O senador Roberto Rocha (PSB) vive uma espécie de jogo de gato e rato com o governador Flávio Dino (PCdoB), embora, no atual momento, morda mais do que assopre. Mas esse morde-assopra do senador socialista impede que se faça uma leitura clara de seu posicionamento em relação ao comunista nas eleições de 2018.

A semana passada, por exemplo, Rocha passou toda ela numa espécie de provocação a Dino – às vezes aberta, às vezes velada. Até que, no fim de semana, saiu-se com uma de unidade em prol do Maranhão.

O que parece é que o senador espera do governador um chamamento para que ele se junte ao projeto “pela mudança no Maranhão”. O que dá a entender é que, a qualquer momento, agraciado com espaços de poder claramente definidos e projeto eleitoral também assegurado – não apenas para 2018, mas nos próximos pleitos – a partir dali, Rocha passará de adversário político a amigo de infância de Dino num piscar de olhos.

Roberto Rocha sabe que, na atual conjuntura, é um adversário com potencial para encarar uma disputa com Flávio Dino sem maiores riscos, já que, mesmo perdendo o pleito, ainda terá mais quatro anos de mandato no Senado. E é do alto desse cacife que ele joga suas fichas no processo eleitoral do ano que vem.

Faltando pouco mais de um ano e meio para as eleições, e menos de um ano para o início efetivo da campanha, o senador não consegue construir alianças sólidas – ou não quer – porque dá sempre a entender que aguarda um chamamento comunista. E há muito o que negociar em um projeto de poder. Talvez por isso o morde-assopra do senador em relação ao “adversário”.

(Coluna Estado Maior)