Dino e Edivaldo decretam luto de três dias pelo falecimento de Castelo

por Jorge Aragão

Tanto o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), quanto o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), decretaram oficialmente luto de três pelo falecimento do deputado federal ex-governador do Maranhão e ex-prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB), ocorrido neste domingo (11).

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A Assembleia Legislativa do Maranhão, através do presidente em exercício, o deputado Othelino Neto, também divulgou Nota de Pesar pelo falecimento de João Castelo. Veja abaixo.

A Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão externa grande pesar pelo falecimento do deputado federal maranhense João Castelo Ribeiro Gonçalves e decreta luto oficial de três dias. Ele faleceu na manhã deste domingo (11), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

João Castelo encontrava-se com estado de saúde delicado e estava internado desde o dia 31 de outubro. Ele ficou em coma permanente desde o dia 10 de novembro, quando realizou uma cirurgia no miocárdio.

Castelo nasceu em Caxias, em 19 de novembro de 1937. Era graduado em Direito pela CEUB (Brasília) e Técnico em Administração, pelo CFTA (Rio de Janeiro). Estava no quinto mandato de deputado federal e também exerceu os cargos de governador, senador, prefeito da capital maranhense e presidente da EMAP.

Neste momento de dor a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão solidariza-se com familiares e amigos.

Deputado Othelino Neto – Presidente em exercício

Esposa de Ribamar Alves assumirá vaga de Castelo na Câmara Federal

por Jorge Aragão

luanaLuana Alves, esposa do prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, é quem irá assumir o posto deixado pelo deputado federal João Castelo (PSDB), falecido neste domingo (11).

Como primeira suplente da coligação que elegeu João Castelo deputado federal em 2014, Luana Alves deverá ser empossada como parlamentar na próxima semana e permanecerá como deputada durante os dois próximos anos.

A posse de Luana Alves, que somou 51.418 votos, também terá reflexos na política maranhense e nacional. Castelo era o único tucano com mandato na Bancada Maranhense, mas agora quem assume será uma deputada do PSB.

Além disso, Luana Alves deverá ser mais uma parlamentar que não poderá ser contabilizada na cota do grupo político do governador Flávio Dino. A relação entre o comunista e o esposo da futura deputada federal “azedou” definitivamente quando Dino assumiu o Governo do Maranhão.

Com a chegada de Luana Alves a Câmara Federal poderá ser uma oportunidade de “renascimento” de Ribamar Alves na política maranhense. Com uma gestão desastrosa em Santa Inês e com inúmeros problemas particulares, inclusive tendo sido preso acusado de estupro, Ribamar Alves foi massacrado nas eleições municipais e para muitos poderia ter sido o fim de sua carreira política, mas que, agora, ganha uma “sobrevida”.

Morre o deputado João Castelo, em São Paulo

por Jorge Aragão

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O deputado federal João Castelo (PSDB) morreu hoje (11) em São Paulo, onde estava internado desde o final do mês de outubro.

O tucano foi transferido de São Luís para São Paulo após um pico de pressão, confirmado depois como problema cardíaco.

Já em São Paulo fez três pontes de safena e, desde então, foi mantido sedado na UTI.

João Castelo tinha 79 anos e foi governador do Maranhão e prefeito de São Luís.

Coluna do Sarney: Violência e banditismo

por Jorge Aragão

revolver_violencia_thumb2Hannah Arendt dizia que o mundo moderno está embrutecido e que uma das características mais trágicas é a banalização da violência, hoje percebida e tolerada por todos como um simples elemento do cotidiano. Tive oportunidade de abordar várias vezes no Senado esse sentimento de que há uma regressão na humanidade. No passado matava-se pela disputa de comida, pela ocupação de território, na luta pela sobrevivência – um instrumento da evolução das espécies. A consciência do homem estava num estado primitivo, igualada à dos outros primatas. Centenas de milhares de anos depois, volta-se a matar, não mais para poder viver, mas como se fosse um gesto normal da vida. Ninguém se choca com os números de homicídios, com as chacinas, com a crueldade. Os crimes mais hediondos são tidos como normais.

Lembro-me de que, quando foi votado um projeto de lei considerando a corrupção crime hediondo, apresentei uma emenda para que se incluísse na mesma categoria o homicídio. O autor do projeto, o então senador Pedro Taques, reagiu dizendo que enfraquecia a mensagem da corrupção. Para mim matar também é corrupção, mas hoje se acha que a corrupção é mais danosa do que os crimes contra a vida. Minha emenda foi rejeitada.

Agora estou estarrecido com os números de homicídios na ilha de São Luís: de janeiro a novembro 642 pessoas foram mortas, projetando uma taxa próxima a 70 por cem mil habitantes na ilha que se chama do amor. Nos países do primeiro mundo ela está na casa de 2/100.000. Na Índia, 2º lugar em números absolutos de homicídios, a taxa é de 4/100.000; no Brasil é de 25/100.000; e na ilha de São Luís, repito, estamos com 70 por 100 mil. Será que ninguém se revolta, denuncia, protesta, combate ou se inconforma? Volto a Hannah Arendt quando diz que a violência se tornou uma banalidade.

Acho que com esses números é o caso de declararmos estado de calamidade pública no combate à violência. E isso se reflete na vida da comunidade, gerando o medo, fazendo das casas prisões, com grades nas janelas e nas portas… e toda sorte de tentativa de defesa contra o crime. Andar nas ruas, nem pensar. Em cada família há uma história de violência a relatar.

Também é de estarrecer que apenas 3% dos casos de homicídio sejam apresentados à Justiça e que as condenações sejam tão leves – um homicídio pode significar, com a progressão da pena, 2 anos em regime fechado. Esta semana vimos um culpado de corrupção ser condenado a 19 anos de prisão, porque tinha dividido uma propina de 5 milhões com três pessoas – e uma mulher, que tinha assassinado o marido, esquartejado o corpo, colocado na geladeira, depois em malas e espalhado os pedaços em terrenos baldios, também ser condenada a 19 anos! Assim, o tirar a vida vale o mesmo que o roubar cinco milhões.

E o pior: as maiores taxas de homicídio estão entre os jovens de 17 a 24 anos, que matam e são mortos, com predominância de pretos e de pobres.

Uma sociedade assim não pode senão ser acusada de estar podre. E o Maranhão – de povo pacato, ordeiro, pacífico -, transforma-se num exemplo de violência e banditismo.

José Sarney