O início do ano de 2017 marcou uma precoce largada para as disputas eleitorais de 2018 no Maranhão. Lideranças de todos os matizes políticos do estado intensificaram nas últimas semanas conversas com os partidos em busca de melhores colocação, já de olho na eleição do ano que vem.

As movimentações concentram­se no campo ligado ao governador Flávio Dino (PCdoB) – a proximidade do grupo que comanda o poder tem estimulado diversas pré­candidaturas, principalmente ao Senado ­, mas também englobam o grupo do ex­presidente José Sarney (PMDB).

Entre os candidatos a governador, quem tem buscado casa nova são a ex­prefeita de Lago da Pedra Maura Jorge, atualmente no PTN, e o senador Roberto Rocha, que está filiado ao PSB. Ambos têm mantido conversas com o PSDB.

Rocha é oriundo do tucanato maranhense, de onde saiu em 2012 para ser candidato a vice-­prefeito na chapa de Edivaldo Holanda Júnior – na ocasião, o partido lançou a candidatura de João Castelo à reeleição.

O hoje senador, no entanto, manteve raízes na legenda, que foram reforçadas após ele tirar licença e viabilizar a posse do seu suplente, Pinto Itamaraty, que é liderança do PSDB, no Senado. Maura Jorge reforçou os contatos com os tucanos durante a semana, após a destituição do seu sobrinho, Samuel Jorge, da presidência da Juventude do PSDB. O ato foi tomado pelo vice­-governador Carlos Brandão (PSDB), na segunda feira, 6, mas logo tornado sem efeito pela direção nacional da legenda, dois dias depois, após ingerência da ex-­prefeita, em contato com líderes tucanos em Brasília. O fato reforçou a tese de que ela pode desembarcar no partido.

Senado – Entre os candidatos ao Senado as movimentações são maiores. E envolvem, por enquanto, três nomes.

O deputado federal Sarney Filho, hoje ocupando o cargo de ministro do Meio Ambiente do governo Michel Temer (PMDB), é filiado ao PV. Mas pode deixar o partido para ser candidato a senador pelo PSD. Acertos nesse sentido foram intensificados no fim de janeiro e a possibilidade é que haja uma transferência até junho.

O ex­governador José Reinaldo vê duas possibilidades: o DEM e PSDB. Uma das suas determinações é não permanecer no mesmo partido do senador Roberto Rocha – atualmente ambos estão no PSB. Como Rocha deve ser candidato a governador contra Flávio Dino e José Reinaldo seguirá na base do comunista, ele vai para onde o senador não for.

Já a deputada Eliziane Gama, também pré­candidata a senadora, também conversa sobre trocar o PPS pelo PSDB. Seria a terceira mudança de partido da parlamentar, que antes da eleição de 2016 trocou o PPS pelo Rede e depois voltou para a mesma sigla.

Mais – Apesar de ainda não ter se manifestado sobre a possibilidade, o deputado Estadual Eduardo Braide (PMN) também tem seu nome lembrado como provável candidato a governador – ele foi candidato a prefeito de São Luís em 2016, e chegou ao 2º turno. Nesse caso, contudo, não foi o parlamentar quem procurou um partido e sim o contrário. Foi sondado por membros do PSDB.

Entre os partidos que têm sido procurados por lideranças do Maranhão como abrigo para as eleições de 2018 a principal opção tem sido o PSDB.

Um fator específico contribui para isso: a determinação nacional de que os tucanos maranhenses não devem reeditar no ano que vem a aliança com o PCdoB que sagrou-­se vitoriosa em 2014.

A defesa intransigente que os comunistas fizeram dos ex­presidentes Dilma Rousseff e Lula, ambos do PT, durante o processo de impeachment – enquanto o PSDB trabalhou intensamente pela cassação – aumentou o fosso que separa as duas legendas.

Assim, no Maranhão, o tucanato deve acabar sendo o destino daqueles que, na disputa majoritária, queiram posicionar­se contra o Palácio dos Leões.

Por outro lado, essa determinação deve acabar com a saída do vice-­governador, Carlos Brandão, do partido, embora ele tenha negado essa possibilidade em declarações à imprensa local ao longo da semana.

De O Estado