A Comissão de Ética na Assembleia Legislativa decidiu arquivar a representação contra o deputado Levi Pontes (PCdoB) por quebra de decoro parlamentar. A ação foi motivada pela divulgação de áudio que mostra o parlamentar comunista negociando distribuição para suas bases políticas pescado comprado com o dinheiro público da Prefeitura de Chapadinha. A representação foi impetrada pela deputada Andrea Murad (PMDB).

Preside a comissão a também comunista, Francisca Primo, e o relator designado para decidir sobre a admissibilidade da representação foi Rogério Cafeteira (PSB), que só é o líder na Assembleia Legislativa do governador Flávio Dino, nome maior do PCdoB. Com tantos aliados reunidos, seria fácil imaginar que Pontes não sofreria nada, se dependesse da Comissão de Ética.

A questão a ser analisada é que os comunistas agem com duas caras nessa denúncia contra Levi Pontes. A incoerência, uma marca dos governistas e seu líder maior, é percebida no relatório apresentado para o arquivamento da representação contra o deputado do PCdoB.

Lá no voto diz que não se pode levar em consideração uma gravação clandestina e, como descreveu em seu voto o relator, sendo aquela “quando um dos interlocutores grava a conversa sem o outro saber”.

No entanto, o que mais o PCdoB de Levi Pontes, Márcio Jerry, Flávio Dino e Francisca Primo faz nas últimas semanas é pedir a saída de Michel Temer da presidência devido a uma gravação feita pelo empresário Joesley Batista da JBS sem que o presidente da República soubesse. Ou seja, uma gravação clandestina.

São dois pesos e duas medidas dos comunistas. Para os seus, no caso Levi Pontes, isso não tem validade. Para seus adversários, é prova cabal para condenação dos inimigos políticos.

É Dino e suas eternas contradições

Vista grossa – Contradições não são novidade no mundo dos comunistas, porque nos casos de delação citando os adversários eles sempre faziam a festa e passavam dias falando sobre o assunto.

Pediam investigação e antes de tudo condenavam os alvos das delações, que apontavam uso do dinheiro público para interesses próprios. Quando o citado foi Flávio Dino, acusada em delação da Odebrecht de ter recebido R$ 200 mil, as delações foram classificadas de inválidas e usadas para fins politiqueiros.

Silêncio – E sobre a delação da Odebrecht, o governador do Maranhão decidiu não mais se posicionar nas redes sociais quanto o assunto diz respeito à Lava Jato.

Constam em seus perfis em redes sociais manifestações sobre o assunto nas datas próximas à divulgação do áudio contra Michel Temer.

Motivo para o silêncio do comunista? As duras críticas que recebeu de seguidores porque, assim como Temer, ele também foi apontado como beneficiado do jogo de propinas.

Coluna Estado Maior