MDB denuncia empresa por suposto “Caixa 2” no Governo Dino

por Jorge Aragão

O MDB fez mais uma grave denúncia na Justiça Eleitoral contra o Governo Flávio Dino. O partido entende que a empresa Núcleo Arquitetura e Eventos LTDA estaria sendo beneficiada com um suposto “Caixa 2” na gestão comunista. A Representação do MDB é por indícios de “Caixa 2” e abuso do poder econômico.

O partido afirma que a empresa Núcleo Arquitetura foi contratada pelo comitê financeiro estadual do PCdoB para as eleições de governador no ano de 2014 para realizar publicidade por carros de som. A relação jurídica, naquela eleição para governador, superou os R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), conforme dados da prestação de contas eleitorais disponível no site da justiça eleitoral.

Só que o MDB entende que a relação não acabou com a campanha eleitoral. A empresa passou a realizar contratos com o novo governo comunista logo no ano de 2015 e continuou nos anos de 2016 e 2017. Os contratos são basicamente locação de equipamentos de infraestrutura de eventos, com mobilização, montagem, desmontagem e desmobilização de equipamentos em várias Secretarias do Governo.

No entanto, o MDB sustenta que neste ano de 2018, aconteceu o “milagre da multiplicação dos valores dos contratos”. Só com a SINFRA (Secretaria de Infraestrutura) foi assinado um contrato no valor de R$ 11.500.000,00 (onze milhões e quinhentos mil reais).

De acordo com dados oficiais, inclusive do próprio governo, somente no ano de 2018, já possui mais de R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões) de reais empenhados em várias Secretarias do Governo. E tais fatos precisam ser investigados pela Justiça Eleitoral, pois existem fortes indícios de que essa empresa está sendo irrigada com recursos públicos para serem gastos durante a campanha eleitoral de 2018.

Na Representação, clique aqui para ver na íntegra, o MDB diz que o governador Flávio Dino está disposto a tudo para se reeleger e se perpetuar no poder. Veja abaixo trecho da denúncia do partido.

“O Representado está em um processo de vale tudo para permanecer no poder. A estrutura da máquina estatal deve ser utilizada em função do cidadão, mas ao que parece, foi transformada em pote de tesouro para a campanha de reeleição. O que era para ser institucional (público) se transformou em cofre privado para ser gasto na tentativa de perpetuação no poder. Caracterizando, portanto, o desvirtuamento do mandado com uma conduta clara de abuso de poder”.

O MDB pede que os fatos sejam apurados e tomadas as medidas legais cabíveis.

É aguardar e conferir.

Telhado de vidro

por Jorge Aragão

O surgimento do nome do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), na nova Lista da Lava Jato, teve efeito bombástico entre seus aliados. Por um motivo principal: o comunista construiu ao longo da sua carreira política a imagem de um homem impiedoso com os deslizes dos seus adversários.

Meras citações ou suspeitas – como as que hoje recaem contra ele próprio – foram sempre tratadas, nos últimos 11 anos, como condenações sumárias.

Oriundo do Judiciário, o atual chefe do Executivo maranhense parece ter esquecido dos preceitos do devido processo legal.

E com a mesma voracidade que apontava o dedo a seus adversários com contas a prestar à Justiça, perseguiu desafetos usando a força do Estado, depois de eleito governador.

O que se tem no Maranhão, então, desde a posse de Flávio Dino é um quase estado de exceção, com inimigos políticos temerosos de perseguição todas as vezes em que o governo se via diante de uma crise.
Mas Dino tinha um telhado de vidro, tal é a consistência da delação feita por um ex-executivo da Odebrecht contra ele.

E, agora, sofre de parte dos seus adversários o mesmo tipo de ataque que ele mesmo proferiu na direção contrária nos últimos anos.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

Flávio Dino negociou propina dentro de gabinete, diz delator

por Jorge Aragão

O Estado – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), tratou do recebimento de recursos de caixa 2 para a campanha ao Governo do Estado de 2010 dentro do seu gabinete na Câmara dos Deputados. A revelação foi feita pelo delator José de Carvalho Filho.

Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o ex-funcionário da Odebrecht detalhou o pagamento de R$ 200 mil à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca do apoio do comunista, então deputado federal, ao Projeto de Lei nº 2.279/2007, de interesse da empreiteira, na Câmara dos Deputados. Outros R$ 200 mil foram pagos na campanha de 2014, segundo ele, de forma oficial.

A proposta, então em tramitação na Câmara, garantiria segurança jurídica a investimentos da construtora em Cuba, em virtude do embargo econômico dos Estados Unidos às ilha comunista.

Aos 4m45 segundos do depoimento, um dos investigadores pergunta a José Filho se ele entregou ao então parlamentar a senha de acesso ao Drousys – sistema de informática paralelo da Odebrecht, de acesso restrito, para pagamento e controle de propinas – no gabinete. “Pessoalmente a ele”, confirmar o delator.

Flávio Dino afirma ser inocente, por não ter sido autor de projeto que teria motivado a negociação com a Odebrecht.