordado pelo PM para tratar de um processo de promoção em que ele figura como requerente – e Nunes, por outro lado, argumenta que foi humilhado pelo procurador antes de reagir.

Versões à parte, o fato é que não houve agressão física de nenhum dos dois lados, embora possa ter havido algum excesso.

Está claro que alguém acusado de injúria ou ameaça, nessas condições, teria que responder judicialmente pelo ato. Mas ser preso?! É de se imaginar o que seria da sociedade se toda discussão terminasse em prisão.

O “crime” do tenente-coronel Ciro Nunes, portanto, foi ter ousado desafiar um agente do governo comunista. E, nele, impera o autoritarismo, o abuso do poder, a imposição pela força, pelo medo.

Surpresa – A prisão do tenente-coronel Ciro Nunes foi tão arbitrária que surpreendeu até o subcomandante da Polícia Militar do Maranhão, coronel Jorge Luongo.

Ele foi o primeiro a tomar os depoimentos do procurador-geral do Estado e do tenente-coronel, ainda no Comando Geral da PM.

Segundo o oficial, ao ser informado de que o colega precisaria se dirigir à Polícia Civil para depor, ele não imaginava que seria lavrado um auto de prisão em flagrante.

Janilson – A prisão do tenente-coronel Ciro Nunes fez lembrar o caso do major Janilson Lindoso, de Imperatriz.

Aliado do prefeito Assis Ramos, ele declarou sua posição política ainda na eleição de 2016 e, por isso, teve sua transferência de cidade determinada pelo governo Flávio Dino (PCdoB).

Indignado com a perseguição, excedeu-se na reação e foi preso, mas acabou virando um símbolo da resistência contra o autoritarismo comunista na região.

Estado Maior

Não funcionou

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) e seus principais aliados se viram às voltas, nos últimos dias, com mais uma pesquisa eleitoral que aponta o bom desempenho da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Contratado por pessoas ligadas ao deputado federal Waldir Maranhão (PP) – aliado do comunista –, o levantamento do instituto Perfil aponta a peemedebista empatada tecnicamente com o governador.

E mais: mostra que a ex-governadora está na frente em Imperatriz, segundo maior colégio eleitoral do Maranhão, onde, historicamente, sempre enfrentou resistência do eleitorado.

Diante de cenário tão adverso, não restou a Dino outra saída que não recorrer ao já conhecido instituto Exata. O mesmo que sempre é usado pelo Palácio dos Leões para contrapor pesquisas que lhe desfavorecem.

Dessa vez, contudo, o efeito não foi o esperado. Por alguns motivos óbvios: a pesquisa Perfil foi contratada por um aliado do governador, então não se pode dizer que foi feita para agradar adversários.

Além disso, esse já é o terceiro levantamento que aponta liderança de Roseana ou empate entre ela e Flávio Dino – antes, chegaram a conclusões parecidas o Escutec e o instituto Guimarães. Isso sem contar um levantamento do prefeito Hilton Gonçalo, que acabou engavetado.

Três institutos apontam para o mesmo caminho. Só o Exata mostra cenário que agrada a Dino.

Coluna Estado Maior

Oportunismo e dubiedade

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) terá amanhã mais uma oportunidade de colocar em prática a dubiedade da qual está travestido o seu projeto de poder no Maranhão.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), senadora Gleisi Hoffman, desembarcará em São Luís para participar da inauguração da nova sede do Diretório Municipal da sigla e da Plenária das Mulheres do PT do Maranhão.

E Dino, que tenta manter o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) atrelado a si e ao mesmo tempo, demonstra simpatia ao PT, deve aproveitar a ocasião para mostrar-se um caminho viável para a sigla no estado.

Em 2014 Flávio Dino trouxe para a sua campanha, no Maranhão, o senador Aécio Neves, então presidente do PSDB e candidato a Presidência da República. Prometeu, junto do tucano, construir um caminho de renovação e de mudança no estado. Ergueu os braços de Neves em palanques e pediu votos para o aliado.

Ao mesmo tempo, deu aval para que parte da militância do PT inaugurasse na capital, o Comitê Eleitoral “Dino-Dilma”, situado na Avenida Beira-Mar. O partido estava na chapa do adversário do comunista. Dino também assegurava ao eleitorado tratar-se de aliado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

E assim foi eleito. Com dubiedade de projetos e pouca ou nenhuma coerência política.

Saudações, oportunismo.

Coluna Estado Maior

Perseguição até no Tribunal de Justiça

por Jorge Aragão

Articulação vinda do Palácio dos Leões tenta mudar acordo tradicional na eleição de presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Maranhão. Pela tradição, os desembargadores mais antigos e que ainda não ocuparam a cadeira de presidente do Poder Judiciário maranhense são os escolhidos para exercer tal função.

Mas a escolha para o próximo biênio, que deve ocorrer em outubro deste ano, pode não seguir o curso esperado.

Pelo acordo feito entre os desembargadores, a vez de presidir o TJ é da desembargadora Nelma Sarney. Mas os Leões já estão rugindo e tentando a todo custo evitar que a magistrada chegue ao posto mais alto do tribunal. E conta com a ajuda de vários setores até mesmo de colegas de tribunal.

A ordem é desgastar ao máximo a imagem da desembargadora para que o clima dentro do TJ fique ruim e os magistrados pressionem a colega a desistir da candidatura, abrindo assim uma brecha na tradição do tribunal de escolha da mesa diretora.

Se as ordens forem atendidas e surtirem o efeito esperado, essa será mais uma demonstração de como age o governo Flávio Dino em perseguição aos que o comunista trata como adversários.

Coluna Estado Maior

Mais ação, menos gogó

por Jorge Aragão

O governador Flávio Dino (PCdoB) comemorou, no início da semana, expressivos resultados do Terminal de Grãos do Maranhão, o Tegram, no Porto do Itaqui, apresentados pela coluna Mercado Aberto, do jornal Folha de S. Paulo.

Na publicação da coluna, há uma comparação entre o desempenho do Porto do Itaqui com os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) – os dois maiores do país -, que atesta a elevação em 38% no volume das operações de soja no porto maranhense.

Daí o uso midiático dos números pelo governo comunista, que foi abatido na semana passada com o resultado da Operação Draga, da Polícia Federal (PF), que apontou irregularidades na execução de uma obra no Porto do Itaqui, supostamente comandada por dirigentes da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) nomeados por Flávio Dino.

Para Dino, o elevado crescimento do Porto do Itaqui seria um “desafogo”. Ele só esqueceu de dizer que o Terminal de Grãos do Maranhão – entregue em 2015 pela ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT) – e a modernização do Porto do Itaqui somente foram concretizados em decorrência do esforço da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB).

Foi Roseana quem assimilou o potencial para o escoamento de grãos do porto e o explorou com excelência. A obra recebeu investimentos de um consórcio formado pela CGG Trading, Glencore, NovaAgri (do fundo Pátria) e o Consórcio Crescimento (formado pela francesa Louis Dreyfus Commodities e pela Amaggi).

Em 2014, ao visitar o empreendimento, Roseana já falava dos benefícios – como o aumento na capacidade de armazenamento e expedição de grãos no Itaqui -, o que de fato é constatado agora pela mídia nacional.

Resultado de um planejamento de gestão e não de um discurso oportunista.

Coluna Estado Maior

Obsessão

por Jorge Aragão

Em mais uma de suas demonstrações de total obsessão pelo ex-presidente José Sarney, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou as redes sociais ontem para reclamar que coisas obscuras e esquisitas estão acontecendo para prejudicar o estado.

O comunista não especificou o que há de obscuro e estranho acontecendo e nem o que esses supostos atos vêm causando ao Maranhão.

Talvez Dino esteja falando das três últimas operações da Polícia Federal que atingem diretamente sua gestão e seus auxiliares. Foram operações que envolveram desvio de recursos nas Secretarias de Administração Penitenciária, de Saúde e agora, mais recentemente, na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).

Na Administração Penitenciária, a PF, na Operação Turing, apontou movimentação suspeita de mais de R$ 37 milhões. Um secretário-adjunto do governo Dino foi preso como suspeito de integrar o esquema.

Na operação Rêmora, a suspeita da PF é que foram desviados mais de R$ 18 milhões em recursos da Saúde do governo do Maranhão. Envolvido estava o presidente de entidade contratada por Flávio Dino para administrar unidades hospitalares.

A terceira operação é a Draga, que também investiga desvio de verbas em obras no Porto do Itaqui e que envolve um diretor da Emap nomeado pelo governador maranhense.

Será que são essas operações as coisas esquisitas que estão ocorrendo? Será que para Flávio Dino é possível que alguém acredite que as acusações de desvio de verba em seu governo são obras de ficção colocadas em práticas pelo ex-presidente José Sarney?

Se for essa a ideia do comunista, é pretensão demais imaginar que os maranhenses são tão ingênuos para acreditar.

Coluna Estado Maior